Tuesday, February 26, 2008

Leia A Bíblia, Mas Não Só A Bíblia

Ao contrário do que parecem pensar os que seguem "A Palavra", os textos bíblicos não caíram exatamente do céu. Uma olhadela rápida nos livros de história nos mostra que a Igreja Católica escolheu cuidadosamente quais livros interessavam e montou a sua coletânea, deixando de lado o que não interessava naquele momento.
Um dos trechos mais interessantes que os católicos resolveram deixar de lado, é o chamado "Livro da Sapiência" ou "Livro da Sabedoria", e eu particularmente me sinto tocado por um trecho supostamente dito por "ímpios", num momento de "desvario dos pensamentos".

"O tempo de nossa vida é curto e cheio de tédio, e não há nenhum bem em esperar depois da morte, e também não se conhece ninguém que tenha voltado dos infernos.
Pois do nada somos nascidos e depois desta vida seremos como se nunca houvéssemos sido. Pois a respiração de nossos narizes não passa de fumaça; e a razão é como faísca para mover o nosso coração.
Apagada ela será e nosso corpo reduzido a cinzas e o espírito se dissipará como um ar sutil.
E a nossa vida se desvanecerá como uma nuvem que passa e se dissipará como um nevoeiro que é afugentado pelos raios de sol e oprimido pelo seu calor.
E o nosso nome com o tempo ficará sepultado no esquecimento, e ninguém se lembrará de nossas obras.
Pois nossa vida é a passagem de uma sombra, e não há regresso depois da morte. Pois, lacrada, ninguém retorna a ela.
Vinde portanto, e gozemos dos bens presentes, e apressemos-nos a usar das criaturas como na mocidade.
Enchamo-nos de vinho precioso e de perfume, e não deixemos passar a flor da primavera.
Coroemo-nos de rosas antes que murchem; não haja prado algum em que a nossa intemperança não se manifeste.
Nenhum de nós falte às nossas orgias. Deixemos em toda parte sinais de alegria, porque esta é a parte que nos toca e esta é a nossa sorte."

Deixemos em toda parte sinais de alegria.
Não deixemos passar a flor da primavera.

Ouviram?



Tuesday, February 12, 2008

Unhappy Girl


Depois de conseguir matar mais mulheres do que nunca no último post, uma música dos Doors dedicada a todas as mulheres tristes do mundo.


"Menina Triste" - The Doors


Menina triste,

Abandonada

No papel de solitária

No papel de guardiã da própria alma

Você está trancada numa prisão

Que você mesma

construiu.

E você não acreditaria

O que isso faz comigo

Te ver

Chorando.


Menina triste,

Destrua essa teia

Serre todas as grades

Derreta sua cela hoje

Você foi pega

numa prisão

que você mesma

construiu.


Menina triste,

Voe rápido para longe

Não perca sua chance

De mergulhar no mistério *

Você está morrendo

em uma prisão

que você mesma

construiu.



*Para as possíveis meninas tristes que lerem esse post, essa é a frase-chave dessa letra. Se continuarem tristes, troquem de namorado. Ou de país. Ou de emprego. Aos meninos tristes, que parem de viadagem e procurem uma namorada, ou um emprego, melhor, ambos. Ou que se matem, porque já tem homem demais no mundo.

Ele Não Mata Suas Mulheres, Ele Só Faz Os Furinhos, Quem Mata É Deus

Que azar que ele tinha. Suas mulheres só descobriam que o amavam desesperadamente dois segundos depois de ele fechar a porta para sempre. Escutava do corredor soluços do outro lado da porta, mas aí já estava longe, em outro mundo. Há quem pense que ele as tenha matado todas, mas isso é uma simplificação idiota. Elas morreram de tristeza, dos beijos que deram de olhos abertos, do amor que sufocaram, da alegria que escolheram não ter.
Ele seguia porque era feliz daquele jeito que só os idiotas podem ser. Se via uma pessoa escrota na rua escorregando e caindo na calçada e quebrando um dente, ficava feliz. Se via um gatinho ignorando um ser humano, ou uma árvore destruindo a pavimentação de uma calçada, também ficava feliz. Ficava imensamente feliz com aqueles pelinhos que algumas mulheres têm, que descem do umbigo até a púbis. Mais do que tudo, adorava os dias de temporal e o caos que se seguia, com a água lavando tudo, destruindo tudo.
Pensava nas suas mulheres que sofriam, pensava na pilha de cadáveres que poderia fazer se juntasse todas elas umas por cima das outras, mas não alimentava pensamentos mórbidos porque esgotara o estoque de lixo mental na adolescência. Quando era jovem às vezes acordava, escovava os dentes e pensava na própria morte. Ia pra escola e pensava na própria morte. As meninas com seus peitinhos pulando para fora das camisas brancas do uniforme da escola e ele pensando na morte. Moleque burro.
O sol batia sua cabeça porque ele vencera, ou você ainda não percebeu que todo amor é uma guerra? Todas elas tentaram mudá-lo e agora descansam, se é que há descanso. Ele ainda caminhava num fim-de-tarde sem fim com aquele sentimento maior que o mundo no bolso das calças, com um sorriso levemente abobalhado, dançando uma música que nem ele sabia se ouvia mesmo, mas que diferença faz, meu bem? Que diferença faz se tudo vai passar?Tudo vai passar, que diferença faz?
A gente vai sofrer, a gente não vai aprender nunca, a vida tem que acabar se um dia começa, vamos estar sozinhos, vamos estar com frio, na queda livre estaremos pensando em como o vento é fresco, carregaremos as memórias que são uma tortura leve, conosco até que...

Sunday, February 10, 2008

Férias oficialmente terminadas. De volta ao trabalho inútil. Devia mudar, não acham? Devia, mas tem coisa mais difícil do que mudar velhos hábitos? Eu estou mudando, nesse exato momento sinto uma onda de mudança dentro de mim, uma onda devastadora, só não chamo de tsunami porque essa palavra ficou muito na moda ultimamente e ficou feia. Será que vou destruir o verão de alguém? Eu que sempre gostei de estragar a festa alheia. Eu que rôo unhas. Eu que etc etc etc.
Hoje faltou luz e eu fiquei no escuro ouvindo música no mp3 player, deitado na mesa da cozinha, olhando pela janela um domingo chuvoso mas quente. Quando tudo o mais não esteve, a música sempre esteve, daí minha devoção. Exagerada, tola, romântica no pior sentido, devoção.
Fiquei ouvindo os versos de abertura de "Break On Through" dos Doors e pensando em como "o dia destrói a noite/a noite divide o dia". Você pensava que o dia amava a noite, mas parece que o que os une é bem mais dilacerador. Ou talvez seja amor mesmo, daqueles cujos beijos deixam marcas. (Tem esse personagem de uma história que eu vou inventar, que passa a língua lentamente pelas marcas deixadas pelos beijos vorazes de sua doce amada, e sente como se a beijasse de novo, só que ele é a noite, ela é o dia...).
Me deu vontade de citar Camus, mas, chega de citações né gente que escreve? Chega. Vamos dizer alguma coisa nossa. Vamos. Eu tentei dizer algo meu quando falei da mesa da cozinha, e até quando falei do cara do beijo. Eu tenho tentado dizer muita coisa ultimamente, mas as palavras que escolhi são do tipo que desmancha ao contato com o ar poluído da cidade de vocês.
No fundo, tem uma frase que um amigo meu da adolescência, Alex, que foi para os EUA e sumiu, disse um dia, numa daquelas tardes de garoto feioso desprezado pelas meninas, discutindo Joy Division nas ruas surpreendentemente poéticas do bairro de Anchieta: "Uma vez perdida a inocência, nunca mais". Não se pode perder a inocência de novo, não se pode recuperá-la, mas eu insisto.
A propósito, Ling Ling no dog!!

Friday, February 08, 2008

Aí É Foda

Eu juro que preferia postar aqui uma foto do menor tapa-sexo do carnaval carioca de todos os tempos, cortesia da Viviane sei lá de quê, que saiu numa escola de samba aí. Mas ao topar com essa bunda horrorosa aí de cima, e o contexto ainda mais horroroso em que ela se encaixa, não pude deixar de registrar minha nota de repúdio e minha desistência absoluta de qualquer defesa do meu herói da adolescência, Stephen Morrissey.
Essa foto grotesca estampa o encarte do novo cd de Morrissey, uma coletânea de sucessos, e sim, segundo consta, é uma foto da bunda do próprio. Eu juro que preferia passar o resto da minha vida sem ter visto a bunda desse cara. As músicas já estavam de bom tamanho.
Mas ele não consegue, ele tem que fazer merda. Ele tem que fazer comentários racistas, ele tem que fazer músicas com conteúdo mal disfarçadamente nacionalista e xenófobo, ele tem que ficar com essa viadagem despropositada.
Que fique claro, nunca tive problema com a homossexualidade do cara. Pelo contrário, certamente me ajudou a combater a homofobia que todo homem é ensinado a ter na nossa sociedade, ouvir suas letras e constatar que, no que se refere ao sofrimento humano, tanto faz que buraco vc prefere.
Mas foto da bundinha é foda. Parei.

Monday, February 04, 2008

Eu Digo Ele

Eu digo ele mas não é ele, não sou eu, muito menos essa entidade amorfa que chamam de nós. Ou chamavam. Já não chamam mais, culpa dos telefones. Assim como os apartamentos são ideais para uma vida que é morte, os telefones servem à uma comunicação que nada transmite. Já não chamam mais, apenas trocam palavras duras, troca palavras duras com qualquer um, machuca muito sempre que pode a quem estiver mais perto, voltando a ele.
Ele era sincero mesmo quando mentia, porque tinha certeza que uma mentira em que se acredita é muito mais verdadeira do que uma verdade na qual ninguém crê. Por quê essa garrafa de vinho na geladeira se ele não bebia? Todo mundo sabe que o maior prazer de um homem é manter coisas inúteis por perto, um cão amarrado que uiva de dor a noite toda, ou mesmo uma mulher que não se ama. Como os homens são maus, ele dizia se achando diferente, auto-declarado portador de uma maldade diferente.
Pensou em todos os primeiros beijos, sei lá por quê, todas as mulheres que lhe mostraram uma espécie de chave para uma espécie de mundo. Todas sempre na névoa, nunca conheceu uma mulher que estivesse de pé, parada, sorrindo, sob o sol...Na verdade, conheceu uma, mas essa mentia. Geralmente ele era pego em algum lugar entre o terceiro e o quarto beijo.
Engraçado, agora, depois de tudo, começar a acreditar naquele sentimento, como é o nome mesmo? Afinal o que é o sexo sem amor, além de uma função fisiológica? O que é o trabalho sem amor, além de acumulação mesquinha de metal? O próximo passo seria virar cristão, para contrariar ou para não fechar nenhuma porta?
Nunca é demais lembrar que tipo de homem ele era, ele é. Ele será um piloto de zepelins, um virtuoso do telégrafo, ele não serve pra porra nenhuma nesse mundo agora, e é por isso que todo mundo vai embora e ele fica sozinho lotado desses sentimentos imensos e completamente inúteis também. Ele sente, sente que fica cada vez melhor no que ninguém quer e sorri, mas todo mundo sabe que quer chorar.
Porque geralmente quem diz que quer sumir, quer é aparecer.

Saturday, February 02, 2008

"Last Night I Dreamt..." dos Smiths e Seu Impacto Sobre Os Adolescentes Feios Do Mundo (Ou Blog Is Not That Macho)


Eu era um moleque feio. Feio e pobre. E para piorar a minha situação, eu era feio, pobre e antipático e pouco higiênico. Passava minhas tardes me perguntando porque as mulheres me desprezavam tão absolutamente, não me passava pela cabeça que as razões fossem óbvias. Se eu não houvesse descoberto a música, talvez virasse tarado, ou simplesmente psicopata, não sei.


Havia uma garotinha na escola que gostava de mim, era uma portuguesinha gordinha. Eu não tomava nenhuma atitude porque morria de medo dela. Hoje penso como era ingênuo e burro. Se eu me concentrasse nos belos e redondos peitos que ela tinha, certamente teria me divertido mais e ela também, levando em conta o tanto que se esforçava para ficar do meu lado. Uma vez, ela até mandou um cartãozinho de natal muito singelo, que eu queria ter guardado como souvenir de uma época quase sem escrotidão na minha vida.


Mas não é disso que eu quero falar. Eu quero falar de uma das músicas mais bonitas do mundo: "Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me" de Morrissey e Marr. Anos se passaram até que eu conseguisse comprar o disco que tinha essa música. Nenhum dinheiro. Um moleque estúpido, cabeçudo, de pele ruim e dentes podres tinha a merda do disco, sem nem mesmo gostar da banda e eu não. E ainda tinha um agravante, era o disco que selava o fim da banda.


Quer tragédia maior? As mulheres te desprezam, você não consegue se enturmar nem com os nerds e sua banda favorita acaba. Eu pensava muito em suicídio naquela época.Ê juventude!


A música começa nuns acordes de piano sombrios sobre o sol de uma multidão aos berros, que eu gostava de imaginar que eram os uivos das almas danadas do inferno. Quando a banda entra, um som surpreendentemente cheio de elementos, em se tratando de Smiths, junto vem a encachapante letra.


"Noite passada eu sonhei que alguém me amava/Nenhuma esperança ou mal, só outro alarme falso". Eu me divertia com duas possíveis interpretações desses versos. Uma literal, em que o pobre narrador passa por aquela terrível situação bem comum às pessoas solitárias, de sonhar com a realização do amor perfeito só para acordar ainda mais solitário; ou outra mais metafórica, na qual o sonho na verdade descreveria a experiência pré-desilusão.

"Noite passada eu senti/braços verdadeiros ao meu redor". Como isso ressoava em minha alma ansiosa por contato.

"Essa história é velha, eu sei, mas continua". O toque de mestre do equivocado e racista Morrissey, a prova de que imbecis podem ser gênios. Os melhores versos de suas letras são aqueles em que o dramático e o cômico se misturam de tal forma que você já nem sabe mais.

Os poucos acordes da música se repetem, e aquela sequência de acordes me lembra o sucesso do Radiohead, "Creep", de um modo que não sei explicar, sem falar que sem os Smiths, dificilmente teríamos uma banda cantando "I am a weirdo". Ao final cordas extra dramáticas destroem o que sobrou da sensibilidade do ouvinte. E só lhe resta...ouvir uma musiquinha mais alegre depois dessa, senão fica foda!!

Blog is Macho


O pano caiu e já não se pode negar. O blog-is-dead foi tachado de machista. E até possivelmente misógino. Ok Ok, assumimos o papel. De agora em diante deixaremos explícita nossa política de divulgação da propaganda repressora do princípio feminino na sociedade.

Perdão às 1.5 leitoras desse amado blog, mas mulher livre acaba provocando desastres naturais. O problema é essas coisas que vocês provocam nos homens que gostam de vocês. (Os que ignoram as mulheres vivem felizes como crianças brincando no próprio cocô: eunucos, gays, militares e outros que não me recordo).

Portanto, agora é a vera. O blog-is-dead veste sua carapuça, deixa o bigode crescer e diz não. Ou sim. Sei lá. Qualquer coisa que se diga é mal-interpretada mesmo, aquela máxima, você diz "aeroplano" e as pessoas entendem "elefante". Sem esquecer que a macheza em questão é a macheza até certo ponto, não aquela do cara que é tão macho que nem de mulher gosta, se é que vocês me entendem.

O blog-is-dead realmente acha, em acordo com aquela tribo indígena norte-americana, que quando o equilíbrio entre os princípios masculino e feminino numa sociedade é afetado, essa sociedade está destinada a ruína. Mulher faz bem a homem (no campo das idéias pelo menos isso funciona) e homem faz bem a mulher (idem). Por toda a minha vida encontrei mulheres incríveis, seres humanos notáveis, cujo único grande defeito era escolher pessimamente seus companheiros. É óbvio que se tivessem escolhido se tornar minhas escravas sexuais, teriam sido mais felizes, porque eu pelo menos sou ridículo o suficiente para fazê-las sorrir, vez ou outra. Mas blog-is-dead coça o saco. Blog-is-dead leu autoras feministas, mas blog-is-dead continua firme, pelo menos enquanto a natureza assim o permitir.


Astral Weeks de Novo

Eu sempre vou voltar à Cyprus Avenue, pelo menos enquanto eu me sentir assim, "nothing but a stranger in this world". E se já dediquei um post a esse disco, devo dedicar uns cem mais ainda e assim não vou alcançar o poder dessa obra tão singular, que nem a seu criador pertnece mais, se é que um dia pertenceu. O gênio Van jamais fez algo parecido, nem tentou, sábio. Seria impossível. Falharia, provavelmente, e se conseguisse repetir a façanha, nossos corações cansados não suportariam.
São poucos acordes que guiam a faixa título, a porta de entrada para o mundo da dor apaixonada do jovem Van (quantos ele tinha na época? 21 anos? É possível? Convém não subestimar a dor de um jovem). São versos completamente sem sentido que abrem o disco "If I ventured in the slipstream between the viaducts of your dream". Não quer dizer nada, mas diz muito. Diz muito da mente atormentada do poeta cheio de um sentimento que ele não pode conter, tão grande que não há onde guardar e possivelmente obsoleto nesse mundo. Até o meio da canção, vc sente a dor, no desespero das sílabas repetidas de modo maníaco, mas é preciso chegar quase ao meio da canção para saber o motivo: her "boy", o mesmo motivo de sempre, e como ela toma conta "dele", do outro. Nascer de novo, num outro mundo, já que esse tem donos de roupas limpas demais.
"Beside You" não tem explicação. Tente tirar os acordes dessa música. Tente entender seu andamento. Tente cantar junto. Quer saber o que é um homem apaixonado? Aquele que se admira diante do ar que sai e entra do corpo de seu objeto (é, objeto) de afeição. De certo modo ele quer fazer o mesmo. "You breathe in, you breath out/You breath in, you breath out/You breath in, you breath out/Then you're high/In your high flynign cloud".
"Sweet Thing". "I'm dynamite and I don't know why". Os iluminados músicos que acompanharam Van aqui se transfiguram em ciganos e a música flutua pelo ar como se viesse de um passado remoto, como se sempre tivesse existido. A confusão só aumenta. São muitas caminhadas pela rua dela. Agora ela já tem "champagne eyes" e "saint-like smile". Dá vontade de dizer "Van, não faz isso. Ponha uma delas num pedestal e nunca mais a toque". Mas não existe coisa mais inútil que falar de razão a alguém nesse estado.
Porra Van Morrison. Ela é jovem demais!! Você tá fodido cara. Bêbado, apaixonado, hipnotizado em Cyprus Avenue.
Vira o lado, porque antigamente era assim. Será que são delírios de um bêbado ou a sorte mudou de lado? Não importa. É lindo. O primeiro beijo, o segundo beijo e os dois amantes sentados na própria estrela. The way young lovers do. The way old lovers should do. Talvez a música de amor perfeita.
É era sonho mesmo. É preciso ir, sabe-se lá onde ele passou a noite (Cyprus Avenue), sonhando com o "love that loves the love that loves the love that loves...". As palavras se confundem na sua boca. "Well I maybe wrong/But something deep in my heart tells me I'm right and I don't think so". Enquanto isso ela dança, ballerina. Dança para longe, "out of reach". Nem o magnífico baixista consegue mais encher a música com vida. A noite está acabando, o disco também, e a manhã não traz promessas de felicidade ou mesmo satisfação. O instrumental da última faixa é esparso, não poderia haver mais uma faixa depois dessa. Sob o sol impiedoso da manhã, ela passeia de cadillac com seu novo garoto. E a última frase do disco é "I don't know what to do".

Nem eu.
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