Os Discos Chatos do Iggy Pop
Iggy Pop estava confuso no final dos anos 80. Havia acabado de sobreviver ao tenebrosamente descaracterizado, ainda que muito bem-sucedido nas paradas, "Blah-Blah-Blah" e resolveu voltar ao bom e velho...vocês sabem. Nunca dá certo. Juntou-se ao guitarrista dos Pistols, Steve Jones, que nunca acertou nada fora de sua primeira banda, a propósito, e fez um disco de capa preta e cara de mau. Uma bomba. Ou não. Andei ouvindo o disco recentemente e descobri umas pérolas, a despeito das guitarras chupadas do AC/DC (E vamos falar a verdade: Iggy é um dos maiores cantores do rock, e uma música ruim dele vale toda a discografia do AC/DC certo?). "Cold Metal" dá um caldo, "High On You" é um excelente single, "Power And Freedom" faz você querer sair pelas ruas exigindo poder e liberdade e "Lowdown" é simplesmente linda, com Iggy mostrando o que é cantar. "Tuff Baby" e "Strong Girl" também têm seus momentos. Peraí, o disco é ruim mesmo?
Aí passaram os anos 90 e Iggy ficou confuso de novo. Estourou no início da década com "Candy" do muito pop "Brick By Brick", que até participação de Slash tinha. Entre o grunge e a nova música eletrônica, o que restava ao velho Ostenberg? "Avenue B" foi destruído pela crítica da época. Ruim também? Peraí. "Nazi Girlfriend" , com sua letra sobre a as agruras do amor e do rock and roll lifestyle pós-50, numa levada soturna e climática emociona. Trata-se de um disco confessional, para o bem e para o mal. Significa que você vai ter que aturar aquela ladainha sobre o umbigo sujo do cara, à la Lou Reed, mas também oferece momentos de lirismo dilacerante, como "Miss Argentina" e "Afraid To Get Close". Além disso, até uns loopzinhos tímidos passeiam por algumas músicas, mostrando que o cantor não estava exatamente na idade da pedra. "Long Distance" e "Corruption" também acertam na mosca ("Corruption, corruption, corruption rules my soul", cantem comigo, ou melhor, com ele!). Até espaço para o rock existe aqui, na cover "Shakin' All Over".
Quer dizer que dois discos ruins do Iggy Pop valem mais que...Sei lá. Só sei que redescobri dois excelentes trabalhos subestimados. E falando no "Blah-Blah-Blah", ele tem "Shades", que é perfeita, e mesmo "Cry For Love" e "Isolation", descontada a produção ridícula são belos exemplos de...OK, o fã calou a boca.
Aí passaram os anos 90 e Iggy ficou confuso de novo. Estourou no início da década com "Candy" do muito pop "Brick By Brick", que até participação de Slash tinha. Entre o grunge e a nova música eletrônica, o que restava ao velho Ostenberg? "Avenue B" foi destruído pela crítica da época. Ruim também? Peraí. "Nazi Girlfriend" , com sua letra sobre a as agruras do amor e do rock and roll lifestyle pós-50, numa levada soturna e climática emociona. Trata-se de um disco confessional, para o bem e para o mal. Significa que você vai ter que aturar aquela ladainha sobre o umbigo sujo do cara, à la Lou Reed, mas também oferece momentos de lirismo dilacerante, como "Miss Argentina" e "Afraid To Get Close". Além disso, até uns loopzinhos tímidos passeiam por algumas músicas, mostrando que o cantor não estava exatamente na idade da pedra. "Long Distance" e "Corruption" também acertam na mosca ("Corruption, corruption, corruption rules my soul", cantem comigo, ou melhor, com ele!). Até espaço para o rock existe aqui, na cover "Shakin' All Over".
Quer dizer que dois discos ruins do Iggy Pop valem mais que...Sei lá. Só sei que redescobri dois excelentes trabalhos subestimados. E falando no "Blah-Blah-Blah", ele tem "Shades", que é perfeita, e mesmo "Cry For Love" e "Isolation", descontada a produção ridícula são belos exemplos de...OK, o fã calou a boca.
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