Avatar
Por um momento pensei que as multidões não me deixariam ver esse filme. Várias tentativas frustradas, batendo de cara com avisos de "sessão lotada" me fizeram ter a impressão de que acabaria vendo o comentado último filme de James Cameron na tela do computador mesmo, o que seria uma pena, pois, a princípio, o grande chamariz do dito filme seriam os revolucionários efeitos especiais.
E é isso mesmo, Hollywood conseguiu. Em breve os atores de carne e osso serão tão dispensáveis quanto um CD. É certo que as tecnologias atuais ainda dependem dos atores como modelo de expresões faciais e corporais, mas é só questão de tempo até um software elimine essa limitação.
Um filme tão caro não pode ir tão longe. A história é tola e previsível, alguns diálogos são constrangedores de tão toscos, mas o visual é realmente deslumbrante. O planeta alienígena é retratado com um carinho e atenção especial às cores e formas, com resultado surpreendentes e, sim, realistas, dentro de todo o seu delírio. Os extraterrestres azuizinhos também convencem e vão até deixar os mais doentes até com um ligeiro tesão (Me dá um medo pensar que algumas mulheres loucas vão querer ficar com corpos parecidos com os dos personagens, afinal, ainda vivemos a época da magreza ideal).
Digno de nota também é o claro anti-militarismo, nota que destoa no beligerante gênero de ação e sci-fi. Tudo bem que o contraponto apresentado ao militarismo desumano é um misticismo "exótico" avacalhado e infantil (embalado por sonoridades "étnicas), mas o inimigo do meu inimigo acaba sendo amigo no final das contas.
Assisti a versão 2d mesmo, que minha experiência com filmes em 3d nunca foi muito satisfatória. Assim como na minha vida amorosa, a miopia acaba por atrapalhar bastante.
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