Tuesday, December 29, 2009
Vamos imaginar uma dimensão paralela em que as coisas sempre aconteçam melhor do que na nossa realidade. Nesta dimensão utópica, Ian McCulloch e Will Sergeant jamais voltaram a usar o nome Echo & The Bunnymen. Seu primeiro trabalho como dupla, o disco com a mocinha queimada na capa aí acima, deu um gás novo à carreira de ambos e daí pra frente, eles definiram o rumo da música pop, com Ian cantando cada vez melhor e Sargeant (Will Sargeant, o homem que não precisa mde acordes. Ele NUNCA dá uma nota errada. Sério, mesmo brincando em casa com o violão ele deve acertar sempre, não parece humano) tornou-se escola para dezenas de novos guitarristas...
De volta ao nosso mundo triste. As três primeiras faixas desse injustamente ignorado álbum são melhores do que qualquer coisa produzida nos anos 2000. Sem exageros. E se eu não estou ficando louco, há ainda uma parceria especialíssima de Johnny Marr e Ian McCulloch em "Too Far Gone".
Se você não gostar disso, faça-me um favor. Jamais volte a esse blog e se possível, morra.
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Sunday, December 27, 2009
Personal Classics - "Our Love Was", The Who
Não sou, nunca fui e acho que jamais serei um grande fã do Who. Teria sido a exibição do filme baseado na ópera-rock (ai, ai, ai) do grupo, "Tommy", que assisti jovem demais na tela da Rede Grobo? Não gosto do Roger Daltrey, não engoli direito aquelas acusações de pedofilia ao Pete Townshend, acho o keith Moon um palhaço como baterista, enfim, diria que a banda ajudou a estabelecer no mundo pop rock tudo que mais abomino e que ficou conhecido como classic rock setentista.
Contudo, radical também jamais serei. Os deuses da música às vezes concedem o gênio por alguns minutos à uma banda mais ou menos, ou mesmo a uma banda ruim.
"Our Love Was" já me levou às lágrimas diversas vezes por sua beleza. Ela tem tudo que a maioria dos clássicos do Who não tem, uma harmonia belíssima, guitarras simples e perfeitas,aquelas linhas de baixo clássicas dos anos 60 que passeiam pela melodia costurando tudo com precisão, e nem mesmo o despirocado do Moon consegue estragar essa obra-prima, situada no álbum "The Who Sell Out", logo antes de "I Can See For Miles", outro clássico absoluto (na época o guitarrista Townshend tirava onda dizendo que era a gravação mais alta de todos os tempos).
Friday, December 25, 2009
Além do "Vai Dar Merda, Hein"
Quando postei o vídeo com a moça que fazia malabarismos com seus glúteos ao som do funk carioca, não esperava que o hip hop americano pudesse produzir algo que superasse àquele vídeo em termos de...em matéria de...quando o assunto é...
Monday, December 21, 2009
Perguntas Nerds
Por que a quarta faixa do "Isn't Anything", meu predileto do My Bloody Valentine, a despeito dos enjoados que babam pelo "Loveless", a esporrenta "When You're Wake You're Still In A Dream", parece ter volume mais baixo do que as outras músicas do álbum?
Friday, December 18, 2009
Você Viu Esse Disco?
The Walk, a dupla. "Surviving Gently" o álbum. Lançado no Brasil pela extinta Stiletto em algum lugar dos anos 80. O som é um eficiente pop-rock com pitadas de Cure, Smiths e Bryan Ferry.
A questão é: por que não se encontra nada na net sobre esses caras? Ninguém conhece, ninguém sabe. Um amigo meu tão fissurado em som quanto eu me fala direto da América que não encontra nenhuma referência a respeito. Quem são Antonio D'auria e John Connies-Laing, pelo amor de Deus!!!!?
Sunday, December 13, 2009
Thursday, December 10, 2009
Música Nova (E Ótima) Do Portishead
O ano ainda não acabou. Essa música nova do Portishead é uma das melhores e mais inspiradoras coisas que ouvi em 2009!!!
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Little Boots no Jools Holland
Assistindo essa performance fantástica fica difícil imaginar como é possível o cd do Little Boots ser tão decepcionante e banal.
Tuesday, December 08, 2009
Álbuns de 2009
Desde o ano passado eu venho levantando a bandeira da morte do álbum, a respeito do apego dos headbangers, indie progs e saudosistas e revisionistas em geral. Que não tenha sido ainda, mas que o fim está próximo, está. Abaixo a lista dos dez álbuns mais decentes, o que hoje em dia significa, cds dos quais conseguimos ouvir mais de 6 músicas.
1. "Years Of Refusal" - Morrissey. Como eu já havia previsto no início do ano, e não falo aqui como fanático, ficaria difícil superar a excelente coleção de canções reunida neste álbum. Muito mais punch do que em todos os trabalhos recentes do cantor e letras geniais como sempre.
2. "It's Blitz" - Yeah Yeah Yeahs. depois do fiasco do segundo álbum, o trio reafirma sua importância, enchendo sua sonoridade de synths e programações, mas sem deixar de lado boas composições e as guitarras inspiradas de sempre. Num outro mundo menos obcecado por meninos com guitarras, alguém perceberia que o YYY é uma das bandas melhores, mais originais e influentes da década que se encerra.
3. "Music For Men" - The Gossip. Nada me tira da cabeça que a capa desse cd é uma homenagem-sacaneada ao "Viva Hate" do Morrissey (cace na net a capa deste trabalho e a da edição de luxo do de Morrissey e veja as similaridades), o que já merece um ponto. O Gossip se tornbou mais pop e dançante, numa guinada rumo à sonoridades mais eletrônicas semelhante à do Yeah Yeah Yeahs, também obtendo bons resultados. Além disso, uma figura com a atitude e a inteligência de Beth Ditto faz toda a diferença no cenário pop cada vez mais sem graça e imbecil.
4. "La Roux" - La Roux. E a lista continua sem macho nenhum, para horror do típioc fã de rock and roll. A princípio relutei um pouco em ouvir esse álbum com bons ouvidos por causa do hype. Mas a voz simpática da vocalista e o clima de greatest hits dos anos 80 acabou me convencendo. Se a Madonna tivesse um pouco de noção, estaria correndo atrás dela.
5. "Preliminaires" - Iggy Pop. Outro que a princípio me assustou. Quando disseram que tinha cover do Tom Jobim, senti um certo temor, mas, depois de ouvido, ficou claro tratar-se de apenas mais um bom álbum que explora uma outra faceta de Iggy, a de cantor, algo que sempre existiu ("Ann" do primeiro álbum dos Stooges já dava dicas do vozeirão do cara). Disco mal-humorado, climático e sem a menor paciência para a chatice do momento atual, mas no qual ainda cabe um rock de guitarras aqui e ali.
6. "Fantasies" - Metric. O show da banda no Brasil não me disse nada, me lembro mais do shortinho da vocalista que das canções...Quem poderia imaginar que aquela bandinha sem-graça tinha na manga alguns dos melhores refrões do ano? Nada revolucionário, mas bastante agradável aos ouvidos.
7. "Never Cry Another Tear" - Bad Lieutenant. E não é que o New Order com outro nome conseguiu fazer um belo disco sem o Peter Hook? Surpreendente.
8. Primary Colours" - The Horrors. Assustador. O antídoto perfeito para a viadagem hippie de Animal Collective, Girls, MGMT, etc. Barulhento, sombrio, esquisito e incômodo, como jamais se poderia supor de uma banda cujo debut soava como um Strokes mais descontrolado e nada mais.
9. "Summertime" - The Drums. "Heart-heart-heart-heart-heart-heart-heart". É bom saber que ainda existe quem saiba compor boas canções praieiras, ainda que estas venham um tanto quanto envenenadas pelo baixo astral fake do revivalismo oitentista sempre cínico.
10. "The Eternal" - Sonic Youth. pois é, o Sonic Youth ainda consegue. É só manter o maldito Jim O'Rourke bem longe. Saindo de uma major e voltando ao cult selo Matador, os veteranos do noise mostraram que ainda têm futuro, coisa que já podíamos duvidar depois de tantso discos medíocres.
1. "Years Of Refusal" - Morrissey. Como eu já havia previsto no início do ano, e não falo aqui como fanático, ficaria difícil superar a excelente coleção de canções reunida neste álbum. Muito mais punch do que em todos os trabalhos recentes do cantor e letras geniais como sempre.
2. "It's Blitz" - Yeah Yeah Yeahs. depois do fiasco do segundo álbum, o trio reafirma sua importância, enchendo sua sonoridade de synths e programações, mas sem deixar de lado boas composições e as guitarras inspiradas de sempre. Num outro mundo menos obcecado por meninos com guitarras, alguém perceberia que o YYY é uma das bandas melhores, mais originais e influentes da década que se encerra.
3. "Music For Men" - The Gossip. Nada me tira da cabeça que a capa desse cd é uma homenagem-sacaneada ao "Viva Hate" do Morrissey (cace na net a capa deste trabalho e a da edição de luxo do de Morrissey e veja as similaridades), o que já merece um ponto. O Gossip se tornbou mais pop e dançante, numa guinada rumo à sonoridades mais eletrônicas semelhante à do Yeah Yeah Yeahs, também obtendo bons resultados. Além disso, uma figura com a atitude e a inteligência de Beth Ditto faz toda a diferença no cenário pop cada vez mais sem graça e imbecil.
4. "La Roux" - La Roux. E a lista continua sem macho nenhum, para horror do típioc fã de rock and roll. A princípio relutei um pouco em ouvir esse álbum com bons ouvidos por causa do hype. Mas a voz simpática da vocalista e o clima de greatest hits dos anos 80 acabou me convencendo. Se a Madonna tivesse um pouco de noção, estaria correndo atrás dela.
5. "Preliminaires" - Iggy Pop. Outro que a princípio me assustou. Quando disseram que tinha cover do Tom Jobim, senti um certo temor, mas, depois de ouvido, ficou claro tratar-se de apenas mais um bom álbum que explora uma outra faceta de Iggy, a de cantor, algo que sempre existiu ("Ann" do primeiro álbum dos Stooges já dava dicas do vozeirão do cara). Disco mal-humorado, climático e sem a menor paciência para a chatice do momento atual, mas no qual ainda cabe um rock de guitarras aqui e ali.
6. "Fantasies" - Metric. O show da banda no Brasil não me disse nada, me lembro mais do shortinho da vocalista que das canções...Quem poderia imaginar que aquela bandinha sem-graça tinha na manga alguns dos melhores refrões do ano? Nada revolucionário, mas bastante agradável aos ouvidos.
7. "Never Cry Another Tear" - Bad Lieutenant. E não é que o New Order com outro nome conseguiu fazer um belo disco sem o Peter Hook? Surpreendente.
8. Primary Colours" - The Horrors. Assustador. O antídoto perfeito para a viadagem hippie de Animal Collective, Girls, MGMT, etc. Barulhento, sombrio, esquisito e incômodo, como jamais se poderia supor de uma banda cujo debut soava como um Strokes mais descontrolado e nada mais.
9. "Summertime" - The Drums. "Heart-heart-heart-heart-heart-heart-heart". É bom saber que ainda existe quem saiba compor boas canções praieiras, ainda que estas venham um tanto quanto envenenadas pelo baixo astral fake do revivalismo oitentista sempre cínico.
10. "The Eternal" - Sonic Youth. pois é, o Sonic Youth ainda consegue. É só manter o maldito Jim O'Rourke bem longe. Saindo de uma major e voltando ao cult selo Matador, os veteranos do noise mostraram que ainda têm futuro, coisa que já podíamos duvidar depois de tantso discos medíocres.
Monday, December 07, 2009
Mengo!
Vasco!
Nense!
Fogo!
Fogo.
Há fogo na cidade.
Mas o que queima?
"Tudo que temos em comum é a ilusão de estarmos juntos"
Raoul Vaneigem
Vasco!
Nense!
Fogo!
Fogo.
Há fogo na cidade.
Mas o que queima?
"Tudo que temos em comum é a ilusão de estarmos juntos"
Raoul Vaneigem
Saturday, December 05, 2009
Cat Power, Volte Pra Nós
Depois de dois discos decepcionantes e a auto-estima em alta que não costuma fazer nada bem aos artistas, Chan Marshall anda dizendo por aí que seu próximo disco vai ser na onda dos seus ótimos discos iniciais, só ela e mais ninguém. Diz que não toca piano ou guitarra há um tempo e que está com medo do tom triste de suas novas composições. Com ela é ou roquinho de bar irrelevante com direito a pulinhos no palco ou música do fundo do abismo deitada no palco em posição fetal.
Thursday, December 03, 2009
Misfits - Nossos Novos Heróis
Calma gente, não virei fã tardio da banda do Danzig não!! É só mais uma série, soprando um pouco de ar fresco no combalido universo das pessoas com super-poderes. A série britânica surge justamente no momento em que a equivocada "Heroes" começa a retomar o fôlego, depois de temporadas francamente ridículas.
Mas se tudo seguir o nível de qualidade do piloto, adeus aos melodramas da série americana. "Misfits" já disse ao que veio com uma excelente trilha sonora (Velvet Underground, The Rapture -não, não é o PIL-, e que diabos é aquela música da primeira cena que conheço, mas não lembro qual é??), bom roteiro, personagens marcantes e ritmo e humor adequados.
5 desajustados cumprindo pena de prestação de serviços comunitários por pequenos delitos diversos são atingidos por um inexplicável raio numa mais inexplicável ainda chuva e ganham super-poderes. Ou quase isso. Uma passa a ouvir pensamentos alheios, só para descobrir que tem um cão tarado e um namorado escroto, ou talvez seja o contrário. O outro tem flashes do futuro, um fica invisível, a neguinha gostosinha provoca tesão em qualquer um que toca nela (que porra de poder é esse?!) e o melhor de tudo: o mais chato deles, um adolescente de cabelo enroladinho aparentemente não ganhou poder algum!!
Sem dúvida a melhor estréia de série deste ano.
Wednesday, December 02, 2009
Será que dessa vez o velho Josh volta à forma e compõe algo memorável? Em caso negativo, fica comprovado que a felicidade amorosa é péssima para os compositores.
Ligeiro Adendo À Lista Das Melhores Músicas Da Década
Oh céus, eu esqueci de incluir uma das melhores músicas! "Gotta Fire" do Spiritualized é mais do que sensacional. Também esqueci uma das músicas mais anti-indie, originais e empolgantes da década, M.I.A. e seu rip-off do "funk carioca" "Bucky Done Gun". Substitua essa por duas faixas da lista à sua escolha, que provavelmente foram incluídas só para irritar ou encher linguiça.