Tuesday, March 06, 2007

Ciranda Fim

Corria o boato na empresa de limpeza de que toda o pessoal seria substituído em breve e isso o incomodava como um espinho no olho. Já com uma certa nostalgia ele segura a barra de ferro que o une ao caminhão, descobrindo mais uma vez como ficam gostosas as coisas que sabemos que vão acabar para sempre. Romântico mesmo. Como quase sempre acontece com gente desse tipo, algo súbito acontece, para chacoalhá-los de seus delírios pueris inundados de auto-piedade: Uma freada brusca do caminhão quase o derruba.
O motorista solta um palavrão e logo ele percebe por quê. Estampada no asfalto a carcaça listrada de um gato. Ia ser preciso uma pá para tirá-lo de lá.

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