Friday, September 28, 2007

Ahhhhhhhhhhhhhhh...


Engraçado. Não vi ninguém triste com a saída da Zélia Duncan dos Mutantes...

Thursday, September 27, 2007

"INLAND EMPIRE" - David Lynch


Impressões de um leigo.
Saudado por parte da crítica e detonado por outros, há uma coisa que pode ser afirmada sem hesitação a respeito do último trabalho de David Lynch: dessa vez ele foi longe demais. Para os que insistem na idéia simplista de uma trilogia de Hollywood, vamos lá, digamos que ele pegou um controno na Lost Highway, seguiu por Mullholland Drive e chegou aqui, ou seja, sabe-se lá onde.
Filmado com câmera semi-profissional digital, com 3 horas de duração e , segundo declarações do próprio diretor, com roteiro desenvolvido a partir de idéias surgidas durante o processo de filmagem, INLAND EMPIRE pode ser classificado como um pesadelo filmado. Um pesadelo recorrente.
A maior parte das cenas se pessa em ambientes escuros e incômodos. Lynch, também artista plástico, lança aqui talvez seu maior desafio, no sentido de explorar uma narrativa cinematográfica que obedeça a uma lógica além do teatro, cinema ou literatura. Uma lógica além, a lógica do pesadelo. E é justamente aí que reside a maior pretensão e o maior acerto do filme, na proposta de uma nova lógica narrativa, ilógica, intuitiva, mas não totalmente aleatória e desconhecida. Quem é que nunca teve um pesadelo do qual parece que não há saída? Ou do qual parece que há várias saídas, todas levando a novos pesadelos?
Este é também o filme mais auto-referente do diretor. Desde as cortinas vermelhas dos sonhos do agente Cooper de "Twin Peaks", aos ensaios dos atores de "Mullholland Drive", sem esquecer dos assustadoremente enigmáticos coelhos de "Rabbits" e do que parece ser a imagem favorita de Lynch no que se refere à figura feminina, morenas X loiras, loiras X morenas.
À moda dos pesadelos, nos quais a presença de um personagem pode transportar a ação de um cenário para outro, ou de uma época para outra, e onde passamos magicamente de protagonista a espectador ou até vivenciamos as duas perspectivas simultaneamente, a personagem de Laura Dern passeia ou se perde de uma viela em Hollywood para uma rua na Polônia, e a cada mudança de cenário, uma mudança de personagem, o que enche de perplexidade não só a nós espectadores, mas também aos próprios personagens. Em dado momento, a protagonista afirma não ter certeza se é hoje ou amanhã, se aconteceu ou acontecerá. Em outra cena, personagens encaram a câmera e indagam "Quem é ela?". Não sabemos, não saberemos e não importa. Dividimos a confusão.
Existem pontos negativos no filme, é claro. O filme não se sustenta em suas 3 longas horas. Os planos de conversa de Nikki/Sue/seja lá quem for com o homem com cara de chato, talvez um psiquiatra, se arrastam indefinidamente e acrescentar histórias "reais" demais, que nada acrescentam à narrativa. A cena final do corredor também parece infinita. Contudo, são detalhes que não diminuem de forma alguma o êxito de um dos diretores de cinema mais importantes de nosso tempo, um gênio capaz de filmar mulheres com pouca roupa como se fossem aterradoras.
Um ponto para quem localizar Ben Harper e Nastassja Kinski no filme.

Wednesday, September 26, 2007

Morreu


Mais um passarinho bebê apareceu morto na minha varanda. Não, não pense mal de Miss Kita e Cearix! Eles nem o viram. Acontece que de tempos em tempos alguma passarinha otária constrói um ninho no buraco do teto onde devia haver uma lâmpada e algum passarinho mais otário cai lá de cima. Tadinho.

Inevitável pensar naquelas coisas. O papel do suposto criador nesta história. Um bichinho frágil desses, cai de cabeça no cimento frio e morre sozinho. Se Ele permitiu foi um sacana. Se não, não serve pra muita coisa, devia se aposentar.

Sabe que é um pensamento muito mais reconfortante achar que não há nada no céu além de nuvens?

Heroes Season 02 Episode 01


Mantendo a tradição da bem-sucedida série, o primeiro capítulo da segunda temporada foi tão ruim quanto o inicial. A retomada de rumo dos personagens extremamente desinteressante, a surpresa que não surpreendeu ninguém quanto a Peter Petrelli, um inimigo misterioso que está eliminando os "poderosos" (Sylar 2?, quanta imaginação!!), a chatice da cheerleader na sua nova escolinha, Hiro no passado e sua história apontando para um desenrolar altamente previsível, nada se salvou. Os personagens novos, dois irmãos sulamericanos de poderes ainda não muito bem explicados, também não convenceram, total ausência de carisma.
A única coisa boa talvez tenha sido a ausência do molequinho mala, Mika. Definitivamente, começou mal. Tomara que as coisas engrenem como aconteceu na primeira temporada, ou terei que tomar a mesma atitude que tomei em relação à equivocada "Jericho". Saco.
Assim o nerd da séries não consegue ficar feliz...

Saturday, September 22, 2007

O Rock É Gay


Eu juro que não inventei isso:


One of the most dangerous ways homosexuality invades family life is through popular music. Parents should keep careful watch over their children's listening habits, especially in this Internet Age of MP3 piracy.
Bands to watch out for
The Spores (endorse suicide)
Scissor Sisters
Turbonegro
Rufus Wainwright
Merzbau
Ravi Shankar
Wilco
Bjork (mb)
Tech N9ne
Ghostface Killah
Bobby Conn
Morton Subotnik
Cole Porter
The String Cheese Incident
Eagles of Death Metal
Polyphonic Spree
The Faint
Interpol
Twisted Sister (jj)
Tegan and Sara
Erasure
The Grateful Dead (drugs too)
Le Tigre
Marilyn Manson (dark gay)
The Gossip
The Magnetic Fields
The Doors
Phish
Queen
The Strokes
Morrissey(?questionable?)
Metallica
Judas Priest
The Village People
The Secret Handshake
The Rolling Stones
David Bowie
Frankie Goes to Hollywood
Man or Astroman
Richard Cheese
Jay-Z
Depeche Mode
Kansas
Ani DiFranco
Fischerspooner
John Mayer
George Michael (texan)
Angel Eyes
The Indigo Girls
Velvet Underground
Madonna
Elton John
Barry Manilow
Indigo Girls
Melissa Etheridge
Eminmen
Nirvana
Boy George*
The Killers
Lou Reed
Lil' Wayne
Motorhead
Jill Sobule
Wilson Phillips
DMX
Wesley Willis
Lisa Loeb
Ted Nugent (loincloth)
Dogstar
Thirty Seconds to Mars
Lil' Kim
kd lang
Frank Sinatra
Hinder
Nickleback
Justus Kohncke
Bob Mould
Clay Aiken
Arcade Fire
Bright Eyes
Corinne Bailey Rae
Audioslave
Red Hot Chili Peppers
Panic at the Disco
The Cure (makeup)
Spin Doctors
The Deers
Lindsey Lohan
The Smiths
Beck
Tom Waits
The Cramps
Cannibal Corpse
Britney Spears(kissed Madonna)
Perfect Sin
The Queers
NoFx(gay punk)
Soup Dragons
Elton John(really gay)
In Our effort to keep this list up to date we'd appreciate your help. If you know of a band that is Gay or propogating a Gay message please email us so we can update. Donnie is handling this his email is: donniedavies@gmail.comThe response is overwhelming. You guys know of a lot more Gay Bands than I do. I can't keep up. Hopefully soon we'll have it so you can add them by yourself.
©2007 Love God's Way Ministries. All Rights Reserved.

Pete Doherty, Filho Da Puta

Existem muitos motivos para se odiar Pete Doherty. Ele faz música ruim. Ele é um junkie chato que não morre. Ele é feio e tem cara de quem fede.
Pois bem, agora temos mais um: nessa foto ele enfia um cachimbo de crack no focinho de um gato. Isso mesmo.
Filho da puta é pouco.

Friday, September 21, 2007

The House Of Love


Vamos exagerar um pouco. Se a angústia e a ira contida tivessem que ser expressas em apenas uma nota de guitarra, eu diria que a nota tocada seria a que abre esse belíssimo album, "Christine". "Still walking in me, still talking in me", é isso?

O House Of Love foi uma das bandas a fazer a transição do rock britânico dos anos 80 para os anos 90, mesclando a onipresente influência do Velvet Underground ao espírito misturador/mixer dos anos 90. Nem sempre foi genial como na faixa de abertura desse aqui, mas certamente merece uma ouvida.
"there's no love looooooooost, not a single hour..." http://rapidshare.com/files/57153199/THOL.rar.html

Thursday, September 20, 2007

The Raveonettes - Whip It On


Não é preciso ser original para ser interessante. Ou, às vezes a originalidade vem justamente de uma combinação de elementos "emprestados". Agora pára de bobeira, que o assunto aqui é música pop, e nada mais chato do que quem tenta enxergar uma profundidade que definitivamente não há nesse ramo. Quer profundidade vá ler Kierkegaard. Ou Santo Agostinho, sei lá.
Vieram da Suécia no início do movimentado século XXI. Trouxeram 8 canções, todas em "glorioso Bb Menor" (por que os irmãos Reid não pensaram nisso??). E fizeram um cdzinho perfeito na sua mistura sem vergonha de Jesus & Mary Chain, Suicide, girl groups dos anos 60 e My Bloody Valentine.
Enquanto isso, nêgo tava ouvindo Libertines...

Monday, September 17, 2007



Tem gente que prefere o disco todo preto do Metallica. Tem gente que realmente gosta de músicas sobre monstros que caçam garotinhos indefesos no meio da noite, mesmo depois de já não terem mais quatorze anos. Meu conselho para eles é que cantem "Sílvio Santos vem aí em cima do riff de "Enter Sandman", fica perfeito, melhor do que o original.

Medo da música. Antes de sair dando pulinhos e batendo palmas com o Clap Your Hands Say Yeah, ou fazendo Fa Fa Fa com o Datarock, dá uma conferida nesse aqui. E não esqueça de forma alguma: "E glassala tuffm i zimbra", o que quer que isso queira dizer...

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Friday, September 14, 2007

Babacão

Alguém avisa a esse babacão que os anos 90 acabaram faz tempo.

Thursday, September 13, 2007


A simpsonização é um fenômeno irreversível. http://www.simpsonizeme.com/

Wednesday, September 12, 2007

Os Deuses Devem Estar Loucos

Não ia nem começar assim, mas já viu como o Inri parece o Paulo Coelho? Não duvidaria de uma nefasta conexão. Mas a questão é que corre o risco de o Vaticano admitir que o cara é o "cara". O mundo está a cada dia mais difícil de entender MESMO. No dia 12 de Setembro está confirmado o show de retrono do Led Zeppelin aos palcos. Pois é. Fora isso a Rede Grobo programou para sexta próxima um especial em homenagem ao Renatão (Russo). Legal né? Não, não é legal não.

Isso tudo deve querer significar algo. Algo não muito bom.

Ah, sim! Oitentista heróico com vontade de ouvir bandas duvidosas dos rock brasileiro, não deixe de visitar o blog http://cogumelomoonpoprock80brasil.blogspot.com/. Raridades absurdas, a maioria ripada de vinil, mas o trabalho de pesquisa do site merece palmas. Onde mais você acharia Neusinha Brizola?Aliás, qualquer hora disponibilizo uma banda bem suspeitona nacional aqui para acabar com essa história de que só gosto de música estrangeira. E uma foto da Neusinha Brizola também cairia bem.

Tuesday, September 11, 2007

Chame Isso Do Que Quiser

O vento é quem escreve a história. E a história é idiota, começa de modo misterioso, todos os personagens são secundários e dispensáveis. Eu escrevi um poema para ela que ela nunca vai ler: " Meu amor é torto e esburacado. É um dente cariado.
Te ofereço por pura cara-de-pau.
Só eu sei o quanto eu já fui vil. O quanto sou ainda.
Por isso, isso."
Pequeno porque me arrependi do poema no meio. Há dias em que eu sou assim, desisto do copo d'água na metade do primeiro gole. Ah, o acidente que é isso tudo, as pessoas trombam na rua, trocam fluidos corporais e geram, vez ou outra, mais seres que continuam trombando pelas ruas e gerando poeira nas ruas cada vez mais populadas.
Eu evito as ruas principais. Chame isso do que quiser. Não sei se eu gostaria de ficar bêbado porque eu me importo ou se porque não me importo. Quem mandou ter esse jeito de não se importar se importando. Coisa de viado. Homem que é homem não tem essas frescuras não. Na próxima encarnação vou nascer viado, porque todos os viados que eu conheço estão sempre felizes. Eu desconfio de todo mundo que está sempre feliz, geralmente são os que já venderam a alma ou beberam um litro de desinfetante. Tempo bom era aquele em que as mulheres ateavam fogo aos próprios corpos, mas não testemunhei isso, não sou tão velho.
Há muito espaço entre o sim e o não, e não é confortável, mas é onde devo parar. Ainda que não esteja parado nesse momento, essa é a hora em que o vento sopra. Que absurdo! As ruas principais lotadas de garotas bonitas que até o ano passado usavam roupas transparentes, mas agora aderiram à transparência total: ontem mesmo atirei uma moeda na direção de uma morena e a moeda passou direto através dela.
Me vem à cabeça o tempo em que era um moleque. Eu olhava pras luzinhas brilhantes nos morros e pensava que...pensava uma merda qualquer. Daquela época não ficou nada, só a mania de apertar os olhos com força para ver luzinhas piscando no ar. De moleuqe solitário e calado a adulto tagarela e tentando a todo custo ficar sozinho, num mundo em que nem no banheiro se consegue solidão. Mais fácil bater asas e voar.
Dizem que Deus não deu asas ao homem para que ele não cagasse a Terra toda. Dizem muita coisa sobre Deus, homem, amor, mas não há ninguém que não esteja vagando meio bêbado por uma cidade estreita e suja, no escuro.

Eu Nunca Quis Comer A Madonna


Não canso de repetir aqui que fui adolescente nos anos 80. E como cada vez mais me convenço que ninguém sai totalmente da adolescência (mais precisamente, ninguém sai do pátio da escola), sempre fui imune ao "fenômeno, "ícone", "diva" ou sei lá qual adjetivo exagerado que, principalmente a partir da década de 90 começaram a usar para falar de Madonna. Isso, nos ruins e velhos anos 80 ela era uma piada, um pouco menos ridícula que Britney Spears.
Entretanto, como todo mundo que persiste no mundo pop acaba virando cult, principalmente quando tem muita grana por trás, em algum lugar da década passada ela passou a "artista séria". Não pra mim. Virou símbolo sexual das massas, mexendo com o tesão de heteros, gays, lésbicas, bancários, a humanidade toda. Menos para mim. Sempre a achei feiosa e má cantora e má dançarina e, seu sex appeal para mim sempre pareceu meio anúncio de sabão em pó.
Ainda assim, em sua longa carreira houve alguns acertos, singles como "Secret", "Borderline" ou "Justify My Love" já entraram para a história da música pop, mas até aí nada. "Da Da Da" do Trio também é clássica e nem por isso você vê a cara deles em todos os lugares. Outra ponto para a artista foi seu excelente último álbum que quase a redimiu e até me deu vontade de ter, o tal "Confessions On The Dance Floor". Moderno e empolgante, parecia apontar para um futuro promissor para a cinquentona, mas isso só para quem não acompanha a carreira da autora de "La Isla Bonita" e "True Blue". Logo em seguida ela veio com uma música pseudo-engajada no Live Earth e agora isso: seu novo single. "Candy Shop"'. Uma merda atrás da outra merda. Nem quero ouvir esse cd que vem aí.

Monday, September 10, 2007

Felt "Ignite The Seven Cannons"

Felt - Ignite the Seven Cannons
Eu fiz uma coisa uma vez da qual metade de mim se arrepende e metade não. Eu tinha acabado de comprar meu disco do mês (a mesada dada por meu pai dava pra isso e nada mais. Nada mais mesmo. Eu comprava um disco e ficava duro por um mês, acredite!!) e tinha sido o "Isn't Anything" do My Bloody Valentine. E olha como sou velho: comprei o vinil (!) na Mesbla (!!). Quando ouvi aqueles vocais desafinados, aquelas baterias fora do tempo, aquelas guitarras incompreensíveis, oitentista de carteirinha que eu era, fiquei meio atordoado, apesar de fã do Jesus & Mary Chain. Gostei não.
Tinha esse amigo meu que tinha um disco no qual eu estava de olho há um tempão. Felt, "Ignite The Seven Cannons". Nem pensei duas vezes, sabia que ele ia ficar seduzido por uma modernidade (era o ano de 1989), propus a troca. Ele ficou empolgadaço e topou na hora, dizendo que estava mesmo interessado em ouvri coisas mais "pesadas" (Calma, calma. O período retratado aqui é o pré-grunge, nenhum de nós suportava metal. Ele queria dizer Stooges, Sonic Youth, Jesus & Mary Chain...).
Troca feita. Delírio. Guitarras perfeitas. naquela época eu não conhecia o Television, então as guitarras pareciam mais perfeitas ainda. Durante muito tempo aqueles timbres cheios de chorus e delays foram meu sonho de consumo. Letras espertas e evocativas. E uma coisa incrível, em se tratando de meus dogmas pessoais do pop: eles conseguiam ser poderosos (até mais, talvez) nas faixas instrumentais também.
O tempo passou e eu vi que devia ter mantido o My Bloody Valentine também. Descobri também que a sonoridade desse trabalho do Felt deve muito mais ao produtor Robin Guthrie do que á banda em si (basta ouvir outros trabalhos da banda e constatar que eles são bem menos "etéreos"). No final virou comédia geral, porque o vocalista do Felt, Lawrence, lançou um desastroso projeto pós-Felt, chamado Denim que é uma das coisas mais horrorosas que já ouvi na vida (Não, não tente baixar o Denim. Tô avisando, é ruim demais!!).
Contudo, a lembrança de tardes cinzentas ao som desse aqui vou carregar comigo pro túmulo. Melancolia gostosa.
http://www.badongo.com/file/4322492

Strange Days Have Found Us


Tá lá no site da Rockpress: o Radiohead está sem gravadora. E no site do Lucio Rigayro, o bigode está de volta, vide o vocalista do Killers e o baixista do Interpol. E no site do NME diz que o Blur vai voltar. De novo no Rockpress o Nasi saiu do Ira!
Mas estranho mesmo é o fato de eu estar conectado e meu telefone estar mudo. Pode ser o aparelho, mas prefiro acreditar em algo sobrenatural.
O Elva Urf finalmente terminou seu segundo EP, que deve chamar "No Hay Banda". Havíamos concordado com esse título, mas Crissssssss Ssssssssss é meio surpreendente às vezes. Espero que ela não resolva aderir à onda do bigode. Eu diria que esse é um EP menos introspectivo e que o Elva Urf olha pela janela e não gosta do que vê. Crisssssssssss Sssssssssssssss provavelmente diria o contrário, ou não diria nada, sei lá.
Os camelôs do centro do Rio hoje anunciavam excitados o DVD "Tropa De Elite 2"!!!!!!! Voltei correndo para casa, fechei as janelas e portas para ouvir um som. Meu gatinho Cearix me implorou que não fosse Radiohead, porque ele detesta ouvir gente miando.

Sunday, September 09, 2007

Siouxsie - "Mantaray"

Pelo menos ela não me decepcionou. Muita expectativa cercava esse primeiro álbum, após o fim do Creatures e longe dos colaboradores dos Banshees, afinal ela sempre esteve cercada de músicos excelentes que construíram molduras clássicas para sua voz elegante e única. Um produtor babacão poderia estragar tudo. Não foi o caso.
A primeira faixa "Into A Swan" abre o cd com uma microfonia para afastar os possíveis rumores de um trabalho "maduro". Aqui a maturidade não surge de forma pejorativa. Da primeira à quarta faixa, guitarras e batidas marcadas nos fazem perceber que estamos diante do melhor grupo de canções de Siouxsie nos últimos 10 anos pelo menos. Sem desmerecer a refinada e experimental pesquisa com o Creatures, já estava mais do que na hora do que deixar a voz e o carisma de Siouxsie reinarem supremos em canções menos "étnicas", digamos assim.
Ainda assim, não é um simples disco de batidas e guitarras "rock". "If It Doesn't Kill You" nos leva àquele clima de cabaré à la Marianne Faithful e as batidas tribais sempre presentes no trabalho da cantora retornam triunfais em "One Mile Below". Até o final, o cd segue coeso e climático sem baladinhas sentimentais ao piano (e motivos ela até tinha para isso, levado em conta que o disco foi gerado durante o momento de separação de seu companheiro de longa data e baterista dos Banshees e Creatures, Budgie). Viu PJ?

Ouvir?

Saturday, September 08, 2007

PJ Harvey Não Está De Volta


Primeiro vieram as notícias de que o novo cd de PJ Harvey teria sido composto inteiramente no piano. Barbas de molho já, isso costuma ser um péssimo sinal de amadurecimento, naquele sentido trágico que essa palavra tem na música pop: pura e simples crise na criatividade. O velho truque que o Radiohead usou pós OK Computer e o mundo inteiro engoliu, "não conseguimos mais compor nada de bom, vamos mudar o formato".

Aí veio "When Under Ether", chata como uma música da Tori Amos. Todos os críticos vão fazer um trocadilho com o clima sonífero da música e éter, então nem vou me dar ao trabalho. O que surgiu em seguida foram vídeos de apresentações, e mais piano e vocalizações estranhamente agudas, acompanhadas por um figurino levemente mais gótico que o usual (Aí minha implicância só aumenta; sempre desconfie de artistas que mudam de visual a cada lançamento!).
Finalmente vazou. Ou melhor escorreu. Se esse disco fosse outra coisa seria aquela baba viscosa que escorre da boca de quem caiu num sono pesado. Pianos, mais vocaizinhos agudos, letrinhas tristes. Chato, nada mais. E não por ser predominantemente lento e melancólico. Obras-primas como "Pink Moon" do Nick Drake, "Chelsea Girl"da Nico, ou para citar algo mais recente, o belíssimo cd solo da Beth Gibbons com o Rustin' Man, não são exatamente cds de dance music. O problema são as melodias pouco inspiradas, aquele clima chato de mergulhar em sentimentos que só parecem interessantes para o autor, os arranjos simplórios que fazem as músicas parecem uma interminável e modorrenta canção.
Não, PJ Harvey não voltou ainda. E olha que eu achava que o Uh Hu Her era uma derrapada única na carreira quase perfeita dela. Vou esperar de dedos cruzados o novo trabalho da Siouxsie...
P.S.: Cá entre nós, na capa ela não está com a cara de quem acabou de fazer um CD chatíssimo?

Monday, September 03, 2007

Be Bope A Lula


Nem vem me condenar. Com exceção dos cinemas, para onde quer que você olhe, você acha o tal filme "Tropa De Elite". Tanto falaram, e até elogiaram, que a curiosidade bateu forte e quebrei minha promessa de parar com os filmes nacionais até que eles saíssem dos anos 70 (mulher pelada, violência, feiúra, palavrão, assim como mamãe sempre disse). Vamos assistir. Crisssssssssss Sssssssssssssss me olhou com aquele ar de "Vai dar merda!", mas ela também estava na pilha de assistir. Apesar de nossa promessa de boicote, apesar dos atores globais, apesar de mais um filme sobre a "guerra" do Rio de Janeiro, lá fomos nós.

O filme é supostamente baseado em fatos reais, o que por si só não garante nada. Quem quer ver a realidade abre a janela, não vai ver um filme. Os três personagens são três policiais pertencentes à tropa de elite da Polícia Militar do Rio de Janeiro e suas desventuras na nossa guerra. Aí você pensa "Po, interessante, um filme que vai sair daquela lenga lenga de bandido sofrido e polícia malvada". Nada. A complexidade da realidade, a ambiguidade que existe na questão da violência no Rio vai ter que esperar mais um pouquinho para ser retratada decentemente por um filme nacional.
O que temos aqui? Um dos filmes ideologicamente mais perigosos que eu já vi ultimamente. Seus realizadores deviam assistir um pouquinho de "Laranja Mecânica", seguido por aquele excelente filme sobre a guerra (essa sim de verdade) na Palestina, "Paradise Now". Pior: esbarram naquela perigosíssima teoria que joga a responsabilidade sobre o caos social em que nos encontramos sobre as costas dos cidadãos e ninguém mais. Em mais de uma cena, "playboys" são acusados de financiarem o crime com o consumo de drogas, isso, é claro, debaixo de uma porradaria sangrenta digna dos thrillers mais baratos e apelativos de Holywood. Quer dizer que são os playboys que permitem que armamento pesado e as próprias drogas entrem no país, a despeito das autoridades? Ah tá. Então para acabar com a criminalidade a solução parece uma só: vamos assassinar os jovens de classe média alta um por um.
Sobra também para as ONGs que são retratadas como desculpa para os mimados e malvados "playboys" poderem ter acesso às drogas vendidas no morro à vontade. E fica pior. Os bandidos são retratados de modo superficial e extremamente preconceituoso também, já que são quase uma desculpa para as atrocidades cometidas contra eles, sendo mostrados esquematicamente. Mal sabemos seus nomes, o que pensam, suas histórias. (Outro ponto a destacar é a tendência de "nordestinizar" nossos vilões, já que se forem todos pretos, "pega mal...").
Quando você acha que não pode mais piorar, vem uma daquelas sequências de treinamento militar, estilo "só os fortes sobrevivem". Faça-me o favor, vamos assistir "Nascido Para Matar" do Kubrick, mais uma vez, para perceber o ridículo e o absurdo dessa idéia de animalização dos guerreiros e o clichê dessas cenas em filmes de guerra.
Os heróis dos filmes chegam ao ápice do filme agredindo suas companheiras e passando o rodo geral. E a impressão final é a de que enquanto pensarmos com violência, sentirmos com violência e nos divertirmos com violência, agiremos com violência (Não que o filme diga nada parecido com isso, muito pelo contrário). E a "guerra", é claro, deve continuar.
Mas que pelo menos esses filmecos parem.
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