Thursday, November 29, 2007

E Foda-se o Homem-Aranha

O cara tá puto hein. O filme dele eu não vi ainda. Esperando chegar na net. Amarelo Manga é legalzinho.

Silver Apples

Segundo eles próprios: "O Silver Apples é um mecanismo orgânico composto por Simeon e as bateria de Taylor. O Simeon atualmente consiste de nove osciladores de áudio e oitenta e seis controles manuais, que permitem a Simeon expressar suas idéias musicais. Os osciladores de Solo e de Base são tocados com as mãos, cotovelos e joelhos, e os osciladores de baixo, com os pés. A bateria de Taylor nesse momento inclui treze tambores, cinco pratos e outros isntrumentos de percussão que Danny usa para desenvolver seus próprios sistemas matemáticos pulsantes, criando ritmo e melodia...". Isso está nas notas do disco de 1968.
Precursores em todos os sentidos. Na formação de dupla, que se tornou clichê no mundo da música eletrônica, na junção de ritmos mundiais, no uso dos osciladores, nas estruturas rítimicas intrincadas, nas harmonias simples e repetitivas.
Se houvesse um trono no céu da música eletrônica, os senhores do Kraftwerk teriam que dividir espaço com as maçãs. Não, eles não sentariam uns nos colos dos outros, não seja doente, meu caro leitor, respeite esses senhores geniais de idade avançada.
Esse disco foi lançado em CD, incluindo o igualmente poderoso segundo trabalho deles, "Contact". No encartezinho tem até um esquema do Simeon para você montar um em casa. Legal, né? Vai lá, que você vai se pegar no caminho do trabalho cantarolando "Oscillations, oscillations, electronic invocations...",se é que é isso que a letra fala mesmo...

Tuesday, November 27, 2007

Chris Bell - I Am The Cosmos


Um bom disco tem que ter uma boa capa. Pelo menos era assim naqueles tempos em que a música tinha uma cara, algo que aos poucos (ou nem tão aos poucos assim) desaparece na era das músicas tratadas como arquivos sem face rodando num shuffle infinito de um mp3 player de 1000 gigas. Mas no meu tempo era assim. Na minha adolescência, me lembro de delirar com meus amigos de escola só de olhar para a capa do "London Calling" do Clash, ou de sentir o peso emocional de "Closer" do Joy Division, até porque era tudo a que tínhamos acesso, muitas vezes os discos demoravam até 10 anos para chegarem ao Brasil.
A capa de "I Am The Cosmos" não só traz uma lindíssima foto, como também expressa perfeitamente o tipo de pessoa que realizou aquele álbum. Melancólico, desajustado, solitário e com um eterno sentimento de deslocamento da época e do meio em que vivia, Chris Bell morreu num acidente de carro antes mesmo de ver esse disco pronto. Ele vinha da experiência desastrosa de dividir um disco excepcional com o amigo Alex Chilton, na banda Big Star, e simplesmente ter sido um fracasso absoluto de vendas. Era inglês demais para os ouvidos americanos. Sutil demais para a década dos exageros do Led Zeppelin.
Bandas como Posies, Teenage Fanclub, Wilco e R.E.M. devem muito ao que esse cara fez, tanto como Big Star quanto aqui nessa reunião de seus trabalhos-solo. Quer dizer, nem é necessário explicar qual é a do som, mas seria aquela interpretação americana do padrão desenvolvido pelos Beatles ao longo dos anos 60. "I Am The Cosmos" e "Better Save Yourself" têm um romantismo desesperado quase religioso. "Look Up" traz alguma esperança, mas "There Is A Light" arrasa nossos corações de novo. "You And Your Sister", com participação de Alex Chilton, é bela nas 3 versões presentes nessa edição. E "Though I Know She Lies" tem uma ponte que pode levar ás lágrimas os mais desavisados.
Não, você não vai dançar ouvindo isso, apesar de faixas como "I Got Kinda Lost" e"Make A Scene" sejam rápidas e raivosas. Nem sempre é hora de dançar.

Monday, November 26, 2007

Leonard Cohen - Songs


Vamos falar do melhor letrista da música pop. Não, nada de Dylan com referências espertinhas da literatura, tirando uma onda de poeta beat. Nem Morrissey fingindo que é tristinho e pegando emprestado na mão grande dos clássicos da literatura inglesa. Muito menos Jim Morrison chapado de ácido e escrevendo poesia que parece papo chato de bêbado. Aqui a coisa é séria. Vamos falar do "judeuzinho que escreveu a bíblia". O Cohen.

O cara já tinha alguma reputação como poeta quando gravou esse disco, justamente naquele período ali do final dos anos 60 que citei no post anterior, tão favorável aos folk singers. Trintão, mulherengo e com um fiapo de voz, ele deve ter pensado "Judeu e feio eu também sou. Se o Dylan pode...".

Na época de seu lançamento o disco foi considerado trilha sonora para suicidas, dado o clima nada festivo de suas canções. Quem bebeu daqui? Andrew Eldritch e suas "Sisters Of Mercy", título de uma das mais belas canções do Cohen, presente aqui. Nick Cave, Ian McCulloch, Lloyd Cole e até o Morrissey dizem que andou elogiando esse trabalho publicamente. Mas também, não tem muito como ser diferente.

Produção impecável, com vozes fantasmagóricas femininas e cordas estrategicamente espelhadas, assim como instrumentos dispostos de forma esparsa ao longo do disco. O violão de Cohen surpreende pela eficiente execução, por vezes bastante complexa (em "Stranger Song", por exemplo).

Mas é nas letras que o bicho pega mesmo. Exemplos:

"Enquanto a noite passa/Fique mulher viajante/Sei ser só uma estação/no seu caminho, não um amante". Tá, forcei a barra para rimar, porque no original rima. "Você se segurou em mim como se eu fosse um crucifixo/Enquanto seguíamos ajoelhados noite adentro". E "That's No Way To Say Goodbye" com suas imagens vívidas de um romance, assim como "Master Song" talvez seja a melhor música de corno de todos os tempos. Destaque também para o "la la la" que fecha o disco em "One Of Us Cannot Be Wrong", certamente um dos lalalas mais perturbadores da história da música. E "Suzanne" e "So Long, Marianne"...

Desista, você nunca vai escrever como ele.

John Martyn - Bless The Weather


Um dia ainda vou compreender o que leva alguns a serem "eleitos" e outros não. Longe de mim querer discutir a genialidade de um Nick Drake, por exemplo, ou por em dúvida a validade do "culto" à sua obra (Só fico puto quando o comparam ao Rimbaud, porque aí já é viadagem demais), mas por que uns sim e outros não? Vai saber. mas posso garantir que os "não" aqui estarão. Os outros você pode encontrar nos excelentes blogs que existem por aí.

John Martyn surgiu ali no finzinho dos anos 60, início dos anos 70, lançando uns discos com a patroa, naquela onda comum na época, de casais meio hippies com voz e violão, num clima folk e melódico.

Em "Bless The Weather" já o encontramos sem a parceira e adicionando considerável melancolia aos seus interessantíssimos acordes. Uma ouvida em "Go Easy", "Head And Heart" oui na faixa-título já te fazem se perguntar como você pode ter passado uma vida inteira sem ter ouvido isso. Suas afinações particulares, voz rouca e "puxadas" no violão são suficientemente marcantes para estabelecer de cara um estilo único no, mesmo na época, surrado estilo folk acústico.

O disco tem uma ou outra música com banda, mas certamente os destaques são os momentos mais silenciosos e vazios. Louvemos Martyn, que ainda está vivo e trabalhando hoje em dia, a despeito de graves problemas de saúde (e muito álcool nas idéias). Ou será que vão deixar para descobrir o cara depois que ele bater as botas?

Sunday, November 25, 2007

Posto ou não posto?


Estou pensando em postar o "Control", do Anton Corbijn sobre a semen now banda ingresa que fazia o Reanto Russo cópiar sequências inteiras nos anos 80 e impressionar adolescentes ignorantes, a Divisão Nazista da Alegria. Meus 4 leitores acham que devo? Acham que joy division? acham que ian curtis?acham que voltan curtis?

Vou parar que hoje tá foda.

Monday, November 12, 2007

Planeta Terra Quase Inteiro (s)

Ao contrário do que a foto pode deixar parecer, eu e Crisss Ssssssssss, fomos de corpo inteiro para a tenebrosa cidade de São Paulo em busca de algum alento após a catastrófica experiência do Tim (gana) Festival. Quem sabe o Tokyo Police Club, Datarock, Css e Rapture não nos decepcionassem.
Chegar nos tais Galpões Savoy foi difícil. Eu, traumatizado depois do Claro Que (ia dar merda) Rock passado e do Tim (rola) Festival, já comecei a por minha barbinha de molho. Nenhuma placa de indicação do evento, local desconhecido até pelos próprios cidadãos paulistanos, programação lotada de artistas em diversos palcos, ai ai ai...
Mas que nada. Tudo organizadinho. Local espaçoso, charmosinho, comida e bebida barata e shows começando ANTES dos horários previstos, tanto que até perdemos o Lucy And The Popsonics, o que deixou Crissssssss Ssssssssssssss bem mais triste que eu.
Mal nos demos conta e os canadenses do Tokyo Police Club já estavam em cima do palco. Garotos novos, com excesso de energia para gastar, e a música deles reflete exatamente isso. Mandaram bem no tempo de seu set, apesar do som ruim (por que a maioria dos shows no Brasil prefere uma equalização que privilegia o bumbo da bateria em detrimento do resto dos instrumentos? Por que show de rock tem que ser no limite do suportável em termos de volume??). Aos poucos o Club consegue se livrar das influências strokistas, inevitáveis para quem é de sua geração. O caminho do seu som vai pela demência meio Devo do tecladista e das batidas meio "mal-executadas" do baterista, surpresas em meio ao som rapidinho e dançante.
Em seguida, nosso favorito: Datarock. Eu quero uma roupinha de Datarock. Eles se apresentam com abrigos com logo da banda e, apesar de começarem mais ou menos com as músicas mais punk de seu repertório, quando o groove começou a falar alto, ninguém segurou. Até Crisss Ssssssssss foi vista dançando com os bracinhos para cima. "Fa Fa Fa" causou comoções e a certeza de que aquele seria o melhor show da noite.
Olha minha cara na foto: é isso que acho do Css. Por que os gringos babam com isso? jamais entenderei. Carisma 0 de seus integrantes, vocalista que mal sabe o que fazer e apela para palhaçadas dignas da Xuxa, desleixo e falta de intimidade com os instrumentos, pose, pose, pose. Será que sou eu que não entendo o humor paulistano? Acho que sua melhor música "Let's Make Love..." é mesmo um acidente.
Finalmente o Rapture deve ser respeitado, porque quando ninguém ainda imitava descaradamente o PIL e o Gang Of Four, eles já o faziam. Puseram todo mundo para dançar (alguns até mais do que deviam, como o gordinho suado que estava do meu lado na platéia), apesar da batida repetitiva insistente de disco music em 90% do repertório. Esse negócio de disco-punk é engraçado, principalmente no caso deles. Enquanto tem punk, desce bem. Mas quando o punk desaparece por completo e temos solos de sax e de guitarra (não acredito que o cara fez aquelas digitações à la Van Halen sem ironia), é impossível não concluir que eles soam como um KC & The Sunshine Band de segunda.
No geral, surpresa positiva. Ficou ruim pro TIM (ata de raiva) agora. Foda é ir para a cidade-cinza...

Saturday, November 03, 2007

O Sentimento É Uma Coisa Chata

Há quem se emocione com uma música na medida em que ela pareça transmitir uma dose genuína de sentimento. A moça aí de cima transborda de sentimento, especialmente antes da parte da letra que diz "If I ran away...", em que a mão dela faz movimentos misteriosos abaixo do nosso campo de visão.

Ridículo.

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