Madonna no Maracanã, Eu Fui E Daí?
E lá fui eu. Domingo de chuva, ao Maracanã. Da última vez em que pus os pés naquele lugar, eu era um molequinho ainda, e meu pai tinha esperanças de que eu viesse um dia a me tornar um ardoiroso fã de futebol, tal qual ele era. Apesar dos subornos à base de picolés Kibon de coco e hot-dogs Geneal, meu pai fracassou feio. Sempre achei futebol um tédio, e me divertia mais com as musiquinhas que as torcidas cantava (em minha inocência, devia ter uns 5,6 anos, eu nem percebia que eram pornográficas: Uma dizia "Vou botar no cu do tricolor", que eu entendia como "Vou botar no mundo o tricolor", enquanto outra fazia a absurda referência a uma passada de "sabonete na cabeça do meu pau" e eu não fazia a menor idéia de que meu pipico era chamada popularmente de pau) do que com aquele tédio de um bando de caras correndo atrás de uma bola. Sempre me pareceu mais lógico que se desse uma bola a cada um deles para resolver a questão.
Taí uma coisa de que gosto menos do que Madonna. Futebol. E vou tentar avaliar a experiência do seu show com o pouco de boa-vontade que ainda possuo nesse coração maligno. Maracanã, multidão e cheiro de mijo. Confusão, caos na entrada. Da arquibancada, debaixo de chuva, eu constatei, já nas primeiras notas semitonadas que saíram da garganta da diva: os fãs de Madonna se dividem em dois tipos: os que querem comê-la e os que queriam ser a própria. E aí está o meu problema. Nunca quis comer a Madonna, muito menos sê-la.
Parece exagero, mas minha tese de que a maior parte do apelo da estrela se baseia na sexualidade, ficava evidente em cada passo de dança que insinuasse sexo, em cada rebolada ou gemido, que gerava uma calorosa resposta da platéia. Foi quando entendi que o problema era comigo.
Não nego que ela tenha hits eficientes. Seus últimos discos, inclusive, até demonstram uma evolução em relação aos apagados trabalhos dos anos 90, mas, ao vivo principalmente, o papel secundário da música em sua performance salta aos olhos. A platéia dançava animadamente mesmo quando tudo que havia em cima do palco era reprodução de algum clip em altíssima definição.
Vou até mais longe, já vi shows de rock bem mais tediosos. Interpol na Fundição Progresso, por exemplo, em que quatro músicos sem carisma tocaram, de modo idêntico à gravação, músicas medianas, me matando de tédio nos 20 minutos iniciais. Com a Sra. Ciccone não. Tem efeitos, telões, bailarinas gostosas (as bailarinas me pareceram mais gostosas do que nunca), coreografias, estímulo a atenção é o que não falta. Com a exceção da horrenda versão hard rock de "Borderline" (que pena, um dos seus hits mais agradáveis) e de uma sessão espanhola tão absurdamente ruim que palavras não poderiam descrever, o restante do show é bem palatável, vejam só, mesmo para alguém como eu, que não vê na artista nada além de muito marketing e talento mediano.
Só não é um show de música, mas um espetáculo mais indicado para aquele tipo de ser humano que se emociona com queima de fogos de artifício. Ou partidas de futebol. Ou filmes pornô.
Taí uma coisa de que gosto menos do que Madonna. Futebol. E vou tentar avaliar a experiência do seu show com o pouco de boa-vontade que ainda possuo nesse coração maligno. Maracanã, multidão e cheiro de mijo. Confusão, caos na entrada. Da arquibancada, debaixo de chuva, eu constatei, já nas primeiras notas semitonadas que saíram da garganta da diva: os fãs de Madonna se dividem em dois tipos: os que querem comê-la e os que queriam ser a própria. E aí está o meu problema. Nunca quis comer a Madonna, muito menos sê-la.
Parece exagero, mas minha tese de que a maior parte do apelo da estrela se baseia na sexualidade, ficava evidente em cada passo de dança que insinuasse sexo, em cada rebolada ou gemido, que gerava uma calorosa resposta da platéia. Foi quando entendi que o problema era comigo.
Não nego que ela tenha hits eficientes. Seus últimos discos, inclusive, até demonstram uma evolução em relação aos apagados trabalhos dos anos 90, mas, ao vivo principalmente, o papel secundário da música em sua performance salta aos olhos. A platéia dançava animadamente mesmo quando tudo que havia em cima do palco era reprodução de algum clip em altíssima definição.
Vou até mais longe, já vi shows de rock bem mais tediosos. Interpol na Fundição Progresso, por exemplo, em que quatro músicos sem carisma tocaram, de modo idêntico à gravação, músicas medianas, me matando de tédio nos 20 minutos iniciais. Com a Sra. Ciccone não. Tem efeitos, telões, bailarinas gostosas (as bailarinas me pareceram mais gostosas do que nunca), coreografias, estímulo a atenção é o que não falta. Com a exceção da horrenda versão hard rock de "Borderline" (que pena, um dos seus hits mais agradáveis) e de uma sessão espanhola tão absurdamente ruim que palavras não poderiam descrever, o restante do show é bem palatável, vejam só, mesmo para alguém como eu, que não vê na artista nada além de muito marketing e talento mediano.
Só não é um show de música, mas um espetáculo mais indicado para aquele tipo de ser humano que se emociona com queima de fogos de artifício. Ou partidas de futebol. Ou filmes pornô.
6 Comments:
Olha lá, o Bowie de saias.
Um dos shows mais entediantes que eu fui do do bowie de calças (e sandálias).
Você falou, falou, falou e foi ver.
Podia ter dado o ingresso pra mim pooooooo.
Mas eu nem queria, viu? Eu nem queria ir nesse show!!!
E eu deveria ter dado o meu do bowie pra você há anos atrás...
Tá vendo? Aqui fiz, aqui paguei.
Certamente um show entediante do Bowie seria melhor do que suposto show bom da Madonna.
Não fui, fiquei com medo do braço da menina!!!
Se for pra se considerar mais o que se vê do que o que se ouve, eu viro fã da Marina Elali.
Quem é Marina Elali?
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