Monday, November 30, 2009

Porque Se Deve Confiar Em Zumbis, Mas NUNCA Em Comédias Românticas (Quanto à Disney, Só A Morte Mesmo!)


O que eu mais gosto em filmes de zumbis são os cenários apocalípticos. Conforme qualquer leitor desse blog já deve ter percebido, adoro ver nossa adorada civilização em frangalhos, costuma ser muito inspirador. "Zombieland", último bem-sucedido exemplar da série de filmes sobre morto-vivos vale seu tempo. Nada de explicações sobre como o fenômeno aconteceu, nada de ver lentamente a maior parte do elenco se transformando em zumbis. Simplesmente um planeta devastado, alguns seres humanos apavorados transformados à custa das circunstâncias em assassinos sádicos (o fato de estarem matando mortos-vivos dá a liberdade de exercícios extremos de sadismo, o que no filme se expressa nas divertidas sequências da "morte de zumbi da semana) e nada mais. Woody Harrelson mais uma vez se destaca como um personagem de mente perturbada, ainda que eu preferisse o primeiro motivo dado pelo roteiro para seu estado delirante, por assim dizer. Não fosse a dispensável sequência com Bill Murray, seria perfeito.
E menos comédias românticas indies.Não, não queremos ter o suposto bom gosto musical do diretor nerd indie empurrado goela abaixo. Não queremos sequências inúteis (aguardem os guias do Cinema Ruim, by Mário-is-dead e Crissssssss Sssssssssssss) com músicas inteiras de bandas irrelevantes executadas. "500 Days With Summer" tem tudo isso e muito mais. Um protagonista patético, que nos faz perguntar como seu par romântico poderia suportá-lo por tanto tempo como 500 dias. Zooey Deschanel mais uma vez fazendo papel de Zooey Deschanel (ela precisa urgentemente fazer um papel de puta viciada psicopata viciada em heroína) e com corpinho de titia, bem distante de qualquer conceito de irresistível.  Clichês, clichês, os amigos imbecis, o inevitável final feliz com reviravoltas previsíveis, a história contada de forma não-cronológica - artifício predileto dos atuais diretores de cinema mais medíocres...
Isso para não falar no discurso reacionário que está subjacente na mudança de opinião da personagem Summer/Zooey. Então, quer dizer que quem defende outras formas de relacionamento amoroso, na verdade só não descobriu ainda o "verdadeiro amor"? Faça-me o favor. Realmente, a palavra "indie" hoje em dia é mesmo usada para vender os produtos mais reles, fedendo aos restos mortais dos valores tradicionais (estes sim, verdadeiros zumbis que nos atromentam).
Só não mantenha mais distância desse filme do que do insuportável robôzinho "Wall-E". Puta que o pariu, mas só xingando mesmo para expressar a raiva e o tédio que essas animações Disney-Pixar sei mais lá o quê me causam! O universo da animação permitiria as maiores experimentações e viagens, mas parece que, infelizmente, o mainstream da área só está mesmo interessado em sentimentalismo, musiquinhas debilóides e personagens que mais tarde darão origens a linhas de brinquedos.
Na minha mente, os zumbis invadem o universo de Summer/Zooey e seu pateta, do roboz Wall-E e sua Eve e tentam comer os miolos do elenco inteiro, só para descobrirem, decepcionados, que não há o que comer naqueles cérebros.

Ê Povinho Bunda!



Tem uma coisa que o brasileiro faz bem demais...Imitar.
Alguém lembra da postagem sobre o Make The Girl Dance??

Monday, November 23, 2009

The Fall - "Slippy Floor"


Novo do Fall? Nem sabia que isso ia estava para acontecer.

Sunday, November 22, 2009

Tudo Bem Que A Gente Entra No Cinema Para Ser Enganado, Mas...


Olhe bem para essa foto se o que você deseja é um estudo mais detalhado da anatomia de Megan Fox. É. E o blog-is-dead nem prometeu as cenas mais "sensuais", "quentes", "reveladoras" ou "sensuais" da atriz, diferentemente do fiasco "Jennifer's Body". O filmeco foi vendido como o em que a Megan mais mostrava seus dotes, mas, em verdade vos digo, não verás mais do que a foto acima mostra. Perda de tempo total, história idiota, atores com visual emo, diálogos tolos e nada, nada de Megan Fox pelada.
O que nos leva a outra mentira da mídia, ou pelo menos exagero marketeiro. "Paranormal Activity" tem sido vendido como o filme mais assustador dos últimos tempos. Estou procurando o susto até agora. Será que eu, por ser morador do verdadeiramente aterrorizante Rio de Janeiro, estou ficando insensível? O filme segue aquela linha picareta disfarçada de grande idéia à la "Bruxa de Blair", mas sem as qualidades deste. Susto? Não, tédio, a maior parte do tempo. E as supostas soluções anti-convencionais desse tipo de filme (poucos atores, gravação amadora "fake", etc.) já não surpreendem, quando se sabe no que vai dar, quando diversos outros filmes já se utilizaram do artifício.
Fico então com "2012", que ao menos cumpre o que promete. O mundo todo cai em pedaços, em sequências ultra-realistas, um deleite para um fã do caos e da destruição como eu. Nada daqueles cortes rápidos e super closes que no final das contas te deixam com a sensação de que você quase viu algo. Nesse filme você vê. É claro que, uma vez estabelecido o apocalipse, pouco há para se fazer no cinema, e trata-se de um filme longuíssimo, mas ao menos, o prometido é cumprido.

Friday, November 20, 2009

Robô Com Células Vivas



Bonitinho né? É um robô. Que tem células de um rato.

As 100 Melhores Canções Da Década Segundo Este Blog Imundo

É com imenso prazer e um ligeiro enfado que este site apresenta a lista com as melhores músicas da década que se encerra. Convém lembrar que a lista não está em ordem de pereferência, porque isso ia dar muito trabalho.

Big Exit - PJ Harvey
C'est Quoi C'est Ça - Young Gods
Juicebox - The Strokes
Hustler - Simian Mobile Disco
Rehab - Amy Winehouse
Idioteque - Radiohead
Crazy - Gnarls Barkley
No Pussy Blues - Grinderman
Patriot's Heart - American Music Club
Imaginary Friends - Ron Sexsmith
That's How People Grow Up - Morrissey
Piano Fire - Sparklehorse
These Are The Days - Lift To Experience
Girls In Their Summer Clothes - Bruce Springsteen
So Alive - Ryan Adams
Sex Is On Fire - Kings Of Leon
Trains To Brazil - Guillemots
Boy From School - Hot Chip
Black And Gold - Sam Sparro
Dreams - TV On The Radio
Formed A Band - Art Brut
Once Around The Block - Badly Drawn Boy
Set You Free - The Black Keys
Attack Of The Ghost Riders - The Raveonettes
Love Burns - Black Rebel Motorcycle Club
Little Room - The White Stripes
Valerie - The Zutons
Mercury - Bloc Party
We Used To Vacation - Cold War Kids
Don't Make Me A Target - Spoon
Skinny Love - Bon Iver
Love Is Dead - Brett Anderson
Jesus, Etc. - Wilco
Don't Panic - Coldplay
I Remember When - The Coral
Men's Needs - The Cribs
Take Me Out - Franz Ferdinand
Last Night - The Strokes
Dashboard - Modest Mouse
I Think We're Lost - Ron Sexsmith
Fa Fa Fa - Datarock
L.E.S. Artists - Santogold
Run - Snow Patrol
Kids - MGMT
Let's Make Love And Listent To Death From Above - CSS
Meddle - Little Boots
That's Not My Name - The Ting Tings
The Power Is On - Go! Team
This Time - DJ Shadow
No Ceiling - Eddie Vedder
Releast - The New Folk Implosion
Daddy's Gone - Glasvegas
The Brides Have Hit The Glass - Guided By Voices
Standing In The Way Of Control - The Gossip
He's Dumb, He's Simple, He's The Pilot - Grandaddy
Hate To Say I Told You So - The Hives
The Letter - PJ Harvey
I'm The Drug - Young Gods
Sheena Is A Parasite - The Horrors
Winter In The Hamptons - Josh Rouse
Great DJ - The Ting Tings
Obstacle # 1 - Interpol
Molly's Chambers - Kings Of Leon
We Are Your Friends - Justice Vs. Simian
I Predict A Riot - Kaiser Chiefs
Somewhere Only We Know - Keane
The World Is Full Of Crashing Bores - Morrissey
Fell In Love With A Girl - The White Stripes
Foundations - Kate Nash
My Delerium - Ladyhawke
Inertiatic E.S.P. - The Mars Volta
Daft Punk Is Playing At My House - LCD Soundsystem
This Is Not A Test - She & Him
The Way That He Sings - My Morning Jacket
Love Love Love - The Organ
Young Folks - Peter, Bjorn & John
This Is Love - PJ Harvey
Miss Lucifer - Primal Scream
Spitfire - Prodigy
Our Town - Radio 4
Wishing Wells - Ron Sexsmith
Staring At The Sun - TV On The Radio
Everybody's Changing - Keane
The Rhinohead - Von Sudenfed
We Are All On Drugs - Weezer
Superstition - The Kills
Date With The Night - Yeah Yeah Yeahs
Wolf Like Me - TV On The Radio

Thursday, November 19, 2009

Pessoas Que Devemos Odiar: Beck


O cara poderia ter feito como outros nomes dos anos 90 e sumido. Ou morrido de overdose. entraria para a história como one-hit wonder por "Loser" ou mito indie pelo álbum "Odelay", mas não. Ele prosseguiu com essa cara de babaca que lhe é peculiar, fazendo álbuns cheios de ecletismo sem noção e totalmente irrelevantes.
O fim da picada são suas recentes esmerdalhações de clássicos: primeiro o disco da banana do velvetr Undergorund e agora o "Songs" do Leonard Cohen. É, o cara regrava os discos, faz uma merda sem fim e fica por isso mesmo. Tiro de 12 na cara do vacilão!!

Wednesday, November 18, 2009

The Cribs - "We Share The Same Skies" Live At David Letterman



Depois de anos tocando guitarras escondidas no The The, irrelevantes com o Bryan Ferry e os Talking Heads, medíocres no The Healers, trocadas por synths no Electronic e inconsistentes no Modest Mouse, eis que Johnny Marr volta a tocar como Johnny Marr com os Cribs, e isso ele faz como ninguém.

Perguntas Nerds

Afinal o personagem de "Love Vigilantes" do New Order está vivo ou  morto??

Tuesday, November 17, 2009

NME's Top 50

Ok, considerando que a próxima década começa em 2010, então em 2009 temos mesmo que fazer o balanço dessa década. Meus amados leitores estão convidados a mandar suas listas. Em breve prepararei a minha, que certamente não vai parecer tanto assim com essa do semanário NME (Arctic Monkeys? Libertines?The Streets? E o pior é que tenho os três cds e acho bem ruins...)

1. The Strokes – 'Is This It'
2. The Libertines – 'Up The Bracket'
3. Primal Scream – 'XTRMNTR'
4. Arctic Monkeys – 'Whatever People Say I Am, That's What I'm Not'
5. Yeah Yeah Yeahs – 'Fever To Tell'
6. PJ Harvey – 'Stories From the City, Stories From the Sea'
7. Arcade Fire – 'Funeral'
8. Interpol – 'Turn On The Bright Lights'
9. The Streets – 'Original Pirate Material'
10. Radiohead – 'In Rainbows'
11. At The Drive In – 'Relationship Of Command'
12. LCD Soundsystem – 'Sound Of Silver'
13. The Shins – 'Wincing The Night Away'
14. Radiohead – 'Kid A'
15. Queens Of The Stone Age – 'Songs For The Deaf'
16. The Streets – 'A Grand Don't Come For Free'
17. Sufjan Stevens – 'Illinois'
18. The White Stripes – 'Elephant'
19. The White Stripes – 'White Blood Cells'
20. Blur – 'Think Tank'
21. The Coral – 'The Coral'
22. Jay-Z – 'The Blueprint'
23. Klaxons – 'Myths Of The Near Future'
24. The Libertines – 'The Libertines'
25. The Rapture – 'Echoes'
26. Dizzee Rascal – 'Boy in Da Corner'
27. Amy Winehouse – 'Back To Black'
28. Johnny Cash – 'The Man Comes Around'
29. Super Furry Animals – 'Rings Around The World'
30. Elbow – 'Asleep In The Back'
31. Bright Eyes – 'I'm Wide Awake, It's Morning'
32. Yeah Yeah Yeahs – 'Show Your Bones'
33. Arcade Fire – 'Neon Bible'
34. Grandaddy – 'The Sophtware Slump'
35. Babyshambles – 'Down In Albion'
36. Spirtualized – 'Let it Come Down'
37. The Knife – 'Silent Shout'
38. Bloc Party – 'Silent Alarm'
39. Crystal Castles – 'Crystal Castles'
40. Ryan Adams – 'Gold'
41. Wild Beasts – 'Two Dancers'
42. Vampire Weekend – 'Vampire Weekend'
43. Wilco – 'Yankee Hotel Foxtrot'
44. Outkast – 'Speakerboxxx/The Love Below'
45. Avalanches – 'Since I Left You'
46. The Delgados – 'The Great Eastern'
47. Brendan Benson – 'Lapalco'
48. The Walkmen – 'Bows and Arrows'
49. Muse – 'Absolution'
50. MIA – 'Arular'

Friday, November 13, 2009

E eu nem sei se essas palavras existem.
Eu olhei para ela, quero dizer, ele olhou para ela, uma completa desconhecida, no meio de uma multidão alienígena e viu um crachá dependurado com um nome que começava com H e quis dizer a ela o quanto ela era bonita, o que durou até perceber que não a achava bonita.

Thursday, November 12, 2009

A Sabedoria De Leonard Cohen, Mais Do Que Nunca


Quanto mais superficial, previsível, medíocre e cretino fica o mundo, mais a sabedoria se torna vital. É claro que em terra de cego, quem tem um olho é linchado, mas... em algumas situações a melhor coisa que podem te dizer é que você incomoda.
"Há uma guerra entre os ricos e os pobres
Uma guerra entre o homem e a mulher
Uma guerra entre os que dizem que há uma guerra
e os que dizem que não"

Iggy Pop Também Faz Merda



Para quem acompanha este humilde blog é desnecessário dizer o quanto admiro Iggy Pop. Pelos menos 2 discos dos Stooges e dezenas de suas canções estão no meu top 10 eterno. Talvez ele seja a maior voz do rock and roll (penso em van Morrison e Brian Wilson, mas esses não são apenas cantores de rock and roll. Penso também em todos os cantores de soul e r'n'b da fase áurea - 60's-, ou mesmo em Howlin' Wolf e percebo a bobagem que é se escolher o melhor no que quer que seja). Os dois shows que assisti, ambos com os Stooges, com e sem Ron Asheton, foram experiências fantásticas.
Com a pequena exceção dessa mania imbecil de chamar gente pro palco. Há maneiras mais interessantes de tumultuar o showbizz.

O Apagão


O que você estava fazendo durante o apagão de anteontem? Esta vai ser a pergunta presente em boa parte das conversas banais nas repartições, escolas, bares e pontos de ônibus. Todo acontecimento que evidencia, ainda que com consequencias por vezes trágicas, a fragilidade de nossa civilização, me apraz.
Há uma mensagem nos engarrafamentos, confrontos entre bandidos, apagões, tsunamis. Vivemos sob a ilusão do conforto, passeando na corda bamba, anestesiados pela diversão. Diante desses murros na cara que a realidade nos reserva, se evidencia a tênue linha que nos separa do caos.
O que já é muita coisa. Tá aí, mais uma coisa que aprecio, pra aquela lista incompleta de um post anterior: eu aprecio o caos.

Monday, November 09, 2009

Morrissey Em Dia De Carlinhos Brown

A Sabedoria De Leonard Cohen


                                                   "Eu lembro bem de você no Hotel Chelsea
                                                    Você era famosa, seu coração uma lenda
                                                    Você me disse de novo que preferia homens bonitos
                                                    Mas que para mim faria uma exceção
                                                    E cerrando o punho por nossos semelhantes
                                                    Os oprimidos pelas belas figuras
                                                    Você se acertou, disse "Bem, não se importe,
                                                    Nós somos feios, mas temos a música"

Trecho da música "Chelsea Hotel". Dizem que foi escrita para Janis Joplin. Eu teria que postar a letra toda, com referências a sexo oral e uma estrofe das mais desconcertantes da música pop.

Sunday, November 08, 2009

Planeta Terra 2009

A melhor atração do festival, segundo alguns


O Planeta Terra havia sido um festival impecável nos últimos dois anos: organizado, pontual, com programação bem balanceada e numa locação perfeita (um complexo industrial desativado). Mas, chegou a hora da vacilação. Neste ano, o festival aconteceu no Playcenter, parque de diversões decadente da cidade de São Paulo, e a programação, se não era exatamente ruim, não trazia grandes novidades.
Devido a outro problema na organização do evento, na minha opinião, a distãncia dos palcos, não pude acompanhar todos os shows que desejava, graças à coincidência de horários (Sei que é assim nos grandes festivais do mundo, mas cabe a pergunta: tem que ser assim?). Perdi o Metronomy e o Ting Tings. Ignorei o Copacabana Club, porque estou cansado dessas bandas de garotinhos ricos sem talento hypadas pelos amiguinhos da mídia. Assisti a alguns minutos do Patrick Wolf e deixei para lá, pois, como sumarizou Crissssss Sssssssssss, aquilo estava mais para show de transformistas.
E tem mais, odeio parques de diversão. Não tenho o menor prazer em me sentir aterrorizado, nem sinto a necessidade de extravasar o que quer que seja arriscando a minha vida em brinquedos que alavancam a adrenalina.
Deus provou que além dos gays, também odeia o rock and roll. Choveu torrencialmente no melhor show do Sonic Youth que eu já assisti, muito além daquela coisa modorrenta que foi a apresentação deles no "Claro Que É Rock" de 2005. O repertório foi baseado nas músicas de seu bom último álbum, que tem uma energia que eu já supunha morta na banda, depois da insuportável era Jim O'Rourke.
Mas energia mesmo é o que define a melhor atração deste e de todos os festivais que possa ter participado ao longo de toda a sua carreira (Ok, estou exagerando, mas somente porque ainda estou sob o impacto da performance estupidamente poderosa de "Gimme Danger" dos Stooges): Iggy e o que restou dos Stooges tem a chama. É simples, alguns têm, outros não. A maioria dos artistas de hoje em dia, mas interessados nas roupinhas e cortes de cabelo jamais vai chegar a isso: poder de transformação, choque nas almas alheias.
Desde a primeira vez em que ouvi os Stooges, eu carrego a sensação de que de alguma forma a música dos caras toca no homem primata que existe em mim, ao mesmo tempo que me enche de satisfação, por provar o poder que o bom rock and roll (não o verdadeiro rock and roll, esse é uma bosta) tem, mesmo depois de os imbecis do mundo se apoderarem das guitarras pesadas e da saturação da música feita nesse formato.
James Williamson nunca será Ron Asheton. Isso ficou bem claro quando ele conduziu com sua guitarra "certinha" o clássico absoluto "I Wanna Be Your Dog". Só que não podemos esquecer de riffs perfeitos como os de "Search And Destroy" e "Raw Power", ou seja, não estamos falando de alguém que brinca aqui também não. Até a chuva parou para os Stooges, e olhando para o corpinho de múmia de Iggy Pop, senti um calafrio, até quando? Provavelmente não por  muito tempo, e quando esse dia chegar, que o atestado de óbito do que chamam de rock and roll seja definitivamente assinado.
Ah, sim. Teve também o Primal Scream. Quem acompanha a banda sabe que não se pode confiar no Primal Scream. Fizeram o melhor show do TIM de 2004 e um dos piores desse Planeta Terra, já que tocaram clássicos como "Miss Lucifer" naquela levada de sub stones presente nos seus piores álbuns. Eu que já não tenho paciência nem para a banda de Jagger e Richards, abandonei na terceira música e fui comer um croissant delicioso.

Friday, November 06, 2009



Vc gosta de música francesa?

E Lá Se Vão Os Anos 2000


Além de influenciar trocentas bandas medíocres com aquele timbre magrinho de guitarra dos infernos, os Strokes fizeram o imperdoável: fizeram dos cabelinhos enroladinhos do guitarrista Albert hammond Jr. coisa cool no mundo indie (até isso o descarado Moptop copiou). E agora que o malandro raspou a cabeça? O que será das bandas do gênero?
Gostaria muito que isso, somado ao bom e diferente álbum do vocalista Julian Casablancas, significasse o fim dessa era revivalista e poseur.

A Sabedoria De Leonard Cohen


"Todo mundo sabe que a Praga está vindo
Todo mundo sabe que está se espalhando rápido
Todo mundo sabe que os homens e mulheres nus
Não passam de brilhantes artifícios do passado
Todo mundo sabe que a cena está morta
Mas haverá um medidor junto à sua cama
Que revelará
O que todo mundo sabe"

Thursday, November 05, 2009

"Inglourious Basterds" - Quentin Tarantino


Crissss Ssssssss, que ainda não viu esse filme, uma vez fez uma inteligentíssima observação sobre a dificuldade que os artistas setentistas tiveram de atravessar a década de 80. Olhando em retrospecto, não há nenhum grande nome da música pop (com exeção talvez do Kraftwerk, mas eles não são humanos mesmo) que não tenha metido o pé na jaca do mau gosto naqueles anos. Atravessar décadas envolve riscos terríveis. Eu por exemplo, perdi quase todos os cabelos do topo da cabeça nessa brincadeira. Tarantino ainda os têm, mas o impacto que sua figura teve no meio cinematográfico nos anos 90 já não é mais o mesmo há tempos. Em parte por causa desse fenômeno das décadas, mas também porque o cineasta optou por destilar seu estilo, para o bem e para o mal.
Sua investida no "blaxploitation" de "Jackie Brown" foi o que primeiro me desapontou. Depois vieram "Kill Bill", seu filme de karate, que é quase bom, peca pelo excesso e pela pretensão do artista em ser o mestre da manipulação e perversão dos clichês. Não, ele não é tão bom quanto pensa.
Há gêneros de filmes que simplesmente abomino. Não vejo filmes que tenham nazistas, nem velho oeste, nem filmes de karate. Geralmente me entediam ao máximo. Mas alimento a esperança, cada vez mais débil, de repetir a poderosa experiência de "Pulp Fiction" ou "Reservoir Dogs", clássicos do diretor.
Ao contrário da crítica, achei um quase retorno à forma seu penúltimo filme, "Death Proof". Parecia que o diretor estava menos preocupado, naquele trabalho, em demonstrar sua maestria. Ledo engano. Lá fui eu ao cinema, quebrando um dos meus dogmas, ver um filme de nazista, só porque era do Tarantino.
O que vi? Tarantino testando nossa paciência com diálogos intermináveis, preciosismo e citações de nerd de cinema, nazistas, nenhuma gostosa, a redescoberta do Bowie da fase "Let's Dance" (a trilha traz a subestimada "Putting Out Fire", já usada nos anos 80 para um clássico da minha adolescência, pelos motivos errados, "A Marca Da Pantera/Cat People"), um sadio desrespeito à história, a boa e velha ultraviolência e uma questão perturbadora, nazistas na posição de vítimas, talvez o aspecto mais interessante do filme: se é nazista, pode tudo? Queimar vivo, porrar até a morte, metralhar multidões desarmadas? Postos na posição de vítimas, os mais clássicos vilões do cinema subvertem uma tradição e levam a pensar sobre a complexidade das ações cruéis do ser humano.
Ok, mas achei o mais chato dos filmes do cara. Ah, e alguém precisa avisar ao Brad Pitt que interpretação é mais do que arrumar um sotaque engraçado.

"V"


Ai meu Deus. Assim nunca vou deixar de ser nerd. Acabei de assistir ao piloto do remake de uma das séries preferidas da infãncia, "V", a dos ets lagartos do mau comedores de gatinhos. E vou falar, surpreendeu. Bom piloto, bons efeitos, trama suficientemente atraente, alguns clichês de sempre e tal, mas acho que essa série vai, ao contrário de "Flash Forward", que está cada vez mais descendo a ladeira à la "Jericho" ou "Daybreak", outras séries que tentei assistir, mas joguei pro alto por puro tédio.
E mais, tem atriz brasileira:


A atriz brasileira Morena Baccarin faz a líder dos ets. Não se empolgue não. Por debaixo dessa morenice aí tem o maior lagartão!!
A série parece estar disposta a conquistar os fãs da extinta "Battlestar Galactica", também baseada em uma clássica série dos anos 80, além da trama envolvendo alienígenas do mal que assumem aparência humana e de outro interessante aspecto, que dá um ar contemporâneo às duas séries, a proeminência de personagens femininos.
Se tiver mulher saindo na porrada, aí fica perfeito, hehehe.

Prodigy - 24.09.2009


E eu quase esqueci do show do Prodigy. Sempre tive os dois pés atrás com o grupo. Nos anos 90, com as lições de casa do Aphex Twin, NIN e Young Gods, eles tiveram sua importância popularizando uma forma mais agressiva de música eletrônica. Em 2009, são o típico caso de artista que volta ao Brasil sempre que pode atrás de uns trocados, longe de seus dias de glória.
O que de certa forma é uma pena, pois, como disse Paul Simon, muitas vezes o ostracismo de um artista coincide com o momento mais criativo e bem-acabado de sua arte. O penúltimo trabalho de estúdio do Prodigy é excelente, principalmente pela ausência dois dois mcs palhaços Keith Flint e Maxim Reality. o último é ok e traz os cars de volta.
O último show deles no Brasil, no skol beats em SP havia sido uma perda de tempo, quase um show capenga de metal de arena. Este, com um som inacreditavelmente bom para o Citibank Hall, foi superior, com repertório baseado no último trabalho deles "Invaders Must Die" (que, com seu refrão fascista/xenófobo me pareceu uma tentativa barata de causar controvérsia como em "Smack My Bitch Up", seu grande hit polêmico, ode ao espancamento de mulheres e videoclipe com lesbianismo e uso de drogas explícito).
Liam Howlett, o cérebro do Prodigy, continua eficiente e inspirado com suas maquininhas de fazer barulho, mas os MCs, principalmente Flint, gordo e sem voz, chateiam mais do que divertem. Que Howlett os despeça de vez e traga de volta Juliette Lewis que fez os melhores vocais de toda a história do Prodigy.

Gang Of Four - "Entertainment"


Unanimidade da crítica, conceitualmente perfeito produto de uma época em que não era temerário misturar rock and roll e inteligência. Letras politizadas, predominãncia de grooves, poucos refrões, melodias básicas e um guitarrista que usa um efeito de guitarra (aquela leve distorção banalizada pelas bandas pós-Strokes).
Não tinha como funcionar. Mas, não só funciona, como soa poderoso e original ainda hoje, a despeito das bandas que os roubaram na cara dura (sabe aquelas boas idéias da dita boa fase dos Titãs...bem...pois é).
Quem não gosta deve morrer.

Rio 40 Graus


Em um dia de Rio de Janeiro com termômetros que marcaram 40 graus, sempre é bom lembrar que este é um cenário paradisíaco só para quem mora a 40 metros da praia. Ou para quem vive em temperatura condicionada de 15 graus (sai de casa, pega o carro, vai pro trabalho, tudo no ar refrigerado).
Vá a Bangu. Pegue uma rua residencial daquelas cujos moradores estão cagando para a natureza e destróem toda e qualquer árvore, porque estragam a calçada, ou escurecem a casa (essa é ótima) e siga por quilômetros sem qualquer tipo de sombra natural. O concreto ferverá e no seu corpo empapado de suor tudo que restará será uma vontade incontrolável de assassinar a Fernanda Abreu.

Rio Gay


Então o Rio de Janeiro ganhou aí alguma espécie de eleição de "melhor destino gay do planeta" ou algo assim. Eu não entendo direito o que isso realmente significa, suspeito que esteja relacionado com politicagens e turismo, dinheiro público sendo desviado,etc. etc. No dia da passeata gay na cidade, o metrô estava repleto de pessoas voltando à caráter do evento em Copacabana. Acena mais engraçada que vi foi uma menina com uma blusa escrita "He is gay" com uma seta, sentada ao lado de dois rapazes que se acariciavam afetuosamente. A piada seria mais engraçada se na camisa se lesse "They are gay", mas, tudo bem, ninguém precisa lembrar que eu sou professor de inglês.
Tenho amigos gays e simpatizantes que não vão gostar nada do que vou dizer por aqui, mas espero que entendam que meu preconceito é contra toda a raça humana, imbecis hetero e homo. Reservo algum respeito aos assexuados (de fato) e aos eunucos que não dão a bunda. Rejeitar o sexo é uma demonstração bastante louvável de desprezo à natureza, que, não esqueçam nunca, está contra nós e a favor somente de si mesma.
Em primeiro lugar, não vejo o que a passeata ou a escolha do Rio como a cidade mais gay ou algo assim tenha de importante. Os bons cristãos continuam achando aquele carnaval que os caras fazem na passeata uma aberração engraçada e o preconceito acena do alto das coberturas ou dos morros de onde se derruba helicópteros.
Outra. Deus odeia os gays. No dia da passeata choveu bastante, no dia seguinte fez sol. Está claro, leia a bíblia. Se eu fosse gay, certamente seria ateu.
Na verdade não acredito nem em Deus nem em gays. Uma vez vi uma frase do escritor americano (gay) Gore Vidal que traduziu bastante bem o que penso a respeito. Que a palavra gay seria um adjetivo e não um substantivo. Eu vou além, eu duvido da existência dos rótulos limitadores forjados no século XIX, ou por ali.
O que é uma mulher que tem tesão por mulher? Mulher, ora. Sua preferência sexual pode servir como parâmetro para definir sua personalidade? Duvido muito.
Eu vivo cercado de homens supostamente heterossexuais que vivem repetindo frases monstruosas como "Boceta é a melhor coisa do mundo, pena que vem com uma mulher junto". Esses caras se relacionam sexualmente com mulheres, inclusive com muito mais frequência que eu (hahahahah) e , no entanto, não poderiam ser mais diferentes em sua postura.
Vejo a sexualidade como um aspecto. Considero ridícula a idéia de "sensibilidade gay", tanto quanto seria o conceito de uma sensibilidade heterosexual. Não acho que dar a bunda ou preferir bundas peludas refine a sensibilidade de ninguém. Vejo com assombro a tendência das pessoas a vestirem personagens (sou lésbica, uso relojão, gosto de mpb, ando jogando os ombros; ou sou gay, sou vaidoso, estiloso, espirituoso, gosto de música eletrônica, etc. etc.).
Prefiro pensar que os indivíduos são diferentes. Pontos em comum podem existir,mas não podem ser definidos exclusivamente pela forma como as pessoas preferem gozar.
Ou eu não poderei mais me emocionar com as letras do Morrissey ou com "Lady Stardust" do Bowie, a música gay mais bonita de todos os tempos? Nem ouvir Le Tigre, uma das bandas mais influentes e subestimadas dos úlitmos tempos, por serem lésbicas militantes?
Não há nada mais difícil do que ser você mesmo, pode levar uma vida inteira. Mas vale a pena.

Caninus



Eu sempre achei mesmo que os urradores dessas bandas de metal para adolescentes nervosinhos pareciam cães. Digamos que agora é "the real thing".

A Sabedoria De Leonard Cohen



Lendo uma mtéria lá no http://www.nme.com/, lembrei de um pensamento que sempre me ocorre ao analisar o cenário pop rock atual, mas que por vezes ignoro. Há quanto tempo não surge uma boa letra no mundo pop. Quando digo boa letra, quero dizer algo que funcione bem em uma canção, nada de literatices em excesso - mal do qual nem Dylan às vezes escapa - mas algo que nos faça supor que existe um cérebro por trás da voz do crooner.
É comum hoje em dia que se confunda sacadinhas "espertas" como a do Alex Turner do Arctic Monkeys, ou, num nível mais rasteiro, de Lily Allen, ou ainda as (boas) piadas do cara do Art Brut com boas letras. Contudo, uma rápida comparação com o melhor de Morrissey, Ian Curtis, Scott Walker, Dylan, Lawrence, Patti Smith e outros do mesmo naipe evidencia a distância em termos de sensibilidade e profundidade dos compositores mais recentes e aqueles talentos de outrora (hahahaha).
É nessas horas que só podemos ser salvos pela sabedoria do maior de todos os letristas do pop: Leonard Cohen. Não há páreo para o "judeuzinho que escreveu a bíblia". Tentarei provar meu argumento com pequenos posts com trechos do cara que largarei por aqui. O primeiro vem aí. Alguns versos de amor, direto de "So Long Marianne", de seu primeiro ´labum, "Songs..."
"Pois agora preciso de seu amor escondido
Estou frio como uma lâmina nova
Você se foi quando eu disse que era curioso
Eu nunca disse que era corajoso"




Perguntas Nerds

Por que as covers do REM são tão ruins? (Possível exceção a "Strange" do Wire, genialmente arranjada no clássico da banda, "Document"). As versões do Velvet...Suicide...Syd Barrett...Television...e até mesmo a de uma música do Editors (!!) são todas pavorosas. Como se eles odiassem as bandas que "coverizam". Por que? Por que?
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