U2 - Garoto De Luxo
Estão sendo relançados em edição de luxo os três primeiros cds do U2, trabalho esse que realmente mostrava-se necessário, levando-se em conta que as edições disponíveis deixavam muito a desejar em termos gráficos e sonoros (encartes vagabundos com pouquíssima informação, som baixo, características típicas dos primeiros lançamentos em cd, pelo menos no Brasil). Chegarão no Brasil? Esperamos que sim, afinal, público para isso existe aqui até de sobra.
Torna-se oportuno então o momento para falar do esquisitão primeiro disco do U2. Para os neófiotos pode até parecer difícil imaginar, mas houve uma época, filhinhos, em que o som do U2 era algo inovador, radical, polêmico e até certo ponto, revolucionário. Guitarras tocadas de um modo quase único no rock, vocais apaixonados e uma cozinha quase marcial eram uma receita que funcionou como uma lufada de ar fresco no início da década de 80.
Porém, quando disse "esquisitão" nem falava disso. O disco em questão foi adotado pela comunidade gay quando de seu lançamento, graças às diversas referências homoeróticas contidas em suas letras e capa, levando inclusive à mudança da capa original na terra dos taradões, Estados Unidos da América.
Muito bem, o disco chama-se Boy e tem um garotinho singelo sem camisa na capa. Até aí nada demais. Até que em "I Will Follow" a primeira pluma voa "Um garoto tenta com todas as suas forças ser homem". Tanto esforço parece, hmm, digamos, "esquisitinho". "Twilight" com algumas das melhores guitarras já gravadas pelo The Edge até hoje, escancara geral "Eu olho nos olhos dele/Estão fechados, mas eu vejo algo" (Fechados? O quê esse garoto está fazendo acompanhado de um homem de olhos fechados?). Nada de "ela". São os olhos "dele" mesmo. Mais à frente a mesma música nos diz "O velho tentou me levar até em casa/Acho que ele devia saber". Peraí, peraí, peraí. O velho que estava de olhos fechados alguns versos atrás quer levar o garoto para casa? E o quê exatamente o velho devia saber? O refrão não deixa dúvidas: "Nas sombras/O garoto encontra o homem". Ah tá. O garoto encontra homens de olhos fechados nas sombras e termina a música dizendo "Eu me perdi". Será que eu estou sendo maldoso?
Na música seguinte tem uma "ela" meio etérea, que não convence nem um pouco. "Into The Heart" fala da viagem a um coração juvenil sem sexo. Em "Out Of Control" descobrimos que as "garotas fazem crianças". Como diria o Batman ao Robin num episódio pra lá de suspeito da série televisiva "Melhor ficar longe delas" então. Está fechado o lado A, sou do tempo do vinil.
O lado B vem com "Stories For Boys" (Histórias Para Garotos), como se todas as outras músicas até aqui já não parecessem isso. "Às vezes o herói me leva (...)/Às vezes a dama me leva" são versos que parecem retratar o garoto perdido entre as possibilidades sexuais oferecidas. "The Ocean" cita nominalmente Dorian Gray, e sobre Oscar Wilde nem é preciso falar muito. "A Day Without Me", segundo Bono, é dedicada ao vocalista do Joy Division, Ian Curtis, garoto mártir suicida do rock inglês.
"Another Time, Another Place", tem que ser dito, possui um dos solos de guitarra mais belos da história da música. A letra traz um narrador "nu e assustado" deitado numa cama. "Ela" se foi, então, ele decide que agora vai ficar com "você". "Você" que não é "ela". Voltemos ao "Garoto, estúpido garoto" na rima pobre boy/toy de "Electric Co." só para lembrar, como se fosse possível esquecer, que aqui falamos de garotos. Ao final de tudo, voltamos às ruas cheias de fálicas "árvores altas" e considerações sobre a natureza do amor em "Shadows And Tall Trees".
Quer tirar suas conclusões?
http://rapidshare.com/files/131339126/Men_Disc_1.rar
http://www.mediafire.com/download.php?eny1g6m5ybe
Torna-se oportuno então o momento para falar do esquisitão primeiro disco do U2. Para os neófiotos pode até parecer difícil imaginar, mas houve uma época, filhinhos, em que o som do U2 era algo inovador, radical, polêmico e até certo ponto, revolucionário. Guitarras tocadas de um modo quase único no rock, vocais apaixonados e uma cozinha quase marcial eram uma receita que funcionou como uma lufada de ar fresco no início da década de 80.
Porém, quando disse "esquisitão" nem falava disso. O disco em questão foi adotado pela comunidade gay quando de seu lançamento, graças às diversas referências homoeróticas contidas em suas letras e capa, levando inclusive à mudança da capa original na terra dos taradões, Estados Unidos da América.
Muito bem, o disco chama-se Boy e tem um garotinho singelo sem camisa na capa. Até aí nada demais. Até que em "I Will Follow" a primeira pluma voa "Um garoto tenta com todas as suas forças ser homem". Tanto esforço parece, hmm, digamos, "esquisitinho". "Twilight" com algumas das melhores guitarras já gravadas pelo The Edge até hoje, escancara geral "Eu olho nos olhos dele/Estão fechados, mas eu vejo algo" (Fechados? O quê esse garoto está fazendo acompanhado de um homem de olhos fechados?). Nada de "ela". São os olhos "dele" mesmo. Mais à frente a mesma música nos diz "O velho tentou me levar até em casa/Acho que ele devia saber". Peraí, peraí, peraí. O velho que estava de olhos fechados alguns versos atrás quer levar o garoto para casa? E o quê exatamente o velho devia saber? O refrão não deixa dúvidas: "Nas sombras/O garoto encontra o homem". Ah tá. O garoto encontra homens de olhos fechados nas sombras e termina a música dizendo "Eu me perdi". Será que eu estou sendo maldoso?
Na música seguinte tem uma "ela" meio etérea, que não convence nem um pouco. "Into The Heart" fala da viagem a um coração juvenil sem sexo. Em "Out Of Control" descobrimos que as "garotas fazem crianças". Como diria o Batman ao Robin num episódio pra lá de suspeito da série televisiva "Melhor ficar longe delas" então. Está fechado o lado A, sou do tempo do vinil.
O lado B vem com "Stories For Boys" (Histórias Para Garotos), como se todas as outras músicas até aqui já não parecessem isso. "Às vezes o herói me leva (...)/Às vezes a dama me leva" são versos que parecem retratar o garoto perdido entre as possibilidades sexuais oferecidas. "The Ocean" cita nominalmente Dorian Gray, e sobre Oscar Wilde nem é preciso falar muito. "A Day Without Me", segundo Bono, é dedicada ao vocalista do Joy Division, Ian Curtis, garoto mártir suicida do rock inglês.
"Another Time, Another Place", tem que ser dito, possui um dos solos de guitarra mais belos da história da música. A letra traz um narrador "nu e assustado" deitado numa cama. "Ela" se foi, então, ele decide que agora vai ficar com "você". "Você" que não é "ela". Voltemos ao "Garoto, estúpido garoto" na rima pobre boy/toy de "Electric Co." só para lembrar, como se fosse possível esquecer, que aqui falamos de garotos. Ao final de tudo, voltamos às ruas cheias de fálicas "árvores altas" e considerações sobre a natureza do amor em "Shadows And Tall Trees".
Quer tirar suas conclusões?
http://rapidshare.com/files/131339126/Men_Disc_1.rar
http://www.mediafire.com/download.php?eny1g6m5ybe
1 Comments:
Esse blog tá ficando cada vez mais suspeito. Já tô até esperando o post do Suede.
Post a Comment
<< Home