Monday, October 29, 2007

Tim Tim Por Tim Tim 3

Saída do show da Bjork, surpreendentemente satisfeito com o que havia visto, eu que já esperava chatice, até lamentava por ter acabado tão rápido. Agora era dar uns passos sob a chuva até o palco onde se apresentariam o Anthony, novamente, umas moças cantantes da MPB moderna (querem mesmo que eu explique o que isso quer dizer?) e a Cat Power, único motivo pelo qual eu me dirigia à tenda Novas Divas, já que meu outro motivo, a furona da Feist, havia cancelado sua apresentação alegando labirintite aguda (a heroína, crack, cocaína e álcool ingeridos em doses cavalares não tem nada a ver com isso).
Katia B. Ex-dançarina do Fausto Fawcett na sua fase de encher o palco de louras, pelo menos ela não seguiu o exemplo de sua colega de palco da época, Regininha Poltergeist, e foi para a indústria pornô, como bem observou Crisssssssss Sssssssssssssssssss. A música, aquela coisa que eu me recusei a explicar no parágrafo anterior, 3 laptops no palco para não fazer nada musicalmente, aquela malemolência, swing e jeito brejeiro que fazem da música brasileira essa merda que é em 90% dos casos. Tinha uma música em que ela falava de vaga-lumes, e eu fiquei me perguntando quando foi a última vez em que ela viu um vaga-lume. Em sua banda, decadentes noventistas como o guitarrista dos bons Picassos Falsos, fazendo uns solos "espanhóis" risíveis e o zero à esquerda total Profeta, aquele que fez uma música sacaneando a Adriane Galisteu na década passada. Sabe? Não? Melhor para você!
Em seguida, horas depois de uma passagem de som interminável, entra o Antony de novo, no mesmo clima lúgubre que as pessoas insistem em comparar com Jeff Buckley e Nina Simone, no segundo exemplo, sendo mesmo caso de dar um murro na cara de quem diz uma asneira dessas. O melhor momento do show de Antony foi quando ele disse à platéia que ele não era a Feist, que "aquela vadia era bem mais magra que ele!". Tive a impressão que ele sai do palco dando um dedo médio para a platéia, mas deve ter sido só um jeito estranho de dar adeus.
Enfim Cat Power. Ou não, acho que não. A compositora do brilhante "You Are Free" ou das dilacerantes versões do "Covers Record" não veio ao Brasil. Veio sim uma sósia saltitante, acompanhada por músicos de meia-idade tão decadentes quanto os acomapnhantes da Katia B., fazendo um country r'n'b fajuto de bar de quinta categoria, com cara de pau suficiente para fazer uma das piores covers de "Satisfaction" já registradas na história da humanidade. Cat Power ficou alegrinha, toca com jeans coladinhos, dá pulinhos e sorrisinhos no palco, mas musicalmente se tornou uma nulidade. Um dos piores shows que assisti na minha vida.
Olhei para os amigos que me acompanhavam, o sr. Ricardo Tavares e Crisssssss Sssssssssssssss, e pelos seus olhares entre entediados, cansados e putos, percebi que voltaria para casa sem ver a outra musa da nova mpb,a Cibelle. Dizem que o show dela acabou pelas cinco da manhã. Essa hora eu já estava tendo pesadelos com um show horroroso de uma cantora que um dia já fez música relevante e quem deu cinco mil passos atrás, se tornando uma espécie de KT Turnstall piorada, se é q isso é possível. Cat Podre.

Saturday, October 27, 2007

Tim Tim Por Tim Tim 2

Já tinha reclamado o bastante daqueles containers idiotas, já tinho rido bastante daquela "festa estranha com gente esquisita" ( e com certeza já tinham rido muito da minha cara também, afinal, não é isso que passamos nossas vidas inteiras fazendo o tempo todo??), e já tinha até pensado em comprar um hot dog, pensamento que afastei quando uma profissionalmente simpática garota-propaganda dos biscoitos Club-Social mostrou o stand da marca. O stand era uma das melhores coisas do festival, biscoitos de graça oferecidos por uma mão negra enluvada num buraco da parede. Não achou a mínima graça? Pois é, assim é o ser humano: tem gente que se diverte ouvindo Arctic Monkeys, tem gente que prefere mãos negras enluvadas oferecendo biscoitos.
Pisei de propósito na mão de um rapazinho indie que estava sentado à frente da tenda onde logo após o show da Bjork, haveria uma evacuação do público pagante desta, para que o público pagante dos Arctic Monkeys e do Hot Chip pudessem entrar. Confuso , confuso, confuso. Vamos ver a Bjork.
Ah, Bjork. Ela já se vestiu de cisne. Ela já se vestiu de coisas difíceis de descrever (tente me explicar o que é a roupa da capa de "Volta"). Ela já fez rock com o Sugarcubes. Ela já fez música que faz quem gosta achar que é muito descolado e moderno. Ela gosta de complicar. Ela já fez um cd praticamente sem instrumentos, só com voz. Nesse seu último disco, ela resolveu levar uma banda marcial com mais de uma dezena de meninas nórdicas para cima do palco, além de samplers, percussão, piano, órgão. Não, bateria, baixo e guitarra não, seria simples demais, ela não pode cometer esse erro...
Mas não é que a islandesa conseguiu vencer minha má vontade de viúva dos Sugarcubes? Realizou um show extremamente competente, sonora e visualmente. Mesclou com a experiência de anos de palco, os melhores momentos de sua carreira com faixas de "Volta". Cantou com técnica invejável, fazendo uso impecável de sua voz privilegiada. As 3 músicas finais, a saber, "Hyperballad", "Pluto" e uma das melhores músicas de 2007 (apesar da letra boboca), "Declare Independence", fizeram tudo tremer. Ainda acho aquele monte de nórdicas uma palhaçada, e aquele sintetizador "visual" coisa de Jean Michel Jarre, mas, a única palavra para descrever o show foi ótimo.
Seria o melhor momento da noite, mas eu só saberia disso bem depois.

Tim Tim Por Tim Tim


Confesso que já fui para essa edição do TIM Festival 2007 extremamente desconfiado. Antes até, já comprei meus ingressos com várias pulgas atrás da orelha. Bjork em turnê do "Volta"? Cat Power em sua fase serelepe? Feist (essa é mais ou menos mesmo)? Anthony And The Johnsons e suas canções em falsete sobre garotos mortos? Nenhuma dessas atrações me parecia irresistível, mas, vamos lá, quem sabe? Eu tinha altas expectativas sobre o show do TV On The Radio no ano passado e o show foi uma merda, quem sabe eu não tendo expectativas o cenário não me surpreenda positivamente?
Ao chegar na Marina da Glória, enfrentar um estranho caminho labiríntico para a entrada do Festival, atravessar um enorme tubo escuro e finalmente chegar a um espaço aberto cercado por containers empilhados, eu tinha a estranha sensação de que eu era um dejeto descarga abaixo. Tudo bem, geralmente eu me sinto assim às sextas, sem maiores novidades.
Com pontualidade britânica o Antony e seus Johnsons deram os primeiros acordes já às 8 horas, mas meus amigos, Crisssss Sssssssssssss e o sr. Ricardo Tavares, preferiram esperar lá fora, porque a noite prometia confusão. Vou tentrar explicar, mas é complexo.
A Feist resolveu furar, então haveria possivelmente (não estava claro àquela altura) dois shows do seu Antonio em duas tendas diferentes para cobrir o furo da canadense amiga da Peaches (outra que também deu cano no público brasileiro. Seria um complô das moças??). O sr. Ricardo Tavares e Crissssssss Ssssssssssssss, que já torcem o nariz para o que chamaram de "espécie de Boy George misturada com a minha tia (a tia de cada um deles)" Anthony, ficaram horrorizados com a possibilidade de ter de assistir a 2 shows de um artista que consideram tão chato, então foram conversar sentados do lado de fora da tenda. Eu fiquei.
Assisti a 4 músicas do Antony sob um inexplicável calor dentro da tenda (cadê o ar-condicionado, seu TIM?) e sentindo um cheiro azedo de maconha misturada com suor, odor típico de shows de rock, e nem era um show de rock, eu falei que era confuso. Antony tem uma bela voz, um som intimista e melódico daqueles parecia até interessante naquele clima de festival pelo inusitado, mas, depois das citadas 4 músicas, comecei a me perguntar se queria ouvir aquele cara dedilhando ao piano, acompanhado por violinos, cello, baixo e violão discretos, melodias que acenam a clássicos do passado já suficientemente explorados por gênios, coisa que Anthony definitvamente não é. Vou me explicar: tudo que ele possa vir a fazer, já fizeram melhor. Competente ele é, mas irrelevante.
Pensei, o cara vai voltar depois mesmo na outra tenda, vamos lá para fora rir da fauna que sempre surge em shows de rock, o que me pareceu mais divertido na hora do que uma música sobre um garotinho travesti.

Wednesday, October 24, 2007

The Bodines - Played


Clássico. Tá, vou tentar me abster dos elogios e adjetivos de fã babão. Sei lá quem são os Bodines. Eu poderia dar uma de fodão, coisa mais fácil nesses dias de Googles e Wilipedias, mas que pesquisem os mais nerds que eu. O que lembro é que eles lançaram esse disco lá no meio da década de 90, e a crítica gostava de chamar o som deles e de outras bandas como Josef K, Orange Juice e Felt de "Regressive Rock". Ainda bem que o termo foi relegado ao total esquecimento, não significava muita coisa mesmo.
O Bodines fazia um som praticado por muitas bandas inglesas na época, com fortes influências sessentistas nas melodias, guitarras dedilhadas, baixos espertinhos e baterias com timbres assombrosos. Desconheço completamente o que mais possam vir a ter feito, mas "Played" funciona da primeira à última faixa, com destaque para "Therese" e seu refrão "Você assusta minha saúde para longe de mim!", "Untitled" e seus phasers e "William Shatner".
Saiu no Brasil em vinil e em k7, nem sei se existe versão em cd, eu pelo menos nunca vi.
Aliás, fica aqui lançada a campanha: que fim levaram os Bodines???

Apocalíptico


Chove há horas no Rio de Janeiro e acabei de ligar para Crissssssssss Sssssssssssss, propondo a construção de uma nova arca, convite prontamente declinado por minha fiel amiga ao saber que ela ficaria encarregada dos aracnídeos e insetos. Fiquei apocalíptico. Fiquei apocalíptico.

Aí decidi por uns dois segundos que não postaria mais cds inteiros aqui, pois a era do long play estaria definitivamente enterrada. Postaria então as músicas mais tocadas nesses dias de mp3, mas ao ouvir o "Played" dos sensacionais Bodines, concluí que apesar da nova era dos novos dias fragmentados, alguns trabalhos inteiros ainda merecem a atenção por completo, e aturar a chatice dos longos uploads (e a demora dos downloads para vocês, meus caros).

Logo logo então, The Bodines, obscura banda inglesa dos anos 80. Agora voltarei ao meu apocalipse particular. Ou dilúvio. Estou fazendo uma miscelânea bíblica imperdoável.

Choverá no dia do Juízo Final? Não lembro das escrituras. Minha primeira leitura do livro alucinado de João Batista foi nos anos 80 em busca de referências ao fim do mundo que eu tinha certeza que aconteceria naquela época. E olha que eu era só um garoto feio do subúrbio que nem sabia da existência dos yuppies do "American Psycho" (É, eu confundo filmes com realidade. Livros também. Músicas não, essas eu sei que são mais que reais). Soubesse eu da quantidade de cocaína cheirada pelos patéticos seres engravatados e antissépticos, certamente escreveria eu mesmo meu próprio livro das revelações.

Choverá no dia do Juízo Final? Sei que estrelas caem, o sol se torna negro, o que já acho que será o bastante para que as pessoas não notem a chuva, isso para não falar nas filas. Céus, as filas do dia do Juízo Final!!!

Monday, October 22, 2007

Neil Young - Chrome Dreams II


Após os fracos "Greendale", "Prairie Wind" e "Living With War", enfim parece que Neil Young fez as pazes com as boas melodias. Com esse seu novo trabalho a mídia não vai precisar mais se fazer de míope e surda e, se curvando ao mito, despejar elogios. Aqui ele se propõe a fazer uma continuação do nunca lançado oficialmente "Chrome Dreams" de 1977, num processo similar ao feito pelo artista nos anos 90, quando "Harvest Moon" repetia climas e músicos - de forma muito bem sucedida, por sinal - do clássico "Harvest", su disco mais bem-sucedido comercialmente.

Pois a faixa que abre seu novo disco, "Beautiful Bluebird", parece ter vindo diretamente deste disco, com seu clima acústico, impressão que é quebrada com o que alguns chamariam de épico, mas que eu chamo de exagero, nos 18 minutos da boa "Ordinary People". "Ah, ele pode!!" diriam alguns. Sei não. Eu pulo a música para a próxima lá pelos 4 minutos e meio.
Outros destaques são faixas que, ainda que apresentem apenas um membro do Crazy Horse (o baterista Ralph Molina), trazem aquela levada country raivosa que toda boa banda um dia quis imitar, como "Spirit Road" e "Dirty Old Man" (esta última, com uma guitarra que mostra de onde o Kings Of Leon bebeu muito). No geral, mais um acerto na longa carreira de um dos maiores compositores da música norte-americana, seu melhor trabalho em anos, e mais uma evidência de que esse ano tem sido dos velhos insistentes (consideremos os excelentes trabalhos de Siouxsie, Nick Cave e seu Grinderman e Mark E. Smith com o Von Sudenfed).
Será que a molecada vai arquivar em ordem alfabética logo acima do New Young Pony Club em seus mp3 players?

Saturday, October 20, 2007

Adeus Estrada De Discos De Ouro

Deixa eu ver se eu estou entendendo direito. Radiohead sem gravadora já conseguiu mais de 4 milhões de libras com downloads de seu novo trabalho. Madonna sem gravadora. Prince disponibilizando seu novo cd (cd? não existe mais cd!) for free. Nine Inch Nails divulgando um comunicado que mal disfarça o alívio em não ter mais "atravessadores" entre sua música e público.
Será o fim do Império?

Sunday, October 14, 2007

Lloyd Cole - Love Story


Que o mundo é injusto, até as baratas que surgem em minha cozinha - e principalmente elas - sabem. Entretanto, me sinto obrigado a questionar certas "escolhas" feitas pela mídia e público musical. Como é interessante que uns sejam levados aos píncaros da glória, enquanto outros, tão ou mais importantes que aqueles sejam simplesmente ignorados.

Lloyd Cole assim como Morrissey, Bono, ou Robert Smith, só para citar três ícones do rock/pop feito nos anos 80, era líder de uma excelente banda na época, os Commotions, que tinham excelentes músicas, com letras inteligentíssimas. Também, como seus colegas de geração, tinha um guitarrista brilhante e de estilo pessoal e rebuscado, Neil Clark. O som feito pela banda também era dosado com referências ao pop sessentista, como era de praxe então. Por que então, o nome de Lloyd Cole, que continua em atividade em carreira solo hoje em dia, jamais é citado?
Tenho minhas suspeitas. Ao contrário de Morrissey, ele nunca posou de solitário intelectual sofredor, ainda que dividisse com esse a tendência a "pegar emprestado" da literatura para sua s letras. Nem fez como Bono e posou de Messias, ou usou lápis no olho como Robert Smith. É, deve ter sido aí que ele errou.
Com o fim dos Commotions, no final da década de 80, Loyd Cole partiu para uma carreira solo tão irregular quanto os trabalhos dos coelgas acima citados. Em 95, porém, acertou na mosca, com sua (s) triste (s) hsitória (s) de amor. "Love Story" pode ser considerado um disco temático sobre o fim de um relacionamento, mas como não gosto da idéia, deixo-a de lado. Prefiro considerar que trata-se de um punhado de canções inspiradíssimas, permeadas por uma idéia que é um dilema comum na vida adulta: a impossibilidade do amor e a impossibilidade de viver sem ele.
Uma das melhores faixas do álbum já dá a dica: "Love Ruins Everything". E o amor arruina de tal maneira, que mesmo quando agoniza, deixa cinzas ardentes como os pequenos detalhes narrados em "Like Lovers Do". O tolo sentimental de "Sentimental Fool", o homem sem lar quase às lágrimas de"Baby", o amante disfarçando que está tudo bem em "Happy For You" e o pai apaixonado de "Trigger Happy" certamente possuem algo do autor, mas pgosto de ^vê-los como irmãos desconhecidos compartilhando a dor, espalhados pelo mundo, sozinhos, como nós todos.
Musicalmente o álbum deixa transparecer algo do Dylan dos anos 60 e do Lennon abandonado por Yoko nos anos 70, mas Cole se impõe como o excelente compositor e intérprete que é. Em algumas faixas seus violões constróem um emaranhado complexo e belo com as guitarras do velho comparsa dos Commotions e do romântico junkie precocemente morto Robert Quine.
Clássico, sem dúvida, jogado às traças enquanto a maioria estava interessada em ouvir discos duplos insuportáveis de Billy Corgan.

Foi Mal, Bergman



Bergman errou. Da última vez que vi a morte ela tinha um ar mais jovial, sacana até...

Saturday, October 13, 2007

Boas

Boas tirinhas nesse link: http://tpbf.wordpress.com/

Thursday, October 11, 2007

Tente não se matar

Supondo que você esteja querendo se matar, não entre nesse site.Antes da musiquinha deles acabar, vc já era. http://www.suicidio.com.br/.

Wednesday, October 10, 2007

Radiohead - In Rainbows, acho q o título é esse

Já tem gente demais falando deles, sejamos curtos e grossos: começa igual a tudo que eles fizeram desde o Kid A, depois desemboca numa espécie de b-sides do OK Computer. Thom Yorke não consegue ou não quer mais fazer melodias marcantes. O importante é o conceito.
Cearix, meu gato, ficou muito chateado por eu baixar mais músicas dessa banda "do cara que mia" (traduzido do idioma gatês) e foi dormir na cozinha, num tapete empoeirado e muxibento.
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The Twilight Singers - A Stitch In Time

Mais noventismo, mas dessa vez de altíssimo nível. Greg Dulli, uma das mentes mais criativas da década dos casacos de flanela com seu projeto pós-Afghan Whigs, comparticipação de uma das vozes mais marcantes da mesma década, Mark Lanegan (interessante como esse Lanegan vive participando de discos alheios...).
Pode confiar.

Tuesday, October 09, 2007

Noventista Decadente


Não sei por quê, ando noventista por esses dias. Agora mesmo estou ouvindo Sponge. Sponge. Eu disse Sponge. O quê, nunca ouviu falar? Claro que não. É uma banda ruim, escrota, típica da MTV da época, pegando o bonde que já tinha passado, das bandas de Seattle, clima deprê, hard rock disfarçado, cabelos esvoaçantes, vocalista com cara de heroinômano. Um lixo, sem a menor criatividade, derivativo, banal, nem a pesquisa mais esmiuçada sobre as bandas mais medíocres da década de 90 perderia tempo com um lixo desses.

Fazer o que? Listar mais bandas absurdamente lixo, que na época muita gente ouviu com seriedade, claro: Sister Psychic, Cavedogs, Tonic, Cop Shoot Cop, Goo Goo Dolls, Johnny Polonski...Deus do céu!! Os rumos que as coisas tomaram. A MTV influenciando a publicidade, a publicidade influenciando a MTV, ambos influenciando o mundo, o ecletismo imbecil dominando (tudo tem seu lado aceitável, o hard rock farofa, solos em violão de nylon, mpb oitentista, disco music...ai ai ai), Smashing Pumpkins sendo levado a sério (quer saber se seu amigo noventista tem que ser zoado? Verifique se ele tem a caixinha de singles do Smashing Pumpkins. Em caso positivo, pode preparar a zoação...), REM virando mega, a onda dos revivals, as bandas nacionais misturando rock com raiz (raiz?), Sonic Youth se tornando óbvio, Cobain estampando camisas de adolescentes (até quando, Senhor?).
Bem fez o Cracker (outra bandinha bem mais ou menos, hypada nas madrugadas de Lado B com Fábio Massari), berrando em um dos seus hits "I hate my generation!!".
Vou ali ouvir o acústico do Alice In Chains (ou o segundo do Helmet? Ou Therapy?Ou Temple Of The Dog?) e já volto.

Sunday, October 07, 2007

Pete Doherty Babacão

Pete Doherty tomou umas pílulas para se matar. Não sabia o efeito delas, mas não se importou. Ele, assim como eu, achava que a melhor saída para sua vidinha estúpida seria se matar. Tudo que conseguiu, segundo o que foi divulgado, foi um rebuliço monstro no estômago.
Ainda não foi dessa vez.

Billy Bragg - Talking With The Taxman About Poetry

Achei que estava faltando um disco de um folk singer inglês politizado por aqui, então resolvi falar do "difícil terceiro disco" de Billy Bragg. Trabalho emblemático na carreira dele, por ser o primeiro em que investe em uma instrumentação mais sofisticada (seus discos anteriores haviam sido gravados quase que em sua totalidade apenas com sua voz e guitarra), teve bom desempenho nas paradas inglesas na época de seu lançamento, e até mesmo foi lançado no Brasil em vinil!!
Conhecido pelo tema engajado de suas letras, aqui Billy se deu muito melhor nas letras não diretamente abordando a política., como "Greetings To The New Brunette" (com alguns dos meus versos preferidos numa lovesong, como "Shirley, você é a razão pela qual acordo antes do meio-dia" ou "Shirley, você realmente sabe como deixar um jovem nervoso") ou "The Marriage".
Porém talvez eu esteja forçando a barra nesse post, e tenha posto esse disco aqui só por causa de uma das minhas músicas favoritas de todos os tempos: "Levi Stubbs' Tears". Essa m´suica é tão linda que me deixa sem palavras. É simplesmente perfeita, e tudo que posso dizer a respeito é ouça assim que puder.
É bom destacar também a participação em algumas faixas desse promissor guitarrista do Modest Mouse, Johnny Marr, em algumas faixas.
"With the money from her accident she bought a mobile home/So at least she could get some enjoyment out of being alone"
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Saturday, October 06, 2007

She Wants Revenge - This Is Forever

No ano passado, contrariando o rebanho antenado, eu apostei muitas fichas no álbum de estréia do She Wants Revenge. Teve até gente me olhando feio quando eu afirmei que isso era melhor que Interpol (o que acho mesmo, pelo menos no que se refere ao primeiro cd). Até porque esse povo que gosta de Interpol parece fingir que não percebe a chupação descarada de Joy Division, Bauhaus, Echo And Bunnymen e similares no trabalho da banda.
Pois bem, o She Wants Revenge mimetiza o Fad Gadget (banda subestimada do pós punk), mas soube dosar a influência pesada do som oitentista com letras soturnas e toques eletrônicos.
Eu digo soube, porque só para sacanear, eles resolveram fazer um cd bem fraquinho. Meus amigos fãs do Interpol talvez estivessem certos. Até a capa piorou. A magrela com uma das piores bundas já estampadas numa capa de cd foi substituída por uma coisa gótica photoshopada que periga até atraiar fãs do Evanescence. E emos.
Mas a banda vacilou. Em "She Will Always Be A Broken Girl" eles chegam ao cúmulo de se auto-plagiarem, com linha melódica vocal idêntica ao hit do álbum anterior, "These Things". Aí não!
Ouve aí, mas não diga que eu não avisei.
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Le Tigre - This Island


Aos que me perguntam a respeito do fenômeno CSS, sempre respondo da mesma maneira. Não entendo. Se em termos de Brasil, talvez a banda represente um pouco de ar fresco e uma sacaneada bonita nos "músicos" brasileiros, que em sua maioria ainda vivem na era dos dinossauros, ao som de Rush, Black Sabbath, Deep Purple, Led Zeppelin e afins (ou pior, Dream Theatre, céus, nunca pensei que fosse escrever esse nome aqui!!), aquela gente que admira dedos velozes em detrimento de originalidade e criatividade, confesso que o sucesso internacional da banda paulista é misterioso para mim. Não quero ser cínico e acreditar que tudo no mundo da música é armação. Quero crer que a o CSS conquistou o público estrangeiro por interesse genuíno daqueles por sua música e estilo, vá lá.

Mas por que considero o sucesso do CSS um mistério? Simples. Porque existe o Le Tigre.

Cria do mito Kathleen Hannah (estou exagerando? Vamos lá: saiu na porrada com a Courtney Love, foi a paixão não correspondida de Kurt Cobain que gerou boa parte das letras e músicas do "Nevermind", foi um dos cérebros por trás do estilo levado a sério demais por algumas meninas mal-humoradas do mundo do rock, as Riot Grrrrls, e por aí vai), simplesmente TODOS os truques que o CSS usa já estavam lá no Le Tigre desde o primeiro trabalho da banda de Hannah, ainda nos anos 90: referências bem humoradas ao mundo pop, eletrônica vagabunda com guitarras mal-tocadas e aqueles vocais gritados de meninas de colégio raivosas.

Ouve aí e vê se descobre por quê os gringos precisariam de um CSS!

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