Jonathan Richman - Circo Voador, Rio de Janeiro, 17.04.2010
Gostamos de nos dizer complexos. Pode ser divertido até, mas o grande risco é esquecermos do poder das coisas simples. Você sabe do que eu estou falando.
Jonathan Richman é um gênio. Há quem não goste da palavra, o que até entendo, mas que preguiça dá escrever que o cara é um compositor absurdamente original que forjou há mais de 3 décadas um estilo altamente único e peculiar, imitado até hoje por tantos outros fãs, declarados ou não.
Na teoria isso não tem como funcionar. Letras falsamente simplórias em vocais entre o canastrão e o trovador debochado, acompanhadas por um violão de nylon acústico microfonado mais um baterista. Mais nada. A realidade geralmente gargalha na cara da teoria.
Os pouco mais de 100 sortudos que testemunharam esse show viram do que Jonathan é capaz. Dancinhas toscas, simpatia de quem não precisa provar mais nada para ninguém, o cantor divertiu a todos e também pareceu se divertir demais em espanhol, italiano, e até naquela língua anglo-saxã que domina bastante bem.
É simples. Só tem que ser sincero. E bom.