Thursday, January 29, 2009
Wednesday, January 21, 2009
Moscow Moscow
Moscow Moscow.
Moscow Moscow.
A parte do oooooooooo, me lembrou o Radiohead em Paranoid Android.
Tuesday, January 20, 2009
Personal Classics: John Martyn "Sweet Little Mystery"
Na tradição dos ótimos discos feitos por gente que tomou um pé na bunda (Walls And Bridges do Lennon, Love Story do Lloyd Cole, TheBoatman's Song doi Nick Cave, etc.), "Grace And Danger" do John Martyn, que qualquer dia posto aqui, é uma choradeira só. Mas imagine um disco em que até o Phil Collins na bateria está inspirado? Pois é, existe.
A faixa mais pungente desse disco é justamente essa.
Monday, January 19, 2009
Música Nova Do U2
Baixo distorcido, guitarra alta, batidas meio dançantes, melodia quase ienxistente, Get On Your Boot, música nova do U2.
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Sunday, January 18, 2009
Personal Classics: She And Him - "This Is Not A Test"
Nem sei se a música é original deles, fiquei com preguiça de consultar o oráculo google. A questão é que quando a Zooey Deschanel (outra atriz-cantora que, junto com a Scarlett Johansson, poderia muito bem abandonar as telas e se dedicar só à música) entra cantando por cima dos violões, é o equivalente sonoro ao sol que surge depois de uma semana de chuva.
M. Ward poderia também parar de fazer aquele seu folkzinho de punheteiro e se dedicar integralmente ao She And Him.
Saturday, January 17, 2009
Personal Classics - Tom Waits - "Martha"
Antes de se tornar o personagem do bardo dos losers da Americana, Tom Waits foi um rapaz de topete que escrevia belas, ainda que levemente caricaturais, canções ao piano, influenciadas pelows clássicos da música popular norte-americana pré-rock and roll.
Essa belíssima canção de amor conta a história de um par de ex-amantes ao telefone, tentando disfarçar as reminiscências do seu passado juntos. A frase "I remember quiet nights, trembling next to you" (Eu me lembro de noites quietas, tremendo junto a você) sempre me deixa arrepiado. Não sei por quê fico imaginando o quê é esse tremor.
Personal Classics - Lift To Experience "These Are The Days"
Quando ouvi o Lift To Experience pela primeira vez tive a certeza absoluta de que eles fariam um estardalhaço enorme no cenário pop rock. Nunca estive mais enganado, ninguém deu a mínima para o seu disco "Texas-Jerusalem Crossroads" que mistura guitarras de Kevin Shields com vocais angelicais de um maluco nada angelical com cara de profeta, letras de quem leu a bíblia demais e enlouqueceu e psicodelia pesada.
É. These are the days Racine told us.
Jay Bennett - "Whatever Happened, I Apologize"
Céus, então era isso? O gênio do Wilco era o Jay Bennett? Isso explica a banda só ter feito merda desde que o cara saiu...
Atenção neo-folks, de Malluca a Bon (não tão bom) Iver ou bandas de raposinhas que deixam críticos ingleses babando de tesão com seu ar de rústicos lenhadores barbudões: tem que ter melodia boa, senão não rola folk. Entenderam?
http://rapidshare.com/files/176719940/Jay_Bennett_-Whatever_Happened_I_Apologize_-_2008.zip
Friday, January 16, 2009
Robert Pollard - "The Crawling Distance"
Robert Pollard, um dos maiores compositores americanos vivos, mente por trás do Guided By Voices, pai da música mal-gravada de propósito que alguns chamam de lo-fi, ou pelo menos o cara que consegue melhores resultados em termos melódicos nessa área, acaba de lançar um trabalho novo, com auxílio do velho comparsa Todd Tobias.
Conhecendo o cara, ele ainda deve lançar uns 15 álbuns esse ano, mas esse já é um bom começo.
http://rapidshare.com/files/180147930/Robert_Pollard_-_The_Crawling_Distance_-_2009.zip
Conhecendo o cara, ele ainda deve lançar uns 15 álbuns esse ano, mas esse já é um bom começo.
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Wednesday, January 14, 2009
Crentes Do Pop
Em Apocalipse 2, versículo 16, João nos diz "Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força". Não sei que tipo de substância ele havia ingerido antes de escrever estas palavras, e sei muito menos o que elas querem dizer, mas posso afirmar que as piores profecias do apocalipse não poderiam prever a nossa época.
Os anos 90 fizeram o favor de transformar tudo em categoria vendável. Criou-se o "alternativo", rótulo que aproximava virtualmente qualquer coisa ao gosto do freguês. Na atual década, a coisa foi além. Olhe para as listas de 2008, e dizem até para as trilhas de novelas grobais, e percebam a presença de artistas ditos "indies" e "alternativos". É o fim, o fim da alternativa. Se isso é bom ou mau, também não faço a menor idéia.
Teria mudado o gosto popular, o conceito de "indie" ou os artistas em si? Mais uma pergunta deixada sem respostas, mas eu só posso dizer que "no meu tempo" (coisa de velho, hahahahaha) não tinha isso de banda gospel virar pop e ainda er cultuada não.
Isso mesmo, chama-se preconceito.
Como assim, Cold War Kids e Black Kids eram bandas gospel antes da guinada para o pop mundano? Quantas outras ex-bandas gospel ou ex-metal podem haver aí disfarçadas de "hip"? Ou será que essa tendência se resume às bandas com "kids" no nome?
Chega de perguntas.
Apocalipse 8, Versículo 9: "E morreu a terça parte da criação que tinha vida, existente no mar, e foi destruída a terça parte das embarcações". Não seria má idéia, hein?
Os anos 90 fizeram o favor de transformar tudo em categoria vendável. Criou-se o "alternativo", rótulo que aproximava virtualmente qualquer coisa ao gosto do freguês. Na atual década, a coisa foi além. Olhe para as listas de 2008, e dizem até para as trilhas de novelas grobais, e percebam a presença de artistas ditos "indies" e "alternativos". É o fim, o fim da alternativa. Se isso é bom ou mau, também não faço a menor idéia.
Teria mudado o gosto popular, o conceito de "indie" ou os artistas em si? Mais uma pergunta deixada sem respostas, mas eu só posso dizer que "no meu tempo" (coisa de velho, hahahahaha) não tinha isso de banda gospel virar pop e ainda er cultuada não.
Isso mesmo, chama-se preconceito.
Como assim, Cold War Kids e Black Kids eram bandas gospel antes da guinada para o pop mundano? Quantas outras ex-bandas gospel ou ex-metal podem haver aí disfarçadas de "hip"? Ou será que essa tendência se resume às bandas com "kids" no nome?
Chega de perguntas.
Apocalipse 8, Versículo 9: "E morreu a terça parte da criação que tinha vida, existente no mar, e foi destruída a terça parte das embarcações". Não seria má idéia, hein?
Tuesday, January 13, 2009
Sacanagens Do Mundo Pop
Sacanagens do mundo pop. O Marion, banda que lançou seu primeiro disco em 1993, "This World And Body", foi um fracasso total na era do grunge e brit-pop. Seu vocalista e principal compositor se afundou nass drogas e ainda hoje continua mal de saúde graças aos seus excessos. Um dos excelentes guitarristas participou da chata última fase do New Order. E..
A banda em 1993, tinha o apelo visual do Interpol, e tramas de guitarra muito similares às que encheram os bolsos dos Strokes. Quase 10 anos antes. Às vezes ser pioneiro é uma merda.
A Lily Allen fez uma música boa!
Sinal de que esse ano vai ser bem esquisito mesmo.
http://rapidshare.com/files/182985471/Lily_Allen_-_The_Fear__Original_.mp3.html
Como Vai Ser 2009
2009 será assim: PJ Harvey vem com um disco que diz estar preparando há 13 anos (Polly jean Rose?) e no qual usará suas novas descobertas, a voz de "uma criança de 5 anos" e a de "uma mulher de 100 anos". Depois da chatice do último, ponho minhas barbinhas de molho.
Santogold no novo dos Beastie Boys, mas quem se importa com eles hoje? Arctic Monkeys no deserto com Josh Homme, que adora levar garotões para seu sítio no meio do nada. Klaxons prometendo misturar world music em seu novo trabalho, deve ser influência da Lovefoxx, na verdae não, não é não.
Yeah Yeah Yeahs gravando o terceiro disco, a despeito dos boatos de que haviam se separado. Tomara que esqueçam os terríveis violões que atazanaram seu último trabalho. Que mais? Morrissey lançando single com participação de Chrissie Hynde, os dois não comem carne, tem a ver.
E o filho da puta do Pete Doherty vai lançar um disco solo. Se esse cara não morrer em 2009, quem vai se matar sou eu.
Monday, January 12, 2009
Wednesday, January 07, 2009
Ê Roubo
E a roubalheira comia solta nos anos 90. Justine Frieschmann além de partir os corações sensíveis dos vocalistas do Blur e do Suede, ainda metia mão descaradamente no Wire no maior hit do Elastica.
Tuesday, January 06, 2009
Monday, January 05, 2009
Sunday, January 04, 2009
Morrissey "Years Of Refusal"
Ouvido. Vamos para 2010, 2009 já tem o melhor disco do ano. Canções tão boas quanto as de "Vauxhall And I", sem o excesso de baladas. Guitarras tão boas quanto as de "Your Arsenal", mas sem descaracterização. Letras tão boas quanto as de "You Are The Quarry", mas sem os equívocos de produção. Desde já, este lançamento pode ser incluído entre os melhores da carreira de Morrissey, e isso não é pouca coisa.
Não, não há nada de novo aqui. O som é básico, guitarras, baixo e bateria, com eventuais teclados, violões e um trumpete meio mariachi. Mas qualquer um que conhece o trabalho do cantor, sabe que, em sua carreira solo, a música fica a serviço dos maiores talento que Morrissey possui: seu timbre único de voz e suas letras igualmente inimitáveis (Em oposição aos Smiths em que as brilhantes guitarras de Johnny Marr competiam em pé de igualdade em termos de genialidade).
O álbum abre com o pique que permanecerá em boa parte do álbum, ritmo acelerado e guitarras altas, com ele dizendo, para terror dos fãs equivocados que não percebem o humor evidente em boa parte de suas letras "Eu vou muito bem". Teria o homem encontrado a felicidade enfim? Bem, mais à frente temos a faramcêutica resposta "Diazepan, Valium, Tarmazepan, Lítio, HRT, ECT/Por quanto tempo vou ter que continuar tomando isso?". Chama a atenção também na faixa de abertura alguns agudos interessantes não muito comuns no estilo do cantor, que quase sempre mantém sua voz numa zona confortável(claro, quando não arruina tudo com seus horríveis falsetes à la "Miserable Lie").
A segunda faixa "Mama Lay Softly On The Riverbed", em que ele consegue fazer gracinha com a morte de mãe (de alguém): "A vida não é muito a se perder" sob uma batida marcial. "Black Cloud" traz uma levada que deve agradar aos fãs de "Irish Blood, English Heart", mas sem a urgência da letra desta. "I'm Throwing My Arms Around Paris" é a primeira balada, e traz um daqueles refrões clássicos que fazem a alegria/tristeza dos fãs de Morrissey: "Estou abraçando Paris, porque só pedras e aço aceitam meu amor". Sem medo do ridículo ele segue para dizer com todas as letras "Ninguém quer meu amor". E tem fã bundão que leva isso a sério.
"All You Need Is Me" é mediana e já constava da coletânea "Greatest Hits". Nada parece justificar sua presença aqui, mas, em conjunto com as demais canções, a música pareceu se adequar e caiu até bem melhor do que antes. E versos que ninguém mais senão ele escreveria: "Há um homem nu, rindo, em seus sonhos/Você sabe quem é/Mas não gosta do que isso significa".
"When Last I Spoke To Carol" traz uma levada meio "espanhola" que pode qualificar a música como a mais fraca do álbum, mas a próxima, que também constava da coletãnea anterior, mas, que a primeira audição já se mostra um clássico, justifica completamente sua inclusão neste trabalho e levanta a bola novamente: "That's How People Grow Up" tem, talvez, os versos mais geniais da década "Eu estava dirigindo meu carro/Bati e quebrei a espinha/Então, sim, há coisas piores na vida/Do que nunca ser o queridinho de alguém".
"One Day Goodbye Will Be Farewell" vem com baixo distorcido e um aviso hilário "Seja sempre cuidadoso ao abusar de quem você ama". Mas tem mais: "As criancinhas sorridentes dizem que você fede...E quando eu morrer quero ir pro inferno". Eo trumpete volta, meio abusado entre os refrões. "It's Not Your Birthday Anymore" tem até um loopzinho tímido, uma melodia encantadora e uma letra aterradoramente cruel: "Não é mais seu aniversário/Não é mais preciso ser gentil com você(...)/Você realmente achou que eram sinceras/aquelas coisas sentimentalóides e bregas que dissemos?". No meio ele até enfia uma referência a um pouco de amor no chão, para nos lembrar que o jovem senhor já não é o celibatário de antes.
"You Were Good In Your Time" não é tão boa quanto seu título promete, sendo quase uma retomada do tema do idoso decadente presente em "Papa Jack" de "Maladjusted". Ainda assim, a sombria balada toma um ar nais interessante, se considertarmos a letra como se escrita do ponto de vista de um fã, e sendo o idoso decadente o próprio autor. Sei lá, viagem de um fã.
"Sorry Doesn't Help" nos lembra do mau-caratismo que existe ás vezes por trás de um pedido de desculpas, em ritmo acelerado novamente, após duas baladas, estrategicamente. E se, ao chegarmos a "I'm OK By Myself", temos a leve sensação de já termos ouvido aquela levada algumas vezes ao longo do álbum, prevalece a sensação de que este é o álbum em que Morrissey menos erra há pelo menos 8 discos em sua carreira.
http://rapidshare.com/files/179818452/m_yor.zip
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Friday, January 02, 2009
Personal Classics: "Madame Joy" - Van Morrison
Van Morrison é o cara que, juntamente com Marvin Gaye, Otis Redding e James Brown, sepultou o maior sonho de minha vida, o de ser um grande cantor. Não em termos de sucesso, mas eu desejava cantar de um jeito que fosse além das palavras. Esses caras citados podem cantar Parabéns Pra Você e ainda assim vão soar mais contundentes que tudo que um Dylan, por exemplo, cantou com seus versos elaboradíssimos. Nem vou tentar explicar.
"Madame Joy" é uma faixa de uma coletânea de lados B "The Philosopher Stone" e pelo ano (1973) e pelo arranjo, eu a situaria como out-take do fantástico "St. Dominic's Preview". Eu não consigo entender como alguém exclui uma música genial dessas de um repertório, mas entender Van Morrison é algo que nem o próprio deve conseguir, então também não vou tentar explicar.
Vou tentar explicar o que é a música. Tarefa dificílima, tal qual descrever a mulher que se ama. Há piano, flauta, sax, guitarra, bateria, mas acxima de tudo há a voz magnífica de Van babando em cima de uma senhorita que faz "Todas as cabeças de homem virar" ao andar pela rua "procurando por seu garoto". Vestida de azul, com uma faixa amarela nos cabelos, até os moleques da rua a seguem fascinados.
Contudo, o momento mais contundente é quando Van já nem consegue mais explicar nada e se limita a repetir como um mantra "Quando aquela mulher anda quando aquela mulher anda quanmdo aquela mulher anda anda anda anda anda..." Poucas vezes um sentimento boboca como uma paixão gerou uma canção tão bonita.
http://rapidshare.com/files/179218561/Madame_Joy.MP3.html
"Madame Joy" é uma faixa de uma coletânea de lados B "The Philosopher Stone" e pelo ano (1973) e pelo arranjo, eu a situaria como out-take do fantástico "St. Dominic's Preview". Eu não consigo entender como alguém exclui uma música genial dessas de um repertório, mas entender Van Morrison é algo que nem o próprio deve conseguir, então também não vou tentar explicar.
Vou tentar explicar o que é a música. Tarefa dificílima, tal qual descrever a mulher que se ama. Há piano, flauta, sax, guitarra, bateria, mas acxima de tudo há a voz magnífica de Van babando em cima de uma senhorita que faz "Todas as cabeças de homem virar" ao andar pela rua "procurando por seu garoto". Vestida de azul, com uma faixa amarela nos cabelos, até os moleques da rua a seguem fascinados.
Contudo, o momento mais contundente é quando Van já nem consegue mais explicar nada e se limita a repetir como um mantra "Quando aquela mulher anda quando aquela mulher anda quanmdo aquela mulher anda anda anda anda anda..." Poucas vezes um sentimento boboca como uma paixão gerou uma canção tão bonita.
http://rapidshare.com/files/179218561/Madame_Joy.MP3.html
Personal Classics
Começamos 2009 com a série Personal Classics, que pretenderá cobrir aquele caso específico de música que só faz sentido para mim. Aquela que me faz chorar e o cacete a quatro, mas que mostro para os meus amigos e eles cagam solenemente. Aquelas que nunca chegarm nem perto das paradas de sucesso, nem foram singles, nem tiveram clip. Clássicos pessoais.
A primeira da série é "The Night" faixa-título do disco póstumo desta que foi uma das melhores coisas que os anos 90 produziram. O Morphine fazia milagres com um baixo de 2 cordas, bateria e um sax (instrumento que normalmente, em se tratando de pop-rock, é sinônimo de chatice). Eles soavam profundos sem pretensão. Eram elegantes.
A faixa em questão nos leva (eu quase digitei eleva, e também funcionaria), a um universo cujo personagem principal é uma mulher apaixonante chamada Lilah, nome este que aparece também em outras canções do grupo. Sob uma base flutuante e econômica de bateria e sax, um baixo grave como a noite e uma percussão certeira, Sandman despeja versos maravilhosos, que fazem qualquer um (mentira, só eu mesmo) se apaixonar pela Lilah. Lilah é "uma garotinha perdida na floresta...um conto folk...o inexplicável...a história de ninar que mantém as cortinas fechadas...tudo que não podemos ver...a possibilidade" deitada "sobre um tapete de estrelas".
Os versos finais resumem bem o estado babaca que os homens apaixonados costumam frequentar "Lilah, você é meu único lar/E não consigo fazer isso sozinho". Romântismo derramado, mas escuro e quente.
http://rapidshare.com/files/179214301/Morphine_-_The_Night.rar.html
A primeira da série é "The Night" faixa-título do disco póstumo desta que foi uma das melhores coisas que os anos 90 produziram. O Morphine fazia milagres com um baixo de 2 cordas, bateria e um sax (instrumento que normalmente, em se tratando de pop-rock, é sinônimo de chatice). Eles soavam profundos sem pretensão. Eram elegantes.
A faixa em questão nos leva (eu quase digitei eleva, e também funcionaria), a um universo cujo personagem principal é uma mulher apaixonante chamada Lilah, nome este que aparece também em outras canções do grupo. Sob uma base flutuante e econômica de bateria e sax, um baixo grave como a noite e uma percussão certeira, Sandman despeja versos maravilhosos, que fazem qualquer um (mentira, só eu mesmo) se apaixonar pela Lilah. Lilah é "uma garotinha perdida na floresta...um conto folk...o inexplicável...a história de ninar que mantém as cortinas fechadas...tudo que não podemos ver...a possibilidade" deitada "sobre um tapete de estrelas".
Os versos finais resumem bem o estado babaca que os homens apaixonados costumam frequentar "Lilah, você é meu único lar/E não consigo fazer isso sozinho". Romântismo derramado, mas escuro e quente.
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Thursday, January 01, 2009
Juventude Linda (Acompanhada Por Velhos Filhos Da Puta)
"Em 12 de novembro último, sob pretexto fútil, dezenas de alunos de uma escola do Belém, zona leste de São Paulo, promoveram um quebra-quebra das salas de aula. Ameaçaram as mestras, destruíram móveis e quebraram vidros arremessando cadeiras. Nas paredes, segundo o noticiário, picharam desenhos de armas, citações do código penal e a sigla do PCC, principal facção criminosa de São Paulo e, agora, do país. A escola chamou a polícia, também recebida com violência pelos jovens.Oito dias depois, em Londrina, PR, 40 estudantes de medicina da Universidade do Estado foram comemorar sua formatura num bar. De cara cheia, tarde da noite, invadiram o hospital universitário aos gritos, bebendo pelo gargalo, despejando nuvens de spray de espuma, soltando foguetes e ofendendo os pacientes petrificados. As câmeras identificaram 14 deles, que, supunha-se, não poderiam colar grau.
Na semana passada, um cruzeiro pra universitários entre Santos e Rio foi palco de terror em tempo integral. Rapazes e moças jogaram malas de passageiros no mar, urinaram nos corredores, vomitaram sobre o bufê, fizeram sexo a céu aberto e lotaram a enfermaria com dezenas de intoxicações por álcool, ácido, cocaína e ecstasy. Mas, desta vez, houve um acidente de percurso. Com a viagem ainda no começo, uma estudante de direito, Isabella, 22 anos, apareceu orta, talvez asfixiada pelo próprio vômito. O corpo foi removido em Ilhabela, e o passeio continuou, com a mesma e desesperada euforia."
Na semana passada, um cruzeiro pra universitários entre Santos e Rio foi palco de terror em tempo integral. Rapazes e moças jogaram malas de passageiros no mar, urinaram nos corredores, vomitaram sobre o bufê, fizeram sexo a céu aberto e lotaram a enfermaria com dezenas de intoxicações por álcool, ácido, cocaína e ecstasy. Mas, desta vez, houve um acidente de percurso. Com a viagem ainda no começo, uma estudante de direito, Isabella, 22 anos, apareceu orta, talvez asfixiada pelo próprio vômito. O corpo foi removido em Ilhabela, e o passeio continuou, com a mesma e desesperada euforia."
Texto de Ruy Castro na Folha de São Paulo do dia 29/12 do ano que acabou de acabar.
Some a essa notícia a que minha mãe me deu ontem, a de que alguma senhora preocupada com seu jardinzinho, ou algum coroa aposentado que mantém pássaros em gaiolas, envenenou a linda gatinha que morava na portaria do condomínio.
Feliz 2009, em outra galáxia, talvez.