Tuesday, April 29, 2008

Fui Ao Inferno E Gostei


Tenho visto tanto filme merda, na sanha de baixar e baixar e baixar, que quando um filme me leva a alguma reflexão, já fico com vontade de escrever a respeito. Desta vez foi "L'Enfer", de Danis Tanovic. Nem tanto pela história, que me pareceu um tanto previsível com suas revelações de um passado escabroso, mas pela construção dos personagens, cenas memoráveis, alguns bons diálogos e excelente fotografia, isso desde os excelentes créditos,que são obrigatórios para aquieles que acham a natureza "assim, uma coisa linda.
O modo como o filme retrata os homens, como seres fracos e a gressivos, como todo animal inseguro, levemente repulsivos e francamente secundários, me agradou bastante. As mulheres, por sua vez, todas emocionalmente instáveis e tendendo a atos impensados, também foram retratadas, a meu ver, de modo muito preciso. É claro que são generalizações, mas, como já repeti em duas ocasiões diferentes para amigas diferentes, sem generalizações não se chega a nenhuma conclusão.
É notório que muitos filmes europeus conseguem torrar nosso saco quando tentam soar filosóficos, mas não é o que acontece aqui. As questões que o filme propõe são insinuadas de modo sutil e estão plenamente inseridas na trama. Certo personagem discute o efeito da substituição do "destino" pela "coincidência" sobre a literatura de nosso tempo, outro questiona a impossibilidade da tragédia, no sentido grego, em um mundo sem fé, e a única possibilidade restante, o drama. E nem dá sono.
Tudo bem que os peitos enormes de duas protagonistas, Karin Viard e Emanuelle Beart, desviam sua atenção e dão um ar "hollywoodiano" no mau sentido a algumas sequências, mas cenas como a que Karin interpreta equivocadamente as intenções de um outro personagem (um dos momentos mais clássicos de desconforto na história do cinema), ou ainda quando a mesma personagem diz algo que jamais estaria num roteiro de filmeco pipoca "Eu achei que você estava apaixonado por mim. É que eu assisto muitos filmes".
Outra tradição que o filme afirma, e aqui estou reclamando, é a de mulheres visivelmente mais atranetes que seus parceiros nos filmes europeus. Tem sentido a Emanuelle Beart se rasgando por causa daquele marido mal-acabado? Ou da outra irmã, interpretada por Marie Gillain, perseguindo um vovô caidaço?(Confira no google imagens). Tudo bem, que na vida real as mulheres primam por escolher mal seus parceiros, mas assim é exagero!!
A cena final também é um tapa na cara, a despeito da maquiagem horrorosa, estilo novela das 8 da Rede GROBO, da personagem da mãe, interpretada por Carole Bouquet. Possível citação ao maior sucesso de Piaf? (Esse post tá ficando viadinho demais...Poderia voltar aos peitos das atrizes principais, mas achei uma coisa meio desconjuntada numa análise mais,digamos, geral)
Resumindo, se alguém te mandar ao inferno por esses dias, pense que de repente é uma boa dica de cinema.

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