Lloyd Cole - Love Story
Que o mundo é injusto, até as baratas que surgem em minha cozinha - e principalmente elas - sabem. Entretanto, me sinto obrigado a questionar certas "escolhas" feitas pela mídia e público musical. Como é interessante que uns sejam levados aos píncaros da glória, enquanto outros, tão ou mais importantes que aqueles sejam simplesmente ignorados.
Lloyd Cole assim como Morrissey, Bono, ou Robert Smith, só para citar três ícones do rock/pop feito nos anos 80, era líder de uma excelente banda na época, os Commotions, que tinham excelentes músicas, com letras inteligentíssimas. Também, como seus colegas de geração, tinha um guitarrista brilhante e de estilo pessoal e rebuscado, Neil Clark. O som feito pela banda também era dosado com referências ao pop sessentista, como era de praxe então. Por que então, o nome de Lloyd Cole, que continua em atividade em carreira solo hoje em dia, jamais é citado?
Tenho minhas suspeitas. Ao contrário de Morrissey, ele nunca posou de solitário intelectual sofredor, ainda que dividisse com esse a tendência a "pegar emprestado" da literatura para sua s letras. Nem fez como Bono e posou de Messias, ou usou lápis no olho como Robert Smith. É, deve ter sido aí que ele errou.
Com o fim dos Commotions, no final da década de 80, Loyd Cole partiu para uma carreira solo tão irregular quanto os trabalhos dos coelgas acima citados. Em 95, porém, acertou na mosca, com sua (s) triste (s) hsitória (s) de amor. "Love Story" pode ser considerado um disco temático sobre o fim de um relacionamento, mas como não gosto da idéia, deixo-a de lado. Prefiro considerar que trata-se de um punhado de canções inspiradíssimas, permeadas por uma idéia que é um dilema comum na vida adulta: a impossibilidade do amor e a impossibilidade de viver sem ele.
Uma das melhores faixas do álbum já dá a dica: "Love Ruins Everything". E o amor arruina de tal maneira, que mesmo quando agoniza, deixa cinzas ardentes como os pequenos detalhes narrados em "Like Lovers Do". O tolo sentimental de "Sentimental Fool", o homem sem lar quase às lágrimas de"Baby", o amante disfarçando que está tudo bem em "Happy For You" e o pai apaixonado de "Trigger Happy" certamente possuem algo do autor, mas pgosto de ^vê-los como irmãos desconhecidos compartilhando a dor, espalhados pelo mundo, sozinhos, como nós todos.
Musicalmente o álbum deixa transparecer algo do Dylan dos anos 60 e do Lennon abandonado por Yoko nos anos 70, mas Cole se impõe como o excelente compositor e intérprete que é. Em algumas faixas seus violões constróem um emaranhado complexo e belo com as guitarras do velho comparsa dos Commotions e do romântico junkie precocemente morto Robert Quine.
Clássico, sem dúvida, jogado às traças enquanto a maioria estava interessada em ouvir discos duplos insuportáveis de Billy Corgan.
5 Comments:
cadê o link do rapid share?
:)
Opa, estou baixando, quando eu ouvir te falo!
Eu acho que você não vai gostar...
Sinceramente, mestre... Acho que esse foi um dos seus melhores posts, com a crítica mais honesta que poderia ser feita sobre o "Love Story", e especialmente sobre a inexplicável falta de citação sobre Lloyd Cole na mídia musical, pois deveria ser tão divulgado quanto os outros nomes mencionados aqui.
Mas tudo como pode ser, ele continua na ativa, continua nos fornecendo material de qualidade, e nós continuamos quixotescamente tentando apresentar Lloyd Cole aos que não sabem o que estão perdendo!!!
big, big thanks!!! :)
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