Sunday, May 23, 2010

Cat Power. Zzzzzzzzzzzzzzzzzzz.

O show da Cat Power no último dia 21 de Maio foi o mais potente sonífero que já experimentei. Os bocejos incontroláveis começaram a se manifestar já na metade da segunda música. TUDO A MESMA MERDA. Tudo soava como uma "lifelong song" dos infernos. O que aconteceu com essa mulher, meu Deus? Após ter se descoberto "gatinha", ali em algum lugar do álbum "The Greatest", a cantora decidiu abrir mão de seus minimais piano e guitarra, erm nome de uma sonoridade de banda de bar de quinta categoria. E eu que havia achado o show do TIM festival ruim, acabei por descobrir que sempre pode piorar.
A maior parte daquele espetáculo entediante foi conduzida por um teclado irritante, uma guitarra raquítica e a voz de Chan, perdida em melodias impossíveis de se distinguir umas das outras, fator nada ajudado pela ruim acústica do Circo Voador naquela noite.
Chan, volte para as drogas. "Happy people have no stories".

Tuesday, May 18, 2010

"Alice In Wonderland"

Gostar de "Alice In Wonderland", último filme de Tim Burton, ou pelo menos não considerá-lo terrível, como boa parte da crítica fez, não foi tão difícil para mim. Reconheço no cineasta um estilo, conquistado à base de insistência nos mesmos climas e temas, mas nunca compartilhei da excitação do fã-clube do "Eduardo Mãos-de-Tesoura". Considero o ponto mais alto da carreira do diretor seu filme mais "diferente", "Peixe Grande".
Diria até que Burton comete mais deslizes quando investe em adaptações ou refilmagens. Seus "Batman" são caricaturais demais, seu "Planeta Dos Macacos" é simplesmente ruim. Comparados com aqueles, "Alice..." se sai muito melhor.
O filme opta por mostrar uma Alice adulta, prestes a retornar ao universo criado por Lewis Carrol em seus livros. A protagonista, infelizmente, é inexpressiva, não sei se por culpa da atuação mediana da atriz Mia Wasikowska, ou se por um roteiro fraco. O resultado é que o destino da moça não nos interessa nem um pouco, ainda que o início do filme sugira uma ideia que, se aproveitada, talvez fizesse do filme algo completamente diferente e muito mais atraente: imagina Alice adulta, atormentada por seus delírios de infância, com sérias dificuldades em lidar com o mundo real, quem sabe até sendo "tratada" por um terapeuta? Burton não considerou isso, azar nosso.
Algumas críticas negativas se concentraram no peso que a marca Disney teria tido sobre o projeto. É claro que é possível sentir isso em algumas sequências mnais histéricas, no visual "bonitinho" (propício a exploração posterior do marketing do filme com souvenirs para todos os gostos) de alguns personagens, ou mesmo na adoção do 3D, mas nada que interfira substancialmente no tom dark da maior parte do filme.
Johnny Depp, o ator favorito de Burton, está parecido demais com a Madonna para impressionar como o Chapeleiro Louco. Os personagens digitais convencem, talvez sejam o futuro do cinema mainstream, principalmente quando não misturados com "partes"humanas". Na verdade o ponto mais baixo do filme são as sequências de ação, desnecessárias e desengonçadas. Alguém precisa de uma Alice militarizada?
Convém lembrar que o filme foi assistido por mim em 2D mesmo. A realidade é em 3D e sabemos o quanto ela pode ser desagradável. Quando começarem os esforços no sentido de transformar a realidade em 2D, igualzinha aos nosso sonhos hollywoodianos mais íntimos, podem contar comigo.
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