Eu Mesmo
Me lembro da primeira vez em que raspei totalmente a cabeça, ainda tinha um resto de cabelo que insistia em crescer. Eu fui à casa dessa menina que eu estava tentando convencer, sem sucesso, a me ceder seus favores, eu com 22 de idade, mais ou menos, ela com menos. Lembro da perplexidade nos olhos dela, "Por que você fez isso?". Naquele tempo, quando me faziam esse tipo de pergunta, eu tentava responder, achando que era isso o que as perguntas exigiam. Não sabia que algumas perguntas são, na verdade, exclamações disfarçadas.
Eu vinha de uma longa e árdua luta com meu cabelo. Nunca soube o que fazer com ele, sempre achei que os diferentes cortes que eu tentava me deixavam com uma cara que não era a minha, ou pelo menos não a cara que eu gostaria de ter. Quando me livrei dele, achei o resultado mais simpático, mas isso ainda é a menor das razões. O grande encanto de ser careca adveio da imensa praticidade. Nunca mais pentear o cabelo.
"Você não pode estar falando sério", ela disse. Eu estava. Vem de longe a minha sina de ser levado a sério quando estou brincando e vice-versa. É o que eu chamo de grave problema de comunicação, deve ser algo nas minhas palavras e meus gestos. Por isso procuro ser o mais direto possível, jamais vou escrever poesia (por falta de talento também), me irritam os textos muito intrincados, eu conheço os riscos da incompreensão.
Entendo a incompreensão. É difícil para mim, entender como as pessoas se deslumbram com valores fúteis. É complexo aceitar a opção por uma vida sedada por ilusões diversas (Deus, amor, drogas, política), quando a meu ver, não há como fugir da realidade, exceto pela morte. Lembro de uma garota que conheci (com essa tive alguns avanços, mas sinceramente lamento o ocorrido), que não conseguiria sair de casa se o cabelo estivesse ruim, mesmo em caso de incêndio. Isso não faz o menor sentido para mim, mas, quem morreria queimada seria ela, logo...
Tudo se trata de prioridades. Como aquela outra que alegava que eu me "expunha demais no blog". Me exponho para quem? Quem lê essa merda? Estou me queimando ao dizer que perdi a virgindade aos 21 anos? As pessoas não vão querer ir para a cama comigo depois disso? Eu quero ir para a cama com imbecis que concluiriam isso? (Não, abandonei esse hábito lá pelos 26 anos mesmo. Mesmo que disfarce bem, uma mulher imbecil vai demonstrar sua imbecilidade em algum momento, às vezes durante o sexo. Além do mais, sexo dura muito pouco e uma das piores sensações pós-orgasmo é desejar que a parceira desapareça por completo da face do universo).
Temendo que esse post seja eterno, me forço a parar por aqui e voltar a assistir ao excelente documentário sobre Robert Crumb, que estava me emocionando bastante. Façam o mesmo, não percam seu tempo com esse blog fútil ou com outras futilidades mil, porque a vida é curta demais e as coisas boas geralmente duram segundos, crianças.
Eu vinha de uma longa e árdua luta com meu cabelo. Nunca soube o que fazer com ele, sempre achei que os diferentes cortes que eu tentava me deixavam com uma cara que não era a minha, ou pelo menos não a cara que eu gostaria de ter. Quando me livrei dele, achei o resultado mais simpático, mas isso ainda é a menor das razões. O grande encanto de ser careca adveio da imensa praticidade. Nunca mais pentear o cabelo.
"Você não pode estar falando sério", ela disse. Eu estava. Vem de longe a minha sina de ser levado a sério quando estou brincando e vice-versa. É o que eu chamo de grave problema de comunicação, deve ser algo nas minhas palavras e meus gestos. Por isso procuro ser o mais direto possível, jamais vou escrever poesia (por falta de talento também), me irritam os textos muito intrincados, eu conheço os riscos da incompreensão.
Entendo a incompreensão. É difícil para mim, entender como as pessoas se deslumbram com valores fúteis. É complexo aceitar a opção por uma vida sedada por ilusões diversas (Deus, amor, drogas, política), quando a meu ver, não há como fugir da realidade, exceto pela morte. Lembro de uma garota que conheci (com essa tive alguns avanços, mas sinceramente lamento o ocorrido), que não conseguiria sair de casa se o cabelo estivesse ruim, mesmo em caso de incêndio. Isso não faz o menor sentido para mim, mas, quem morreria queimada seria ela, logo...
Tudo se trata de prioridades. Como aquela outra que alegava que eu me "expunha demais no blog". Me exponho para quem? Quem lê essa merda? Estou me queimando ao dizer que perdi a virgindade aos 21 anos? As pessoas não vão querer ir para a cama comigo depois disso? Eu quero ir para a cama com imbecis que concluiriam isso? (Não, abandonei esse hábito lá pelos 26 anos mesmo. Mesmo que disfarce bem, uma mulher imbecil vai demonstrar sua imbecilidade em algum momento, às vezes durante o sexo. Além do mais, sexo dura muito pouco e uma das piores sensações pós-orgasmo é desejar que a parceira desapareça por completo da face do universo).
Temendo que esse post seja eterno, me forço a parar por aqui e voltar a assistir ao excelente documentário sobre Robert Crumb, que estava me emocionando bastante. Façam o mesmo, não percam seu tempo com esse blog fútil ou com outras futilidades mil, porque a vida é curta demais e as coisas boas geralmente duram segundos, crianças.
2 Comments:
A vida é uma desgraça.
O bom de ser um desgraçado é rir das desgraças alheias.
Limpamos um pouco nossas barras, qdo confessamos nossas misérias.
Não nos alegremos, pois no círculo do inferno a q pertencemos o lugar marcado e intransferivel está lá nos aguardando.
Nos vemos no Inferno, ou em algum ensaio por aí.
"Limpamos nossas barras quando confessamos nossas misérias", exatamente isso, meu amigo Tulio.
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