A Felicidade (O Prazer?) Em Ouvir Joy Division À Meia-Noite De UM Sábado Solitário E Frio
Joy Division era a trilha sonora da minha vida dura de adolescente feio, pobre e antipático (sim, porque feio e pobre ainda aturam, mas esquisitão também aí já é sacanagem!). Mamãe arrumou dinheiro sabe-se lá como, levando em conta o controle financeiro exercido por Papai, e me deu dinheiro no meu aniversário de 15 anos para comprar um disco em Madureira. Com o dinheiro do ônibus de volta mais uns trocados que tinha esquecido, comprei DOIS discos do Joy Division e dei um calote (desci sem pagar pela porta traseira do ônibus, prática comum dos moleques nos anos 80). "Unknown Pleasures" e "Closer".
O primeiro contato com a banda havia sido via televisão, um clip em um programa da extinta Rede Manchete, canal 6. Tempos realmente difíceis. Eu e meus amigos feios e pobres líamos na Bizz sobre bandas que às vezes levávamos anos para ouvir de fato. O clip em questão era o de "Love Will Tear Us Apart". Gravei o áudio da TV numa fita k7 e fiquei maravilhado com aquilo.
Na verdade, já gostava da banda por antecipação. Já havia lido críticas e mais críticas louvando a banda e lido algumas traduções das letras. Juntamente com o "Pornography" do Cure e algumas músicas dos Smiths, a banda tornou-se a trilha sonora ideal para minhas depressões juvenis.
Só que o tempo passou e essa porra acabou né? Quem insiste nessa bobeira de só enxergar trevas no trabalho da banda, ou é imaturo ou simplesmente burro. Isso mesmo.
Como não sentir um leve sorriso nos lábios ao perceber a genialidade da produção de Martin Hannet que soa superior a quase tudo feito mesmo com a suposta qualidade tecnológica de nossos dias? (Dá pra acreditar que tem gente que acha Joy Division mal produzido?). O modo genial como criavam dissonâncias por pura "ignorância" musical como em "She's Lost Control", em que a guitarra vai para um lado e o baixo para o outro, traduzindo o descontrole que a letra narra. O talento de um moleque de 21 anos escrevendo sobre assuntos espinhosos como suicídio, relacionamentos mortos e dor em geral, tentando soar "germânico" e criando um estilo inimitável (Paul Banks, vai à merda!), o baixo "errado" do Peter Hook, agudo e à frente de tudo. As capas, obscuras. A bateria de Stephen Morris, fazendo o suicida dançar disfarçadamente.
Música genial não deixa ninguém deprimido. O que me deprime é axé ou pagode paulista.
O primeiro contato com a banda havia sido via televisão, um clip em um programa da extinta Rede Manchete, canal 6. Tempos realmente difíceis. Eu e meus amigos feios e pobres líamos na Bizz sobre bandas que às vezes levávamos anos para ouvir de fato. O clip em questão era o de "Love Will Tear Us Apart". Gravei o áudio da TV numa fita k7 e fiquei maravilhado com aquilo.
Na verdade, já gostava da banda por antecipação. Já havia lido críticas e mais críticas louvando a banda e lido algumas traduções das letras. Juntamente com o "Pornography" do Cure e algumas músicas dos Smiths, a banda tornou-se a trilha sonora ideal para minhas depressões juvenis.
Só que o tempo passou e essa porra acabou né? Quem insiste nessa bobeira de só enxergar trevas no trabalho da banda, ou é imaturo ou simplesmente burro. Isso mesmo.
Como não sentir um leve sorriso nos lábios ao perceber a genialidade da produção de Martin Hannet que soa superior a quase tudo feito mesmo com a suposta qualidade tecnológica de nossos dias? (Dá pra acreditar que tem gente que acha Joy Division mal produzido?). O modo genial como criavam dissonâncias por pura "ignorância" musical como em "She's Lost Control", em que a guitarra vai para um lado e o baixo para o outro, traduzindo o descontrole que a letra narra. O talento de um moleque de 21 anos escrevendo sobre assuntos espinhosos como suicídio, relacionamentos mortos e dor em geral, tentando soar "germânico" e criando um estilo inimitável (Paul Banks, vai à merda!), o baixo "errado" do Peter Hook, agudo e à frente de tudo. As capas, obscuras. A bateria de Stephen Morris, fazendo o suicida dançar disfarçadamente.
Música genial não deixa ninguém deprimido. O que me deprime é axé ou pagode paulista.
2 Comments:
Quem são o idiotas que acham Joy mal produzido???
Joy tb foi minha trilha sonora da minha adolescência tardia, rs. Era bom demais voltar pra casa depois de um dia ruim no colégio, ligar o som bem alto e ficar ouvindo "She's lost control". Ah, eu ouvia a caixa toda né.
Acho a "Passover" a mais bonita de todas, me foi apresentada antes de saber de fato o que era Joy, por uma amigaça.
Ansiosa estou para ver o documentário, estréia deia 6!
Conheço essa banda, é aquela daquele cantor, o Johnny Curtis, né? Filho do Tony Curtis. Tô sabendo.
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