Thursday, July 31, 2008

Nick Cave & The Bad Seeds - "The Boatman's Call"

[The+The+Boatman]

Tua namorada te deixa, aí você bebe um vidro de shampoo. Ou então cai na putaria. Bebe todo dia. Liga pra ela diariamente que nem aquele cara chato do filme "The Hottest State", testando a paciência da coitada. Se finge de amigo para tentar aproveitar uma possível recaída...
É, mas tem gente que não é tão escrota que nem você, tem gente que pega a dor e transforma em arte.
Olha a cara do boneco na capa. Tudo bem que ele nunca foi um modelo de beleza, desde os primórdios, com cara de junkie terminal, já no início de carreira com o Birthday Party, até hoje em dia, calvo e bigodudo. E a verdade é que quanto mais feio, maior a dor, hahahaha.
Eu tô aqui rindo, mas não devia não. Não há espaço para deboche nesse disco do mestre Cave. Aqui é só dor, melancolia, a certeza do fim de um amor, da esperança, da bondade, da possibilidade de felicidade, num mundo escuro. Para sempre. Romantismo de beira de cova, mas belíssimo.
"Eu não acredito num Deus intervencionista", primeiros versos da primeira música, um hino à beleza da mulher que nunca mais vai voltar. Elas costumam ficar muito mais bonitas quando estão indo embora. Um piano econômico que permeia todas as canções do disco, mas não aquelas notinhas fofinhas de Coldplay ou Belle & Sebastian. Notas graves, arrastadas, graves como a voz, como o som dos baixos, como a existência. Mas ainda há um fiapo de esperança nessa primeira faixa. Talvez Deus exista e a guie de volta.
Piano e hammond nos ensinam em "Lime-Tree Arbour" que "Sempre haverá sofrimento/Ele flui pela vida como água". Mas é na canção seguinte, que temos talvez a lição mais dura a ser aprendida, com violinos acentuando o drama da canção: "People Ain't No Good". Não são. Algumas até tentam, mas, pense bem, você é bom? Não é tão mais fácil ser mau? "Nos casamos sob cerejeiras(...)/O inverno desnudou os brotos/Uma árvore diferente agora ladeia as ruas/Sacudindo os punhos no ar". Pungentes imagens para um amor que deu errado. "Não é que eles tenham corações maus/Eles ficariam com voc~e se pudessem/Mas isso é tudo babaquice/As pessoas não são boas". Aqui Nick Cave chega perto do mestre Leonard Cohen em termos versos geniais da música pop.
Em "Brompton Oratory" o clima fica mais pra cima e...Não, não fica. O tom aqui é um só. É um funeral. Algum conforto na fé se "Não há Deus lá em cima no céu"? "There Is A Kingdom" é confusa, um hino religioso no mesmo mundo abandonado por Deus, mas perdoemos o autor. Quem quer coerência entre as faixas, que vá ouvir um álbum conceitual de rock progressivo. "Da mágoa mundos inteiros foram construídos" é o verso que traga o segredo da beleza desse disco e está em algum lugar de "Are You The One I've Been Waiting For?". E "Where Do We Go Now But Nowhere?" traz outra pergunta impossível de responder no título. Para onde ir? Para onde todos nós vamos? Rumo ao chamado do barqueiro. Os versos quase pronográficos praticamente intarduzíveis quase trazem um sorriso ao meu rosto, em meio às trevas: "In a colonial hotel we fucked up the sun/And then we fucked it down again".
"West Country Girl", "Black Hair" e "Green Eyes" nos dão as pistas das formas da amada pedida. PJ Harvey, dizem alguns. Possivelmente. Na segunda destas músicas, a dor da perda do "mistério". O mistério que parece pertencer a nós, mas que escorre por entre os dedos no fim, ou depois do fim. "Hoje ela pegou um trem para o oeste". "Idiot Prayer", outro título excelente, traz um narrador vislumbrando a própria morte e se perguntando se "O céu é um lugar para onde só os que sofrem vão". Ainda com o amor perdido em mente. Como esquecer? "Far from me. So far from me". Interesante notar que nestas músicas finais, os versos se tornam mais confessionais, menos líricos, banais até.
Geralmente é o que um coração partido faz. Faz de nós banais. Não é o melhor disco de Nick Cave, mas é certamente o mais doloroso e pessoal.
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Engraçado, agora me deu a impressão de que já postei esse disco. Ah, vai de novo.

"Raiva Da Penetração"

[Penetration+Angst.jpg]

Cansado de ver aqueles filmes franceses pretensiosos que só aborrecem e são desculpa para mostrar gente feia pelada? Sem problema. Esse clássico absoluto de 2003, que eu traduzi por "Terror Da Penetração", ainda que fosse tentado a chamá-lo de "A Hora Da Penetração", em homenagem aos filmecos de terror dos anos 80, e que tenha traduzido literalmente no título deste post, vai trazer a você sua vontade de assistir filmes de volta.
O filme conta a história de uma pobre moça chamada Helen (interpretada pela roqueira Fiona Horsey que toca numa banda chilena ou colombiana, algo assim), que tem um sério problema em sua vida sexual: devido a um trauma de infância, toda vez que ela tenta fazer sexo, sua vagina literalmente engole o parceiro. Inteiro.
Como isso não é o bastante, ainda temos gêmeas siamesas, roubos a banco, strippers alucinadas e diálogos lindos como "Escutou? Minha boceta está em silêncio", ou simplesmente sons emitidos pela vagina esfomeada, pontuado por riffs bregas de heavy metal, "Me alimente...Me alimente...".
Coisa fina. Interessados nas legendas em português, que eu mesmo me meti a fazer, pois não encontrava na net, deixem um recadinho.
http://thepiratebay.org/tor/4287740/Penetration.Angst.2003.DVDRiP.XViD-FiCO

60 + 30

Toda vez que você para e conversa com seus amigos fodões, eles sempre estão contando histórias de como comeram uma princesinha do Leblon, ou uma moreninha de Anchieta, e como elas gemeram loucamente e quase morreram nos embates sexuais travados em incontáveis noites. Isso te faz lembrar aqueles seus amiguinhos que contavam como tinham beijado garotinhas maravilhosas na visita à casa da avó ou tia que morava em um bairro distante.
Aí você depara com mais uma dessas pesquisas que, sabe-se lá por quê os jornais divulgam vez ou outra, e descobre que, segundo a tal pesquisa, 30% das mulheres brasileiras não sabem o que é um orgasmo, e que 60% só fazem sexo por iniciativa do parceiro.
Tem alguma coisa que não está batendo.

Saturday, July 26, 2008

Maldito Eco ou Igual A Tudo Igual

São impressionantes as imagens que se consegue digitando a palavra "Idiota" no google imagens. No futuro estudarão nossa época como o apogeu da idiotice, talvez, isso se aquele interessantíssimo filme (idiota) do criador (idiota?) dos (idiotas) Beavis & Butthead, "Idiocracy" estiver errado e o futuro ainda não for mais idiota.
E a idiotice mais irritante de nosso tempo é essa tentativa geral de não parecer estranho, original, pessoal e parecer sempre o mais genérico, superficial e parecido com algo que já exista o possível. É, hoje resolvi adotar aquela postura babaca de quem escreve em blog e ditar minhas regras ao mundo. Engraçado como 99% dos blogs são assim, algum zé ninguém (ou maria ninguém. Opa, bom nome pra banda é, Maria Ninguém) expondo sua visão do mundo que ninguém pediu para ouvir.
Essa tentativa de se encaixar, de não ficar de fora, de não parecer um destacado, um "loser", parece dar o tom de nossa crítica jornalística. É inacreditável. Se a crítica internacional baba em cima da baboseira (não resisti ao trocadilho) do filme do Batman com B de Bush, aqui vamos todos atrás. Se a mídia estrangeira arrasa o interessantíssimo cd da Scarlet Johansson por puro preconceito com a atriz e agora cantora, vamos nós atrás repetindo que ela "não sabe cantar".
Ter uma opinião muito pessoal hoje pode ser perigoso. Vão te chamar de recalcado, vão dizer que você não entendeu, como se a opinião geral fosse a única que conta.
Não que eu me importe. Sou teimoso. Não é porque chove merda lá fora que vou me vestir de marrom. Meus conselhos? Ouça o cd de um sensacional folk singer (importante: o cara sabe compor, diferente da legião de imbecis sem talento que empunha seus violões com fiapos de melodia e absolutamente nada a dizer e se auto-rotulam "folk") chamado Miles Benjamin Anthony Robinson. Dizem que ele é amiguinho dos sensacionais TV On The Radio. Todo mundo que se paroxima desses caras parece ser "tocado" pela graça. O já citado disco da Scarlet Johansson foi produzido pelo guitarrista da banda. Parece que também tem as mãozinhas deles no surpreendente novo trabalho da chatinha desde sempre Meshell Ndegeocello. Viva o TV On The Radio, apesar do showzinho merda que eles fizeram aqui no TIM de 2006(?).
Sei lá, passou a vontade de escrever.

Thursday, July 24, 2008

Por Que Tão Sério? Por Que Tão Ruim?

Todo mundo sabe o que dizem sobre unanimidades. Tudo se torna ainda mais suspeito, se o assunto em questão é um produto que custa milhões, bilhões de dólares. Tem que haver retorno, o capital investido tem que retornar triplicado, quadriplicado, o público tem que ficar saitisfeito, os produtores, os divulgadores, é bastante gente. Bobagem gastar neurônios com um produto que é pura diversão para as massas, diriam alguns. Discordo. os filmes "sem ideologia", a cada bobagem hollywoodiana que assisto, cada vez mais me convencem que são os mais ideológicos.
Confesso que vejo ainda com mais má vontade as adaptações de quadrinhos feitas por Hollywood. Não consigo (na verdade consigo) entender por quê os diretores e produtores escolhem determinados personagens para adaptar para a telona e simplesmente alteram completamente a sua essência, quando seria mais fácil e lógico, simplesmente inventar um personagem novo, que poderia expressar exatamente as idéias de seus criadores, sem maiores deturpações. Ah sim, claro, um personagem novo não faz parte do imaginário do grande público, não sendo portanto imediatamente vendável. Nada que um marketing abusivo não resolva.
Nunca pensei que fosse sentir saudade das adaptações de Tim Burton. Ao menos suas adaptações conseguiam captar a atmosfera sombria e ao mesmo tempo grotesca e meio ridícula das histórias do homem-morcego. Meio ridícula sim. Homens vestidos de morcego, pinguim, coringas, pontos de interrogação não têm como ser levados a sério, por mais que gente tola tenha engolido a suposta guinada dark dos quadrinhos do final dos anos 80 e início dos anos 90.
Densidade, profundidade, discussão de dramas existenciais? Não, o filme de Cristopher Nolan não é nada disso, isso é Dostoievsky. Heath Ledger "é" o Coringa? De forma alguma. Uma rápida passagem por qualquer revistinha do Batman vai nos mostrar um personagem psicopata e doentio, mas jamais truculento. A palavra chave dessa bobagem chamada Cavaleiro Das Trevas, aliás, é truculência.
O Coringa de Nolan e Ledger está mais próximo dos vilões pós-sub-Hannibal Lecter dos filmes de torture porn da atualidade como "Saw" (Jogos Mortais). O Batman troca golpes de caratê com seus oponentes, sem se utilizar da maior arma que o personagem possui nos quadrinhos, que é o mistério sobre sua possível origem sobrenatural. Se é pra dar joelhada e cotovelada, para quê se vestir de morcego? A única personagem feminina de alguma - pequena - relevância, interpretada pela feiosa Maggie Gyllenhall (é assim que se escreve? Tô com preguiça de checar), morre como se nunca houvesse existido.
Épico? Só na aconcepção de épico aplicada a baboseiras como jogos de RPG, trilogia "Senhor Dos Anéis" ou discos do Angra. O filme parece ter 3 horas e meia, isso é épico o bastante? É claro que o público adora ver lápis enfiados em cabeças e caminhões capotando, mas ao ver um filme, posso até desligar o celular, mas o cérebro deixo ligado.
Batman com B de Bush, invade países alheios em nome de um bem maior. Invade a privacidade de toda uma cidade (Sol em Gotham City? Vai à merda, Nolan!) por uma causa justa, e embora vá passar como vilão aos olhos da maioria, é um herói em seu íntimo na brega conclusão do filme.
Depois desse monte de asneiras, só baixando a melhor adaptação de quadrinhos já feita, a única que conseguiu captar a essência da obra em que se baseava, "Sin City". Ok, Homem-Aranha também passa, apesar da tolice do último filme.

Tuesday, July 22, 2008

U2 - Garoto De Luxo

Estão sendo relançados em edição de luxo os três primeiros cds do U2, trabalho esse que realmente mostrava-se necessário, levando-se em conta que as edições disponíveis deixavam muito a desejar em termos gráficos e sonoros (encartes vagabundos com pouquíssima informação, som baixo, características típicas dos primeiros lançamentos em cd, pelo menos no Brasil). Chegarão no Brasil? Esperamos que sim, afinal, público para isso existe aqui até de sobra.
Torna-se oportuno então o momento para falar do esquisitão primeiro disco do U2. Para os neófiotos pode até parecer difícil imaginar, mas houve uma época, filhinhos, em que o som do U2 era algo inovador, radical, polêmico e até certo ponto, revolucionário. Guitarras tocadas de um modo quase único no rock, vocais apaixonados e uma cozinha quase marcial eram uma receita que funcionou como uma lufada de ar fresco no início da década de 80.
Porém, quando disse "esquisitão" nem falava disso. O disco em questão foi adotado pela comunidade gay quando de seu lançamento, graças às diversas referências homoeróticas contidas em suas letras e capa, levando inclusive à mudança da capa original na terra dos taradões, Estados Unidos da América.
Muito bem, o disco chama-se Boy e tem um garotinho singelo sem camisa na capa. Até aí nada demais. Até que em "I Will Follow" a primeira pluma voa "Um garoto tenta com todas as suas forças ser homem". Tanto esforço parece, hmm, digamos, "esquisitinho". "Twilight" com algumas das melhores guitarras já gravadas pelo The Edge até hoje, escancara geral "Eu olho nos olhos dele/Estão fechados, mas eu vejo algo" (Fechados? O quê esse garoto está fazendo acompanhado de um homem de olhos fechados?). Nada de "ela". São os olhos "dele" mesmo. Mais à frente a mesma música nos diz "O velho tentou me levar até em casa/Acho que ele devia saber". Peraí, peraí, peraí. O velho que estava de olhos fechados alguns versos atrás quer levar o garoto para casa? E o quê exatamente o velho devia saber? O refrão não deixa dúvidas: "Nas sombras/O garoto encontra o homem". Ah tá. O garoto encontra homens de olhos fechados nas sombras e termina a música dizendo "Eu me perdi". Será que eu estou sendo maldoso?
Na música seguinte tem uma "ela" meio etérea, que não convence nem um pouco. "Into The Heart" fala da viagem a um coração juvenil sem sexo. Em "Out Of Control" descobrimos que as "garotas fazem crianças". Como diria o Batman ao Robin num episódio pra lá de suspeito da série televisiva "Melhor ficar longe delas" então. Está fechado o lado A, sou do tempo do vinil.
O lado B vem com "Stories For Boys" (Histórias Para Garotos), como se todas as outras músicas até aqui já não parecessem isso. "Às vezes o herói me leva (...)/Às vezes a dama me leva" são versos que parecem retratar o garoto perdido entre as possibilidades sexuais oferecidas. "The Ocean" cita nominalmente Dorian Gray, e sobre Oscar Wilde nem é preciso falar muito. "A Day Without Me", segundo Bono, é dedicada ao vocalista do Joy Division, Ian Curtis, garoto mártir suicida do rock inglês.
"Another Time, Another Place", tem que ser dito, possui um dos solos de guitarra mais belos da história da música. A letra traz um narrador "nu e assustado" deitado numa cama. "Ela" se foi, então, ele decide que agora vai ficar com "você". "Você" que não é "ela". Voltemos ao "Garoto, estúpido garoto" na rima pobre boy/toy de "Electric Co." só para lembrar, como se fosse possível esquecer, que aqui falamos de garotos. Ao final de tudo, voltamos às ruas cheias de fálicas "árvores altas" e considerações sobre a natureza do amor em "Shadows And Tall Trees".
Quer tirar suas conclusões?
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Friday, July 11, 2008

Quando Nossos Heróis Cagam Tudo

O Criador (tendo sido Ele Deus, O Acaso, Alá, Zambi, Tupã, Zeus, ou algum daqueles deuses pré-colombianos com nomes cheios de consoantes) não foi, em absoluto generoso no que se refere à genialidade. Mas, em contrapartida, o foi com a capacidade de fazer merda.
Que fazer quando nossos ídolos pisam fundo na jaca? Sei lá. Fazer uma lista.
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1. PJ Harvey - White Chalk. "Ah, no próximo disco vou tocar algum instrumento que eu mal domine...tipo piano. Fazer o disco inteiro só no piano e voz...". Não. Não, Polly Jean, nada disso. Papai do céu não te deu talento pra isso. Se fosse para você tocar piano, já teria aprendido a essa altura da vida, certo? E a voz? Por que tão aguda? E esse vestido? E esse cabelo?


2. David Bowie - Never Let Me Down. Não é à toa que ele está num picadeiro. Esse disco é que nem palhaço. Não serve para nada, uma monstruosidade. Tudo bem que os anos 80 foram difíceis para todos, mas ir tão fundo assim no poço é quase pessoal. Na boa, dá vontade de dar porrada no Bowie, de tão ruim que esse disco é. Always let you down.


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3. R.E.M. - Around The Sun. Estou começando a descobrir que todo disco ruim traz uma mensagem sobre sua ruindade já na capa. A PJ vestida de bruxa, o Bowie fazendo palhaçada num picadeiro e o R.E.M. desfocado. Na verdade, a capa seria uma foto em que se veria nitidamente os três membros da banda andando, mas, quando eles ouviram a merda que tinham feito, ficaram com vergonha. Não serve nem como remédio para insônia, porque causa pesadelos.

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4. Cat Power - Jukebox. Bundinha para trás. Sei. nenhum disco bom tem alguém empinando a bunda, isso é uma lei universal das capas. Tudo bem ela resolver posar de gatinha, mas precisava bancar a boba alegre full time e desperdiçar uma das melhores vozes do mundo pop com rockzinho de bar? Covers? Covered in shame.

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5. Frank Black - Frank Black Francis. O senhor Frank mereceria uma menção honrosa aqui nessa lista, já que a maior parte de sua discografia pós-Pixies é um lixo sem fim. Mas aqui ele se supera, esmerdalhando sem pena alguns clássicos de sua ex-banda em versões "climáticas" e "experimentais". O talento foi junto com o macaco para o céu. Qual a mensagem da capa? Ah sim, "Eu era jovem e magro e não sabia de nada. Agora sou gordo e maduro e fodão". Não.

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6. Iggy Pop - Beat'em Up. Talvez a pior capa dessa coleção. Um traveco usando um biquini com uma pistola frontal. Poderia ser pior. Poderia ser o próprio Iggy de biquini. Melhor nem pensar nisso, é assustador demais. Mas quanto ao som, não poderia ser pior. Iggy se aproxima do radicó melódico e do metal pobre americano do final dos anos 90 com a pior coleção de canções desde sempre.

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7. Morrissey - Kill Uncle. Mais do que um tropeço, um mergulho no mau gosto. Letras que não dizem nada, músicas infestadas de pianinhos idiotas, uma balada que fala de um garoto árabe espancado, acompanhada por um violino, trocadilhos do nível de um Engenheiros do Hawaii em "King Leer". Se você odeia o cara, esse é o disco certo para se encher de argumentos. E a capa o mostra de braços abertos, levemente perplexo, pensando na falta que faz um Johnny Marr.

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8. Neil Young - Are You Passionate? Não. Sem paixão nenhuma. Apesar do timbre perfeito de guitarra, um disco que contém música pró-Bush em plena ressaca de 11/09 não pode ser bom. Ele tentou até consertar isso com outro disco chato, o "Living With War", mas o estrago já tinha sido feito. Nada se salva, desde a breguice militarista da capa. E nem americano o babacão é.

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9. Echo & The Bunnymen - Flowers. Se você acha que a decadência dos coelhinhos de Liverpool é coisa de agora quando a banda visita o país pela sétima vez (!!), saiba que há muito tempo eles são o tipo de coelho que não sai do mato, ou talvez o tipo de mato do qual não sai coelho, mas sendo eles coelhos...vocês me entendem não? A voz do Ian já tinha ido pro saco há uns dez anos quando eles cometeram essa coisa aí. Morrendo de vergonha, puseram uma foto do avô do guitarrista na capa. Dizem que até hoje o guitarrista não dorme, assombrado pelos fantasmas dos avós.

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10. The Cure - Wild Mood Swings. O único humor que se altera é o de quem ouve essa bosta. A se julgar pelas músicas que já vazaram do próximo álbum da banda de Robert Smith, talvez o próximo trabalho da banda seja ainda pior que este, mas até lá, esse ocupa a honrosa posição de disco mais chato, medíocre, pouco inspirado, derivativo, tolo e inútil da banda.

Wednesday, July 09, 2008

"Love Not Money" - Everyhting But The Girl



O Broguisdé é um blog justiceiro. Só não usa máscara nem sunga por cima das calças, mas seus posts aqui tem o claro intuito de corrigir determinadas injustiças do mundo pop. Na época de lançamento, esse disco foi espinafrado pela crítica, até de pedofilia os acusaram pela quse singela capa do casal de moleques mijões. Tudo bem que em sua carreira, a dupla não se destacaria exatamente pela consistência. Se no primeiro disco atacavam de new bossa, um rótulo vagabundo para um gênero não menos vagabundo, inventado para bandas pop britânicas do início dos anos 80, que mesclavam popzinho safado com supostas influências de música brasileira (para inglês ouvir), aqui as influências de Smiths são notáveis, enquanto mais à frente esbarrariam no country, no pop meloso de fm, na house music, trip hop e drum'n'bass.
"Love Not Money" está longe de ser perfeito. Quando se tem a linda voz de Tracey Thorn, quem precisa de Ben Watt cantando uma balada? Talvez eu esteja simplesmente me baseando em meu gosto pessoal, mas diria que aqui está a mais bela coleção de canções da banda, que tem vários bons momentos ao longo de sua camaleônica carreira.
"When All's Well" abre o disco com um refrão de versos incrivelmente idiotas, mas com uma melodia que evoca o melhor do pop feito nos anos 80. Mas experimente ouvir "Bakllad Of The Times", "Are You Trying To Be Funny", "Trouble And Strife" ou "Anytown" e se surpreenda com letras amargas e feministas, com muitas cutucadas na burrice do "man's man's man's world". Aventure-se pela linha de baixo marcante de "Shoot Me Down" e se emocione com Tracey exorcizando velhos dramas familiares.
Outros bons momentos são uma homenagem à rebelde lobotomizada Frances Farmer em "Ugly Little Dreams" e a breguice bem-intencionada de "Angel". Bons tempos em que discos medianos soavam assim. E que guitarras...
http://rapidshare.com/files/36601144/Everything_But_The_Girl_-_Love_Not_Money.rar

Tuesday, July 08, 2008

Whammy!

aohio.jpg

Nem por isso passaremos a desgostar do B-52's. Aliás, talvemos passemos até a gostar mais.

O Disco Novo Do Oasis Será Ruim E Você Terá Que Pagar Por Isso

É fácil odiar os irmãos Gallagher porque eles são cheios de marra e não têm disposição. Só garganta. A última deles foi alfinetar o Radiohead dizendo que o próximo cd deles não seria de graça não, porque eles usaram o estúdio mais caro da Inglaterra, o produtor mais caro dos EUA, o designer mais caro não sei de onde. Fodam-se.
Qual foi a última música realmente boa que esses babacas compuseram? Eu não lembro. O Radiohead ainda foi acusado de usar o esquema do download for free como marketing. Como se o Oasis jamais tivesse feito isso, usando até briguinhas inventadas para tentar vender disco. Quero ver essa marra aqui no Cabuis, Nilópolis, Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, Brasil!
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