Bob Dylan - "Chronicles"
Nem todo o meu tempo é gasto reclamando do fato de as mulheres mais interessantes do mundo não se deitarem na minha cama. Entre uma lamúria ou outra eu leio uns livros e me deu vontade de falar desse. O velho Zimmerman resolveu falar nele, mas como era de se esperar, ele fala do que quer, na ordem que quer e foda-se você. Não que o livro seja escrito do ponto de vista do deus que alguns tentam transformar o cara, pelo contrário, o narrador o tempo todo parece querer nos convencer do quanto é simples, normal, influenciado, pacato.
O, digamos, "toque" Bob Dylan, vem do fato de que o senhor simplesmente ignora sua melhor fase musical, nos anos 60,apenas para nos revelar em minúcias a gravação de um disco mais ou menos como "Time Out Of Mind", lançado nos anos 90. Concentra-se na descrição de obscuros colegas de palco da pré-história de sua carreira, mas ignora qualquer referência icônica (Byrds, Hendryx, Beatles, Stones). E mais grave, nada menciona de sua lendária queda por negonas.
Tirando isso, é um livro delicioso. É muito bonito ler as recordações do jovem Dylan mergulhando apaixonado nos trabalhos de Woody Guthrie, Robert Johnson ou Hank Williams. O compositor que ele viria a se tornar jamais existiria sem esses mergulhos, fica aí o conselho e o comentário.
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