A Música Impossível
Quando eu era um adolescente trancado no meu quarto numa eterna tarde cinzenta e abafada, eu li uma frase do Lou Reed numa revista de rock (E olha só a sucessão de erros: um adolescente trancado no seu quarto numa cidade em que a proporção de meninas é de 7 para cada homem segundo pesquisas não-oficiais fraudulentas e pocuo confiáveis; levando a sério uma revista de rock; e finalmente dando crédito ao que o Lou Reed fala) em que ele dizia "As pessoas morrem por razões tão estúpidas, elas devia morrer pela música!". Isso somado ao verso de When The Music It's Over dos Doors "A música é sua única amiga/Até o fim" me convenceram, me convencem até hoje de que tudo que tenho é a música. Todo o resto é tatear no escuro. Andar vendado à beira do precipício. Correr na névoa. Essas diversões de fim de tarde.
Só consigo me comunicar com os outros realmente (até certo ponto. Quem me conhece sabe da minha idealização da comunicação) através da música. Outro dia conheci uma pessoa pela internet, ela me mandou uma foto e eu uma cover do Bowie cantada por mim. Eu cantando Bowie é uma expressão muito mais fiel (e charmosinha) do que uma foto qualquer, na qual invariavelmente saio com cara de panaca.
Só que é tão difícil. Fazer música não, quando estou inspirado eu me sinto como Deus, mas, todo o resto do processo. Músicos, gravações, essas coisas. Os músicos são seres muito diferentes de mim e eu mal consigo dizer bom dia a eles. Por outro lado, a opção de fazer música é masturbatória demais para mim, e esbarra nas minhas limitações, que não são poucas e se espalham por todos os lados.
Eu sei como as músicas soam dentro da minha cabeça, mas tenho uma tremenda dificuldade em dar forma às coisas. É diferente de escrever, porque eu não me importo com meus escritos, por exemplo. Escrevo aqui como quem picha num muro, só que é seguro. Um blog é uma coisa meio idiota e isso me liberta, porque não fica aquela coisa pedante de Grande Arte, nem nada assim.
Com a música é diferente. Sou capaz de brigar com alguém de quem eu gosto muito por ela não ver graça no "What's Going On" do Marvin Gaye. Tenho essa visão ultrapassada, totalmente do século XX, de que a música é algo sério. A música pop mudou minha vida, desculpe se entendi errado.
Acaba aqui o post, mas o assunto continua dentro da minha cabeça.
Só consigo me comunicar com os outros realmente (até certo ponto. Quem me conhece sabe da minha idealização da comunicação) através da música. Outro dia conheci uma pessoa pela internet, ela me mandou uma foto e eu uma cover do Bowie cantada por mim. Eu cantando Bowie é uma expressão muito mais fiel (e charmosinha) do que uma foto qualquer, na qual invariavelmente saio com cara de panaca.
Só que é tão difícil. Fazer música não, quando estou inspirado eu me sinto como Deus, mas, todo o resto do processo. Músicos, gravações, essas coisas. Os músicos são seres muito diferentes de mim e eu mal consigo dizer bom dia a eles. Por outro lado, a opção de fazer música é masturbatória demais para mim, e esbarra nas minhas limitações, que não são poucas e se espalham por todos os lados.
Eu sei como as músicas soam dentro da minha cabeça, mas tenho uma tremenda dificuldade em dar forma às coisas. É diferente de escrever, porque eu não me importo com meus escritos, por exemplo. Escrevo aqui como quem picha num muro, só que é seguro. Um blog é uma coisa meio idiota e isso me liberta, porque não fica aquela coisa pedante de Grande Arte, nem nada assim.
Com a música é diferente. Sou capaz de brigar com alguém de quem eu gosto muito por ela não ver graça no "What's Going On" do Marvin Gaye. Tenho essa visão ultrapassada, totalmente do século XX, de que a música é algo sério. A música pop mudou minha vida, desculpe se entendi errado.
Acaba aqui o post, mas o assunto continua dentro da minha cabeça.
1 Comments:
see, i'm not the wrong guy.
is there life on...
you got me, babe.
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