A-HA 26.03.2009
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Uma rápida olhada no público do show de ontem já denunciava um inegável aroma de revival no ar. Dois dos amigos que me acompanhavam admitiram o caráter nostálgico que o show representava para eles. Será que eu era o único ali com esperanças de que a banda tocasse algumas das boas canções de seu último álbum, "Analogue", como a balada "Cosy Prisons"?
Acho que sim. Até onde pude identificar, até a banda ignorou seu último álbum, concentrando suas forças numa emulação sonora e visual, na medida do possível, do período em que tiveram mais fama. Um olhar rápido para o palco deixava claro que é mais fácil reproduzir timbres de synths dos anos 80 do que esconder as rugas, mas antes assim do que aquelas clássicas tentativas de bandas decadentes de modernizar seu som.
A banda jogou claramente para a platéia. Todos os hits em arranjos fiéis, bis com o hit máximo, "Take On Me", espaço para isqueiros serem acesos (sim, ainda fazem isso. Na verdade, o telão, no momento de uma balada, talvez "Stay On These Roads", chega mesmo a exibir imagens de isqueiros acesos), poucas músicas novas, espaço para palmas e para participação da platéia, o de sempre. O som estava embolado e dando a impressão de que o vocalista Morten Harket (talvez seja esse o nome dele, nunca se sabe com esses nórdicos) já não tinha aquela voz de seus tempos de garoto (síndrome de ausência de banda de abertura, como observou o perspicaz gênio desconhecido da música pop Marcos Ramos, segundo o qual parece ser tradição o papel de boi de piranha das bandas de abertura, passadores de som não- oficiais. No caso da falta deles, parece que a tradição dos shows no Brasil é a própria atração principal se foder).
A platéia pareceu se divertir, ainda que empolgação mesmo só rolasse nos hits. Até eu, chato de plantão, me peguei percebendo a influência dos caras no pop britânico de Coldplays e Keanes...
2 Comments:
Não vi o show, mas me parece um post muito justo. Realmente, tava na hora de alguém admitir que o A-Ha teve influência, e não foi pouca (nem de leve) em muita coisa que a gente ouviu depois, bem depois.
A comparação das bandas de abertura com "boi de piranha" foi perfeita, é mesmo o que acontece aqui no BR, e na falta desses bois, o show principal é quem vai pro brejo mesmo...
"Take On Me" e "Stay On These Roads" são músicas que ouvirei pra sempre, mas como não consigo evitar soar "lado B" às vezes, preciso aproveitar o espaço pra falar de "There's Never a Forever Thing", que acho fodona mas duvido que eles toquem em shows.
Mesmo não sendo profundo conhecedor da banda, tendo-a apenas naquela gaveta amontoada na memória, me permito dizer que foi um show morno. Saí com a idéia de que poderia ser melhor do que foi.
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